*Por Laerte Viana
Markus Maluko é um personagem à parte. Carismático e adepto do trash talk, o invicto peso médio, que estreia na nova casa contra Erik Anders no UFC Fresno, no próximo sábado (09), chega ao Ultimate com planos ousados, incluindo a conquista de dois cinturões na organização. Apesar do status de ‘novato’, já tem a estratégia traçada para ganhar destaque entre os melhores do mundo: dar show em cima do octógono.
“Se você olhar as minhas lutas, vai ver que eu sou um cara não-ortodoxo. Eu sou focado em dar show nas minhas lutas, as coisas que eu faço é sempre voltado para dar show. E isso é algo que eu não vejo nos médios, vejo a maioria dos lutadores fazendo apenas o arroz com feijão, não tem muito show. E isso se perdeu um pouco na categoria, pois o único que conseguia dar show era o Anderson Silva. Ele era a sensação dos médios justamente porque ele fazia isso, dava show, não apenas lutava. E quando você dá show, automaticamente vende a luta, vende pay per view, todo mundo quer assistir. Eu sou assim, esse é o meu estilo, gosto de dar show. Então me vejo subindo muito rápido na categoria por isso, vou dar show e as pessoas vão querer me assistir”, declarou em entrevista exclusiva.
Com apenas 27 anos e 9-0 no cartel (10-0, segundo ele), Maluko construiu uma carreira sólida até aqui, tendo vencido nomes conhecidos como Paulo Thiago e Idemar Marajó, além da conquista do cinturão peso médio do LFA, em setembro deste ano. Ciente do nível de competição maior que encontrará no UFC, o estreante não quer saber de enfrentar nomes desconhecidos. Mirando alto, ele escolhe as lendas Anderson Silva, Vitor Belfort e Lyoto Machida como possíveis futuros adversários.
“Se eu pudesse escolher, com certeza gostaria de enfrentar o Georges St. Pierre, né? (risos). Eu sempre quis enfrentar um cara que admiro, mas ele não está mais no UFC, que é o Gegard Mousasi. Seria um sonho para minha carreira poder enfrentar o Anderson Silva, Vitor Belfort, Lyoto Machida, Ronaldo Jacaré… todos esses nomes seriam bons. Mas uma opção boa é o Kelvin Gastelum, que está em ascensão. (…) E um cara que eu gostaria de lutar, mas não é da minha categoria, é o Colby Covington. Adoraria descer de peso só para espancar ele”, garantiu Markus.
Leia na íntegra a entrevista de Markus Maluko:
SUPER LUTAS: Como surgiu o convite para estrear no UFC?
Markus Maluko: Desde a minha luta que eu fiz com o Paulo Thiago (em junho de 2016) eu já imaginava que o UFC poderia me chamar. Meu empresário também já estava atrás, tentando fechar um contrato com a organização, mas eu tive que esperar mais um pouco. Ainda fiz a luta contra o (Idemar) Marajó e depois a luta pelo cinturão do LFA.
SL: Você foi escalado para lutar com somente um mês de antecedência. Acha que o pouco tempo de preparação pode atrapalhar em algo?
MM: Não atrapalha, porque eu estou sempre treinando muito duro, mesmo que não seja época de luta, então para mim não tem problema. As pessoas falam: ‘Ah, você só tem um mês para se preparar’, mas o meu adversário também só tem um mês para se preparar para lutar comigo. Então não me atrapalha em nada.
SL: Sente algum tipo de pressão por estar estreando na maior organização de MMA do mundo?
MM: Sempre achei que eu iria ficar ansioso, mas quando veio o convite, quando me falaram que eu ia lutar no UFC, eu fiquei feliz, mas fiquei muito calmo, bem tranquilo. Meu corpo consegue controlar bem a ansiedade, muito em virtude da quantidade de lutas que eu já fiz. Eu lutei no LFA, em setembro, na casa do adversário, contra altitude, público, em uma organização grande, muito bem organizada, e mesmo assim eu lutei tranquilo. Então acho que eu aprendi a lidar com isso, controlo bem a minha ansiedade.
SL: Onde está sendo feita o camp para a luta?
MM: Eu comecei, como sempre, com o Viscardi Andrade. Então toda a minha parte de estratégia para a luta é sempre feita com o mestre Viscardi, mas eu treinei em vários lugares. Treinei com o Demian Maia, na Vila da Luta, com o (Marcos Rogério) Pezão, na 011, treinei meu boxe lá na Ryan Gracie Butantã, o jiu-jitsu lá na Ryan Gracie da X-Coach, e também treinei com o Gabriel Miglioli.
SL: O Eryk Anders, assim como você, é ex-campeão peso médio do LFA. O que você sabe do jogo dele e qual será sua estratégia?
MM: Eu estudei os principais pontos dele. Ele gosta de enquadrar os adversário, é um cara canhoto que dispara muitos jabs com a mão da frente, para, depois, disparar a mão pesada. Ele foca muito na força, não muito na técnica. Ele também usa o wrestler para quedar, mas não tem muita técnica, é meio bruto. Toda parte do jogo dele é focada mais na brutalidade, não tem muita técnica. Então a minha estratégia será trabalhar bastante a movimentação, não ficar parado na frente dele para tentar pegar no contragolpe. Vou fintar bastante, trabalhar muito chute e cotoveladas, quando possível, para tentar um nocaute. Se o round estiver disputado, tentar uma quedinha no finalzinho para garantir o round. E eu tenho certeza que se eu derrubar, eu finalizo ele no chão, porque ele não tem muito jiu-jítsu.
SL: Quais são seus planos a curto prazo atuando pelo UFC?
MM: O meu foco no UFC é conquistar dois cinturões de categorias diferentes, da 77kg (meio-médio) e 84kg (médio). Com relação aos possíveis adversários, eu quero lutar contra os melhores, não quero ficar pegando ‘beirada’, quero já enfrentar os melhores. Se na minha segunda luta me derem um cara f****, não tem problema nenhum, pelo contrário. É o que eu mais quero. Se quer ser o melhor do mundo, tem que lutar contra cara bom.
SL: Você é um novato no UFC, mas já procurou ver algum nome que gostaria de enfrentar, que poderia te dar um destaque maior na próxima luta?
MM: Se eu pudesse escolher, com certeza gostaria de enfrentar o Georges St. Pierre, né? (risos). Eu sempre quis enfrentar um cara que admiro, mas ele não está mais no UFC, que é o Gegard Mousasi. Seria um sonho para minha carreira poder enfrentar o Anderson Silva, Vitor Belfort, Lyoto Machida, Ronaldo Jacaré… todos esses nomes seriam bons. Mas uma opção boa é o Kelvin Gastelum, que está em ascensão. (…) E um cara que eu gostaria de lutar, mas não é da minha categoria, é o Colby Covington. Adoraria descer de peso só para espancar ele.
SL: Encara com tranquilidade o fato de enfrentar ídolos já consagrados do MMA brasileiro?
MM: Às vezes as pessoas me perguntam qual é o meu melhor ponto forte, e eu sempre dou a mesma resposta: é a minha cabeça. O meu psicológico é muito forte, ele que me ajuda em tudo. Claro que também tem a minha fé em Deus, mas falando tecnicamente o que mais me ajuda é a minha mentalidade. Se eu tiver que enfrentar um adversário desse nível, eu cresço na luta, então é melhor ainda.
O que você acha que precisa fazer para ganhar destaque na categoria dos médios?
MM: Se você olhar as minhas lutas, vai ver que eu sou um cara não-ortodoxo. Eu sou focado em dar show nas minhas lutas, as coisas que eu faço é sempre voltado para dar show. E isso é algo que eu não vejo nos médios, vejo a maioria dos lutadores fazendo apenas o arroz com feijão, não tem muito show. E isso se perdeu um pouco na categoria, pois o único que conseguia dar show era o Anderson Silva. Ele era a sensação dos médios justamente porque ele fazia isso, dava show, não apenas lutava. E quando você dá show, automaticamente vende a luta, vende pay per view, todo mundo quer assistir. Eu sou assim, esse é o meu estilo, gosto de dar show. Então me vejo subindo muito rápido na categoria por isso, vou dar show e as pessoas vão querer me assistir.
Atualmente o trash talk está em alta entre os lutadores. Como você enxerga a necessidade da provocação na promoção pré-luta? Você gosta de usar?
MM: Eu acho que isso (o trash talk) é totalmente necessário, pois o atleta luta para a plateia. É claro que ele luta para ele mesmo, para se provar… cada um tem o seu objetivo. Mas, independente do objetivo pessoal, você luta para a plateia, sua luta é vendida para a plateia, são eles que pagam o seu salário. Então eles gostam de ver show, algo além da luta. O lutador tem que entender que ele também é um marqueteiro, ele cria uma marca em torno do nome dele, há muitas pessoas que vão se espelhar nele. O trash talk é importante, porém temos que lembrar de respeitar os adversários. Nós conseguimos fazer uma promoção legal sem ter que desrespeitar o oponente, o espaço dele.