O Ultimate chega a São Paulo neste sábado (28) para o último evento organizado no Brasil em 2017. A promoção coloca as fichas no retorno de Lyoto Machida. Ex-campeão meio-pesado, o “Dragão” retorna de uma suspensão de 18 meses para se recolocar nos rankings dos médios, diante de Derek Brunson, perigoso wrestler que vem de vitória sobre Dan Kelly.
Na luta co-principal da noite, Demian Maia retorna após uma frustrante derrota para o campeão Tyron Woodley, para tentar se manter relevante nos meio-médios contra o promissor Colby Covington, outro wrestler de mão cheia e com muita confiança. Além dos dois ícones do MMA brasileiro, o UFC São Paulo também terá nomes como Francisco Massaranduba, Antônio “Cara de Sapato”, John Lineker e Thiago Marreta em ação, além de estrangeiros como Jim Miller, Rob Font e o invicto Niko price.
Para você entrar no clima do UFC São Paulo, preparamos cinco motivos para você assistir o evento.
Aos 39 anos, há 28 meses afastado do octógono e vindo de duas derrotas consecutivas, Lyoto Machida recomeça, neste sábado, sua trajetória no UFC. A caminha, segundo o próprio lutador, tem um caminho certo: o topo da divisão dos médios. Para isso, terá que passar pelo duro Derek Brunson, que está faminto por uma vaga no top 5 da categoria.
Apesar do tempo inativo, o Dragão não perdeu sua relevância dentro da organização. Para se ter uma ideia, essa será a sétima luta principal seguida do brasileiro, a décima no total. O status de ex-campeão dos meio-pesados aliado ao perigoso e imprevisível caratê fazem de Lyoto uma real ameaça à elite da divisão. Contra Brunson, a defesa de quedas terá que estar em dia para que seu braço volte a ser erguido no centro do octógono e, enfim, voltar a brigar pelo seu maior objetivo: o cinturão.
“Eu não estou voltando a lutar só por lutar. Não existe uma atividade que eu faça só por fazer, só pelo dinheiro. É um conjunto de coisas, e esse conjunto tem que ter um objetivo maior, e meu objetivo é ser campeão dessa categoria. É uma categoria que está muito disputada, então eu tenho que ter esse objetivo, ter esse desafio”, declarou Machida.
Três meses após desperdiçar a chance de se tornar campeão meio-médio com derrota para Tyron Woodley, Demian Maia retorna ao octógono com a missão de defender a honra do Brasil contra Colby Covington. O norte-americano vem criticando duramente o país e já estabeleceu uma relação odiosa com a torcida ao criticar o tradicional “Uh, vai morrer”.
Demian já esteve em situação parecida no UFC 198, quando Matt Brown se estressou com torcedores e o campeão mundial de jiu-jitsu foi encarregado de “vingar” a torcida no octógono. Assim como da outra vez, o meio-médio desconversou, mas garantiu que vai em buscar de uma vitória histórica, literalmente em casa: Maia nasceu e cresceu nos tatames da Arena Ibirapuera e já lutou até no UFC no ginásio.
A luta também tem sido vista como um choque de gerações, já que Covington está começando no MMA e Demian fará 40 anos no dia 8 de novembro e é um dos maiores vencedores da história do UFC – de fato, se superar o norte-americano, o brasileiro chegará a 20 triunfos no Ultimate e empatará com o atual detentor do recorde de vitórias, Michael Bisping.
Quando Francisco Massaranduba e Jim Miller ficarem frente a frente no octógono do UFC, muita experiência estará em jogo. Enquanto o carismático brasileiro já soma 15 lutas na casa, o norte-americano ostenta o impressionante número de 27 duelos na organização. Os dois somados chegam ao total de 42 combates. É pouco ou quer mais?
Oriundo do TUF Brasil 1, Massaranduba é sempre o queridinho da torcida quando atua em solo brasileiro – não é por coincidência que vai para seu 13º desafio no Brasil. Antes de ser finalizado por Kevin Lee, em março passado, chegou ao top 15 dos leves após engatar sete triunfos seguidos, batendo nomes como Paul Felder e Ross Pearson.
Miller, por sua vez, está longe de se encontrar na melhor fase. Nos últimos anos, é normal vê-lo intercalando bons e maus resultados, como nas vitórias contra Thiago Pitbull e Joe Lauzon, que foram ofuscadas pelas derrotas diante de Dustin Poirier e Anthony Pettis.
No duelo de veteranos, quem sair com o braço levantado ao final do embate pode voltar a pensar em alçar voos maiores.
Além de Massaranduba, outros três nomes presentes na card foram ‘cria’ do reality show The Ultimate Fighter: Thiago Marreta, integrante do TUF Brasil 2, Antônio Cara de Sapato, vencedor da terceira temporada no Brasil, e Vicente Luque, que participou da 21ª edição do TUF americano.
Número 15 no ranking dos médios, Marreta é sinónimo de violência pura. Dono de chutes letais e mãos pesados, o carioca conseguiu seis de suas sete vitórias no Ultimate por nocaute, todos de forma brutal. As derrotas para Gegard Mousasi e Eric Spicely o atrasou um pouco, mas o caminho rumo à elite já começou a ser refeito. Será Jack Hermansson a próxima vitima?
Com somente 24 anos, Sapato chegou ao UFC cheio de expectativa, porém o começo foi conturbado, com somente uma vitória e quatro lutas. Contudo, em setembro de 2016, a maré começou a virar: de lá para cá já são três bons resultados, incluindo duas finalizações do craque do jiu-jítsu. Se passar por Jack Marshman, o ranking dos médios pode virar realidade.
Mais jovem do trio, Luque, de apenas 25 anos, tem pouco mais de dois anos de UFC, mas o cartel já está recheado com quatro resultados positivos e dois negativos. A quarta engatada, inclusive, foi feita em sequência, no período de 11 meses, feitos que o colocaram na boca do top 15 dos meio-médios. Uma boa apresentação contra Niko Price pode recolocar o brasiliense nos holofotes da divisão até 77kg.
* Por João Vitor Xavier
Além de promessas, veteranos e ídolos do MMA brasileiro, o UFC São Paulo também contará com algumas promessas de nocaute. O peso galo John Lineker, que ainda não lutou deste ano e vem de derrota para TJ Dillashaw, é um deles. Com um impressionante cartel recheado de grandes nocautes, o “Mãos de Pedra” enfrenta o perigoso Marlon Vera e busca voltar à rotina de vitórias que o colocou entre os melhores do mundo no peso galo e no peso mosca.
Já Pedro Munhoz, que luta literalmente em casa, terá pela frente um grande desafio ao enfrentar Rob Font. O norte-americano vem de duas grandes vitórias após perder para Lineker no UFC 198 de maio do ano passado e vai em busca de mais um nocaute. Mais completo, Munhoz tem ótimos chutes, mãos pesadas e tem a possibilidade de levar a luta para o chão, principalmente com as guilhotinas.
Finalmente, Elizeu Capoeira chega a São Paulo vindo de uma grande performance diante de Lyman Good, no UFC Long Island. Na ocasião, o lutador da CM System ganhou o prêmio de Luta da Noite, além da vitória sobre o ex-campeão do Bellator. Contra Max Griffin, o brasileiro tentará impôr novamente seu ritmo insano e vai em busca de mais um nocaute para o cartel.
DATA E HORÁRIO: 28/10/2017, a partir das 21h00 (horário de Brasília)
LOCAL: Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, Brasil
TRANSMISSÃO: Canal Combate, Globo (card principal)
CARD PRINCIPAL
Peso médio: Derek Brunson x Lyoto Machida
Peso meio-médio: Demian Maia x Colby Covington
Peso galo: Pedro Munhoz x Rob Font
Peso leve: Francisco Massaranduba x Jim Miller
Peso médio: Thiago Marreta x Jack Hermansson
Peso galo: John Lineker x Marlon Vera
CARD PRELIMINAR
Peso meio-médio: Vicente Luque x Niko Price
Peso médio: Antônio Cara de Sapato x Jack Marshman
Peso meio-médio: Elizeu Capoeira x Max Griffin
Peso leve: Hacran Dias x Jared Gordon
Peso mosca: Deiveson Alcântara x Jarred Brooks
Peso pesado: Marcelo Golm x Christian Colombo