Promessa do início da década, Lucas Mineiro se realiza longe do UFC: ‘Não compensa financeiramente’

Campeão peso leve do Brave conhece estabilidade financeira lutando pelo evento com sede no Bahrein e não pensa em em retorno ao UFC

Mineiro defende cinturão do Brave. Foto: Divulgação

Lucas Mineiro surgiu como promessa brasileira no MMA no início da década. O lutador, nascido em Montes Claros, interior de Minas Gerais, debutou no esporte aos 22 e em pouco mais de um ano já estava no UFC. Com 30 anos de idade – completados no último dia 11 – e 23 lutas na carreira, o brasileiro se realiza longe do Ultimate.

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Mineiro, que deixou o UFC em 2016 com uma vitória – fato raro na história da franquia – acertou contrato com o Brave, evento com sede no Bahrein, e não mostra saudades na antiga casa.

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“Eu fui o primeiro atleta a sair do UFC com vitória. Eu não tenho nenhum rancor ou mágoa por não ter renovado. Pelo contrário, isso me deixou um pouco mais baixo e me forçou a fazer coisas diferentes. Eu recebi proposta para voltar, mas pra mim não compensa financeiramente. Sou realizado, fiz meu papel no UFC e muita gente me conhece por isso. O Brave está chegando agora, um grande evento, e é um dos três melhores do mundo”, afirmou Mineiro, que é o atual campeão peso leve do evento baremita. Ele, inclusive, defende o titulo da divisão contra Abdul-Kareem Al-Selwady, no próximo sábado, no Brave 18.

Em entrevista exclusiva, Lucas Mineiro contou sobre os próximos desafios, sua saída do Ultimate e os planos para o futuro.

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SL: Você fez carreira no peso pena, mas aceitou o desafio de subir de divisão e conquistou o cinturão do Brave. Em qual categoria você se sente melhor?

Lucas Mineiro: Eu sempre lutei de peso pena. Tenho 25 lutas nessa categoria, então lutar de peso leve pra mim é mais tranquilo (pelo corte de peso). Eu aceitei a luta por ser pelo cinturão, uma luta muito importante.

Eu vou continuar nessa categoria e quem sabe descer para disputar o outro cinturão (dos penas), onde eu sempre lutei. O peso leve tem atletas mais pesados e o peso faz muita diferença na hora da luta.

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SL: Você enfrenta Al-Selwady no Brave 18. O que você pode falar do seu adversário e qual a estratégia para vencê-lo?

LM: Ele é um adversário muito duro, o número 1 do país dele (Jordânia). Eu não tenho nada para dizer dele, mas minha estratégia é vencer e voltar para o Brasil com a vitória.

SL: Como é a estrutura do Brave para os atletas (frequência de lutas, salário, suporte pré e pós-combates)?

LM: Desde a minha primeira luta no Brave eu estou sendo tratado muito bem, mais até que alguns outros eventos que eu já lutei. O Brave é importante porque passa na TV no Brasil e fora, onde eu tenho bastante patrocinadores.

Eu estou muito bem aqui, até financeiramente. Eu não luto por dinheiro, já estou estabilizado como empresário. Então isso (dinheiro) pra mim é o de menos. Mas eu estou realizado no Brave.

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Mineiro (dir.) vence L. Miau no Brave 11 e conquista cinturão. Foto: Brave

SL: Você deixou o UFC com uma vitória, fato que é raro na organização. Como foi sua saída do evento em 2016? Você se arrepende de não ter renovado?

LM: Eu fui o primeiro atleta a sair do UFC com vitória. Eu não tenho nenhum rancor ou mágoa por não ter renovado. Pelo contrário, isso me deixou um pouco mais baixo e me forçou a fazer coisas diferentes. Eu recebi proposta para voltar, mas pra mim não compensa financeiramente.

Sou realizado,  fiz meu papel no UFC e muita gente me conhece por isso. O Brave está chegando agora, um grande evento, e é um dos três melhores do mundo.

SL: Desde 2016, quando deixou o UFC, você fez apenas quatro lutas. Você sente falta de mais desafios?

LM: Depois que sai do UFC eu fiz duas lutas no mesmo ano, mas depois eu acabei me lesionando. Eu quebrei a minha mão e tive que fazer cirurgia. Agora eu vou estar em atividade, já fiz uma luta muito dura esse ano (em abril, no Brave 11, em Belo Horizonte). Eu venho fazendo muitas lutas de cinco rounds e me desgasta bastante e preciso de um tempo maior de recuperação. Eu venho fazendo poucas, mas grandes lutas.

SL: Você completou 30 anos recentemente. Normalmente é a idade que as carreiras dos lutadores decolam. Quais são os seus planos para os próximos anos de carreira?

LM: Eu comecei no esporte muito tarde, com 22 anos. Aos 23 já estava no maior evento do mundo.  Com 30 eu estou bem, me sentindo forte e com a cabeça melhor. Eu já sou realizado, tenho a academia. Eu já realizei todos os meus sonhos (como lutador). Agora meu objetivo é colocar meus atletas onde eu já lutei, fazendo até mais do que eu fiz. Eu pretendo continuar lutando, enquanto minhas lesões deixarem.



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