Um capítulo notável da história de jiu-jitsu foi escrito neste domingo (23), na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro. Os dois únicos decacampeões mundiais da modalidade mediram forças, e foi o braço de Roger Gracie o erguido ao final do embate. O épico triunfo por finalização, com um estrangulamento pela lapela, foi sua despedida dos tatames, encerrando sua trajetória nas competições de jiu-jitsu de maneira apoteótica.
Os fãs foram presenteados por uma disputa do mais alto nível de jiu-jitsu. Buchecha iniciou a luta investindo em tentativas de quedas, mas fora frustrado pela boa defesa do oponente. Quando o relógio se aproximava dos sete minutos de combate, o grande momento: Roger conquistou as costas de Buchecha e de lá de ajustou o estrangulamento derradeiro. A história estava escrita. No choque de 20 títulos mundiais, aos 6 minutos e 52 segundos de luta, Roger Gracie venceu a revanche de jiu-jitsu mais aguardada do século.
O golpe selou o encerramento de uma vida dedicada às competições. Aos 35 anos, Roger anunciou sua despedida, e não poderia ter sido de uma maneira melhor.
“Foi a vitória mais significativa da minha carreira. Pela volta a competir de quimono, pelo tempo que eu estava ausente, pela primeira luta que fiz contra o Buchecha e pelo posto que ele ocupa hoje no cenário mundial, que é o de homem a ser batido. Encerro minha carreira com chave de ouro”, comemorou o grande vitorioso do evento.
A atitude pós-luta dos grandes protagonistas da edição inaugural do evento tornou o confronto ainda mais grandioso. Após o resultado, Buchecha fez questão de retornar até o tatame onde Roger ainda comemorava seu triunfo para parabenizar o vencedor.
“Eu cometi um erro, e contra o Roger não se pode errar. Paguei o preço”, analisou Buchecha. “Tenho certeza que ele vai me passar em números de títulos mundiais, terá a carreira mais vitoriosa do jiu-jitsu. Agora é levantar a cabeça e bola para frente”, consolou Roger.