Neste sábado (26), em Las Vegas (EUA), Conor McGregor fará história ao enfrentar Floyd Mayweather na superluta de boxe, atração principal do evento May-Mac. Independente do resultado, o irlandês já colocou seu nome nos livros das lutas por se tornar o primeiro lutador do UFC a desafiar uma lenda do boxe.
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No MMA os números de Conor também são invejáveis: único a se tornar campeão simultâneo de duas divisões do UFC – peso pena e leve -, salários astronômicos, nocaute em 13 segundos contra o desafeto José Aldo, protagonista do UFC 205, realizado no história Madison Square Garden, em Nova York, 21 vitórias – 18 por nocaute – e apenas três derrotas. Agora o desafio é ainda maior: tirar a invencibilidade de Mayweather, invicto em 49 duelos profissionais.
Para entrar no clima, o SUPER LUTAS preparou um especial sobre a carreira de McGregor, que tenta chocar o mundo mais uma vez. Confira:
1 – Os primeiros passos no MMA
Natural de Dublin na Irlanda, McGregor deu seus primeiros passos no MMA em 2008, aos 20 anos, quando estreou nocauteando o compatriota Gary Morris no Cage of Truth, pequena organização irlandesa. O início, inclusive, não foi muito animador, com quatro triunfos e dois reveses, todos disputados em seu país natal.
Contudo, o já provocador e agressivo lutador começou a chamar a atenção ao enfileirar oito oponentes em sequência, todos despachados pela via rápida. Nessa caminhada, conquistou os cinturões peso pena e leve do Cage Warriors, ambos em 2012. Em quatro anos como profissional, seu cartel já carregava a expressiva marca de 12 vitórias, sendo 11 nocautes e uma finalização. Naquela altura, o contrato com o UFC era questão de tempo.
2 – Início devastador no UFC
Apenas quatro meses depois de ganhar seu segundo título no MMA, lá estava McGregor, dia 06 de abril de 2013, estreando na maior companhia de lutas do mundo. A primeira vítima foi o norte-americano Marcus Brimage, nocauteado em apenas 68 segundos. O próximo da fila foi o hoje campeão dos penas Max Holloway, que até dificultou as ações nos primeiros minutos, porém foi derrotado por decisão unânime dos árbitros locais – a primeira vitória por pontos da carreira de Conor.
Com 2-0 no Ultimate somado a personalidade forte renderam ao irlandês seu primeiro main event na franquia. E foi em casa, em Dublin, em julho de 2014, que McGregor ‘deitou’ mais um adversário no octógono: o brasileiro Diego Brandão. Depois, os nocautes sobre Dustin Poirier e Dennis Siver lhe credenciaram a tão aguarda disputa de título contra o até então detentor da cinta José Aldo, que passou a ser constantemente citado pelo europeu.
3 – A rivalidade com José Aldo
Não é segredo para ninguém que McGregor tem o dom da oratória, mas o talento do atleta com o microfone na mão foi mundialmente conhecido pelas inúmeras provocações a José Aldo. Com o manauara no posto de número 1 dos penas, ‘The Notorious’ sabia que o início de uma rivalidade com o brasileiro encurtaria seu caminho para o topo. Dito e feito.
Em janeiro de 2015, após 5-0 no UFC, teve o duelo contra Aldo marcado para o UFC 189, em julho, em Las Vegas. Com direito a tour internacional para promover o confronto, Conor usou e abusou das brincadeiras para tirar o brasileiro do sério e ganhar, cada vez mais, fama no cenário mundial do MMA, especialmente no Brasil. No entanto, uma lesão nas costas do lutador da Nova União acabou adiando o aguardado embate entre eles – sem Aldo, McGregor nocauteou Chad Mendes, que foi escalado com menos de 15 dias para o UFC 189 -, e conquistou o cinturão interino da divisão até 66kg.
A luta entre Aldo e Conor foi remarcada para o UFC 194, em dezembro de 2015. As provocações, como sempre, ditaram o ritmo dos meses que antecederam o encontro. E para quem esperava uma batalha equilibrada e cheia de emoção, teve que se contentar com mais um show do irlandês, que chocou o mundo ao nocautear Aldo em apenas 13 segundos.
Incrédulos com o resultado final, Aldo e sua equipe pediram pela revanche imediata, que não foi concedida. Conor, por sua vez, tinha outros planos: fazer história na categoria de cima, dos leves (até 70kg).
4 – Nate Diaz, o desafeto inesperado
Após passar por Aldo, The Notorious não perdeu tempo e foi agendado para enfrentar outro brasileiro que figurava no topo: o carioca Rafael dos Anjos, que reinava nos leves. Acontece que os Deuses do MMA reservava outro caminho para ambos. Rafa lesionou o ombro e deixou o card do UFC 196, que acontecerá em março de 2016, sendo substituído por Nate Diaz. Foi o início de uma nova rivalidade.
Contra o bad boy americano, outra novidade: estreia nos meio-médios, até 77kg. No cage, porém, o europeu foi surpreendido e finalizado no segundo round, quebrando uma série de 15 triunfos seguidos. O revés não foi bem digerido por Conor, que bateu o pé e exigiu a revanche. Seu pedido foi acatado pelo UFC, que agendou o segundo encontro com Nate para agosto.
Na coletiva de imprensa pré-evento, mais uma polêmica: McGregor e Diaz protagonizaram uma ‘guerra de garrafas’, episódio que rendeu multas milionárias aos dois lutadores. Quando voltaram a ficar frente a frente, McGregor limpou a derrota ao superar o rival na decisão majoritária dos juízes laterais. Com mais um capítulo encerrado, era chegada a hora de retomar o plano anterior: o cinturão dos leves.
5 – Feito histórico: dois cinturões simultâneos no UFC
Embora ostentasse o título dos penas, McGregor sequer cogitou defender seu posto. Irredutível, fez com que o Ultimate colocasse um cinturão interino em jogo – vencido por Aldo – e lhe desse a chance de enfrentar Eddie Alvarez, então número 1 da divisão até 70kg. O desejo, como sempre, foi aceito. E com direito a cenário ‘ideal’.
O palco reservado não poderia ser mais especial: o lendário ginásio do Madison Square Garden, em Nova York. A edição 205, disputada em novembro de 2016, marcava o retorno do MMA a Nova York, após anos brigando na justiça pela liberação do esporte. E lá estava Conor, o grande protagonista do show. Responsabilidade, diga-se de passagem, que o irlandês domina como poucos.
Em seu último ato no Ultimate, atuação memorável. Dominando do início ao fim, deu espetáculo para o público e tirou para nada o duro Alvarez, que sucumbiu no segundo round, já sem condições de continuar na luta. Ao final, McGregor estava lá, em cima da grade do octógono, exibindo mais um cinturão para o coleção. Mais do que isso: no fatídico dia 12 de novembro, seu nome entrava para a história como o único lutador a conquistar dois cinturões simultâneos do UFC.
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