Aos 43 anos e com 13 anos de carreira no MMA, Mark Hunt já sofre com as consequências que o esporte de alto nível trás aos atletas. De acordo com o peso pesado do UFC, é comum ele sofrer com perdas repentinas de memórias, ao ponto de não se lembrar de acontecimentos e fatos recentes. Segundo o neozelandês, esse é o preço que se paga por ser um lutador.
“Luto desde criança. Costumava fazer 300 dólares por semana para colocar alguma comida na mesa, mas consegui me tornar um dos atletas mais bem pagos do mundo. Provavelmente, vou morrer lutando, mas tudo bem. Só espero que isso aconteça em uma luta limpa. Meu corpo está f***, mas minha mente ainda está firme. Ainda tenho meus sentidos e sei o que é certo ou errado (…) Mas já não durmo bem e podem até me ouvir gaguejar. Minha memória já não está boa, já que esqueço o que fiz ontem, mas lembro das m*** de anos atrás. Esse é o preço que se paga por ser um lutador. Mas tive muitas lutas sujas e fui castigado por caras que estavam trapaceando e isso não está certo”, declarou, em entrevista ao site ‘MMA Fighting’.
Apesar da idade avançada e das sequelas revelas, o Super Samoan, como é conhecido, ainda não desistiu de um sonho antigo: ser campeão do UFC. Para Hunt, o objetivo já poderia ter sido alcançado, mas foi impedido em virtude dos rivais ’trapaceiros’, que se envolveram em casos de doping.
“Já seria campeão, se não fossem os trapaceiros. Provavelmente, já estaria aposentado, jogando videogames o dia todo e comendo fast food. Eles não me venceriam se não estivessem trapaceando. Cheguei ao topo com muito sangue e suor. (…) Sempre que começo algo, tento terminar. Quero ganhar esse título mundial. Fui o melhor do mundo no kickboxing, mas meu sonho é ter um cinturão de MMA. Cheguei perto (em 2014, na derrota para Fabricio Werdum), mas as circunstâncias não estavam certas. Sou o número 5 do mundo e sinto que posso ser campeão nas três lutas que restam. Sou o lutador mais antigo do mundo em atividade e ainda estou batendo nesses caras”, concluiu.
Mark Hunt vem de vitória recente por nocaute sobre Derrick Lewis, em junho passado. Ele acumula, no Ultimate, um cartel com oito triunfos, cinco reveses, um empate e um no contest. O ápice de sua trajetória na organização foi em 2014, quando disputou o cinturão interino dos pesados contra o brasileiro Fabrício Werdum. Na ocasião, foi nocauteado no segundo round. Ao todo, seu cartel é de 13 vitórias, 11 derrotas, um empate e uma luta sem resultado.