Dana White, presidente do UFC, não está nada otimista em relação ao futuro de Jon Jones, flagrado em um exame antidoping após o UFC 214, realizado em julho, quando nocauteou Daniel Cormier e reconquistou o cinturão dos meio-pesados. Sem esconder sua frustração com o episódio, o dirigente mostrou cautela ao comentar sobre o assunto, mas ressaltou que a carreira de ‘Bones’, considerado por muitos como o melhor lutador de MMA de todos os tempos, pode ter chegado ao fim.
“Claro que é brutal. É inacreditável. Tenho certeza de que me sinto da mesma forma que cada um de vocês se sentiu quando ouviu a novidade. (…) Se isso chegar ao fim e ele pegar dois ou três anos de suspensão, isso pode ser o fim da carreira do Jones. Então como falar do legado dele? É provavelmente o fim da sua carreira. (…) Não vou dizer nada até que tudo seja feito. Vamos ver onde vamos parar, mas é inacreditável”, declarou White, em entrevista concedida nesta terça-feira (22), nos bastidores da gravação do programa “The Contender Series”, em Las Vegas (EUA).
Dana ainda revelou que a intenção do UFC seria casar Jones contra Sitpe Miocic, atual campeão dos pesos pesados. Para ele, o norte-americano teria condições de reinar na divisão de cima, concretizando, assim, seu status de melhor de todos os tempos, feito que ficará difícil de ser atingido com a nova suspensão, que pode deixar Jones até quatro anos sem lutar.
“Nós estávamos falando do Jones lutar nos pesos-pesados (contra o Stipe Miocic, no card de Detroit). (…) Jones voltar novamente ao topo (se for considerado culpado e receber nova suspensão) é difícil dizer. Quantos anos ele tem agora? 30? Voltar com 33, 34 anos e tentar novamente…e você olha para o que ele poderia ter sido e feito. É triste. Ele é o melhor de todos os tempos na minha opinião, tinha o potencial para subir para os pesos-pesados, enfrentar pesos-pesados. Se você olhar para o Cormier, ele nunca foi derrotado no peso-pesado. O Jones o derrotou duas vezes. Não estou dizendo que o Jones poderia ser o rei do peso-pesado, mas ele tem o tamanho, a força, tudo para ser o campeão dos pesados. Quem sabe o que poderia ter sido dele. É apenas mais uma dessas histórias tristes”, concluiu.
Aos 30 anos, Jon Jones tem um cartel profissional de 22 vitórias e apenas uma derrota, em uma contestadíssima desclassificação por uma cotovelada ilegal. Líder do ranking peso por peso do UFC, ele é o mais jovem campeão da história da organização e considerado por muitos o maior lutador de todos os tempos. Porém, problemas fora das competições atrapalham a carreira do atleta.
Essa é a segunda vez em pouco mais de um ano que Jones testa positivo para exames antidoping realizado pela USADA. Em julho de 2016, faltando apenas dois dias para enfrentar Cormier no UFC 200, ele foi flagrado por uso de hidroxiclomifeno e Letrozole, dois bloqueadores de estrogênio. Na ocasião, foi suspenso por 12 meses.
Jones confessou ser viciado em cocaína e chegou a ser preso por atropelar uma gestante e fugir do local por estar efeito de drogas. Na ocasião, o UFC retirou seu cinturão e o suspendeu até que o caso fosse julgado e ele fosse condenado a liberdade condicional e cumprir serviços obrigatórios. O presidente do UFC, Dana White, chegou a revelar, ao reintegrar o lutador ao plantel de atletas, que aquela seria sua última chance.