Publicidade

Lutadora do UFC é vítima de de violência doméstica pelo marido

A. Lee (esq.) ao lado do marido. Foto: Reprodução / Instagram

As lutadoras de MMA são superatletas capazes de trocar golpes com bastante intensidade, mas nem isso faz com que elas estejam livres de um problema constante na sociedade atual: a violência doméstica.  Nesta quarta-feira (15) veio a tona o fato da peso mosca do Ultimate, Andrea Lee ser agredida pelo marido Donny Aaron durante o UFC 227, realizado no último dia 5.

Publicidade

Veja Também

A notícia foi revelada ao site norte-americano “My MMA News”, que teve acesso ao relatório da polícia do estado da Louisiana (EUA). Na ocorrência, a também lutadora Andy Nguyen, que morava com o casal, relatou que a briga começou quando o casal discordou do resultado da vitória de Henry Cejudo contra Demetrious Johnson. Ele foi acusado de prisão e abuso doméstico. Até o momento desta reportagem, Aaron está foragido.

Outra polêmica

Essa não é a primeira polêmica envolvendo Donny Aaron e  Andrea Lee. Em junho, o casal foi bastante criticado por ele ter um simbolo nazista tatuado no braço. A lutadora entrou na confusão e defendeu o esposo, também sendo criticada. Em 2009, ele foi condenado por homicídio com arma de fogo e foi na prisão que a polêmica tatuagem foi feita.

Publicidade

Confira abaixo o relato de Andy Nguyen obtido pelo “My MMA News” e traduzido pelo site do canal ‘Combate’

“Eu estava no meu quarto, tentando dormir na casa deles. Eu conseguia ouvi-los reclamando sobre como o “Mighty Mouse” (Demetrious Johnson) tinha sido roubado (no UFC 227). O evento já tinha acabado e ouço Donny gritando. Sentei na minha cama e pensei: “O que está acontecendo?”. Recebo uma mensagem de texto da mãe de Donny perguntando se ela precisava vir para casa, mas respondi que não. Então, escuto mais gritos e ouço Donny xingando Andrea. Abri a minha porta e a vi correndo para o quarto da filha. O Donny estava tentando queimá-la no braço e no corpo usando um cigarro. Ela gritava para ele parar. A única pessoa que tentou me ajudar a impedi-lo foi o pai do Donny, que tem 70 ou 80 anos. Havia outro cara chamado Kendrick, que era grande e forte, mas que não quis sair do quarto dele para me ajudar. Ele colocou os fones de ouvido e ficou agindo como se isso acontecesse toda hora. Ele simplesmente ignorou a cena.

 Na hora não fiquei em choque com o que estava acontecendo, mas entrei em pânico. Corri de volta para o meu quarto e mandei uma mensagem para a mãe dele: “Não quero chamar a polícia. Você pode vir aqui?”, e isso já era por volta das 1h30. Voltei a dormir, mas acordei por volta das 4h30. Ainda ouvia o Donny. Os pais dele já tinham ido. Liguei a luz do meu quarto e abri a porta para que Donny soubesse que eu já estava acordada. Ele costuma fazer as besteiras dele atrás de portas fechadas. Fui para a cozinha e ouvi eles brigando, mas o silêncio surgiu de repente. Achei que poderia ter terminado, então, do nada ouvi um gemido, e o cachorro que estava no canil começou a latir. Ouvi ela pedindo para ele parar. Abri a porta e falei: “Donny, deixe-a em paz”. Ele parecia estar totalmente perdido. Ele não dormia há dois dias e estava bebendo direto. Eu não sabia se ele estava tomando alguma coisa. Ando para trás quando ele começa a vir na minha direção. A Andrea começou a abotoar o short e fugiu descalça pela porta dos fundos.
Então, Donny começou a gritar: “Ela está me traindo há três anos”, e eu respondi: “Não, ela não está. Você pode achar que ela está te traindo, mas ela não fez nada”. Ele viu que ela saiu correndo e foi atrás. Eram 5h30 e ela estava correndo. Coloquei minhas roupas de ginástica para correr atrás dele se eu tivesse que fazer, mas ele voltou para casa e disse: “eu fiz de novo, eu fiz de novo”. Perguntei: “O que você fez? Você matou ela?”, já que ele já matou outra pessoa antes. Eu não sabia se ele tenha pego uma pedra e batido na cabeça dela. Eu estava com medo de sair de casa. Então, ele respondeu que fez ela correr descalça de novo. Eu falei para ele me dar as chaves do carro, mas ele negou dizendo que ela iria pensar que era ele e não iria parar.

Publicidade

Sabia que não tinha gasolina no carro porque busquei o Donny e o levei para casa, pois ele estava embriagado no bar. Ele finalmente me deu as chaves do carro e o sol já estava nascendo. Dirigi até o posto de gasolina, saí do carro e chamei os policias que estavam lá. Eu disse que minha amiga estava sendo agredida pelo seu marido. Dei o nome e o endereço, e cerca de seis policiais apareceram no local. Ela tinha pego um Uber para um hotel. Fui até o hotel para encontrá-la e lhe dei todos os pertences, até que os policias vieram ao hotel para interrogá-la e fazer a investigação.
Não estava na casa quando os policiais chegaram, mas o Donny viu que os carros da polícia estavam chegando e acabou fugindo com seu pai. Eles estão sumidos desde então. Eles já devem estar com um mandado de prisão. Isso é uma merda porque o Donny era um policial. Ele está com a cabeça fodida. Ele estava tentando fazer com que ela fizesse algumas coisas e forjar evidências que ela estava lhe traindo. Ele estava tentando fazer com que ela abaixasse as calças para que ele pudesse enviar fotos para um cara, fazendo parecer que ela que tinha mandado. Os dois discutiram durante toda a semana. Ela não conseguia treinar porque ele estava mantendo ela em casa, ele não estava deixando ela sair de casa. Eu não chamei a polícia até que chegou num patamar físico.
Ele estava tentando enforcá-la, mas ela estava se defendendo bem. Ela não chegou a levar uma surra. A polícia tirou fotos das marcas em seu pescoço. Não foi tão ruim dessa vez. Sem olho roxo ou algo assim, mas ele já tinha batido nela antes. Eu não estava lá quando aconteceu. Ele era meu treinador e meu amigo. Essa foi a primeira vez que aconteceu na minha presença e eu não iria deixar isso passar. A violência doméstica vem acontecendo há anos. Eu simplesmente nunca tinha visto.

Outra coisa importante também. O UFC e várias outras pessoas ofereceram ao Donny para que ele cobrisse a tatuagem da suástica de graça, mas ele nunca quis fazer. Todo mundo viu online a pequena suástica que ele tem no cotovelo. Tenho uma foto de uma tatuagem maior que ele tem no ombro, mas ninguém sabe disso. Tudo o que ele tinha que fazer era cobrir a pequena, mas ele não fez. Eu teria feito para salvar a carreira da minha esposa, mas ele não quis. Isso é uma merda. Não é culpa da Andrea. Ela é doce e gentil, além de sempre acabar perdoando ele. Mas dessa vez, acabou”.

Publicidade
Publicado por
Redação SUPER LUTAS
Leia mais sobre: Andrea Lee