Vitor Belfort espantou uma sequência de quatro lutas sem vitória, com um triunfo equilibrado e aguerrido contra Nate Marquardt, na porção principal do UFC 212, deste sábado (3), no Rio de Janeiro. Foi a primeira vitória por decisão do brasileiro desde 2007, ainda em outro evento. Após o duelo, Vitor garantiu que seguirá em ação por pelo menos mais cinco lutas.
“Eu falei com o Firas (Zahabi, treinador) e falei a ele que vou dar mais cinco lutas para ele. Vocês vão ter que engolir o Vitor Belfort por muito tempo ainda mais (…) Quero agradecer a todo mundo que investiu um pouco do seu tempo no meu desenvolvimento, a todos os meus professores, família e fãs, obrigado”, comentou Belfort.
Belfort começou o primeiro round com muita paciência, como de costume. Porém, buscava encurralar Marquardt com a sua movimentação. O norte-americano, porém, investia em chutes baixos e conseguiu boa queda logo no início. Porém, o brasileiro conseguiu travar bem a luta, não levou muitos danos e o árbitro Osiris Maia colocou o duelo de pé novamente, onde Belfort conseguiu bom chute no corpo do norte-americano. Marquardt, no entanto, conectou dois chutes frontais e levou o assalto inicial.
No segundo round, Vitor começou bem melhor. Rapidamente encurralou o adversário e conseguiu boa sequência, mostrando repertório diferenciado, com chutes altos, uppercuts e cruzados. Marquardt resistiu e voltou ao centro do octógono, investindo novamente nos chutes frontais e socos retos. No fim, o norte-americano pontuou com outra boa sequência.
O último assalto começou com “The Great” buscando usar seu volume para pontuar, mantendo sempre a movimentação e evitando a mão esquerda pesada de Vitor. Investindo em boa variedade de golpes, Marquardt se afastava sempre que Belfort ameaçava puxar o gatilho. A estratégia durou até os últimos dois minutos, quando o brasileiro começou a achar o rosto do norte-americano. Atordoado, Nate ficou perto de ser nocauteado, mas conseguiu chegar ao fim da luta. No fim, o esforço e efetividade do brasileiro foi a diferença.
No primeiro round, Yancy Medeiros começou com bastante agressividade, tentando buscar um nocaute logo cedo. Erick Silva, por sua vez, tentava manter a paciência e não entrar em trocação franca. Porém, o havaiano levou a melhor e atordoou o brasileiro algumas vezes durante o assalto inicial. No fim, Erick chegou a conectar uma boa joelhada na cabeça de Medeiros, que o derrubou rapidamente. Mesmo assim, o norte-americano levou vantagem.
A estratégia de “The Kid” foi a mesma para o segundo assalto. Medeiros chegou buscando o nocaute, enquanto Erick investia nos chutes no corpo do havaiano. No meio de uma sequência, Yancy conectou um gancho de esquerda, que derrubou Erick Silva.
O brasileiro caiu atordoado, mas buscava uma melhor posição para se recuperar. O árbitro Eduardo Herdy acabou interrompendo o combate quando Medeiros procurava ângulo para o ground and pound, dando a vitória ao havaiano. Os fãs presentes à Jeneusse Arena vaiaram muito Herdy e a vitória de Medeiros, que reconquistou os brasileiros, agradecendo aos cariocas pela hospitalidade. Foi a segunda vitória do havaiano desde que resolveu subir para os meio-médios – ele já havia vencido Sean Spencer. Já Erick Silva volta a perder, após vencer Luan Chagas no UFC Brasília do ano passado.
Na segunda luta da porção principal do UFC 212, Paulo Borrachinha mostrou novamente toda sua agressividade, mas adicionou paciência ao seu jogo, segurando o ímpeto inicial de Oluwale Bamgbose para nocautear o nigeriano no segundo assalto.
Borrachinha iniciou a luta segurando um pouco mais o seu ritmo, mas Oluwale Bamgbose foi com tudo, buscando nocautear. O brasileiro soube se defender bem e começou a investir nos chutes baixos. Na segunda metade do round, após ser quedado rapidamente, Borrachinha também adicionou os ganchos no estômago e baço do nigeriano a seu repertório. No fim do assalto inicial, ele conseguiu encurralar Bamgbose, já cansado, e ficou perto do nocaute.
No segundo round, o nigeriano voltou ainda mais agressivo, sabendo que seu cansaço não lhe permitiria chegar ao fim de um eventural terceiro assalto. Borrachinha aproveitou o desespero de Bamgbose e, com paciência, mas bastante agressividade, achou um caminho para o seu gancho de esquerda. Oluwale caiu atordoado e o brasileiro seguiu com um ground and pound brutal até que o árbitro interrompeu o combate.
CARD PRINCIPAL
Peso pena: José Aldo x Max Holloway
Peso palha: Claudia Gadelha finalizou Karolina Kowalkiewicz com um mata-leão a 3m03s do R1
Peso médio: Vitor Belfort derrotou Nate Marquardt na decisão unânime dos juízes (29×28, 29×28, 29×28)
Peso médio: Paulo Borrachinha derrotou Oluwale Bamgbose por nocaute técnico 1m06 do R2
CARD PRELIMINAR
Peso galo: Raphael Assunção derrotou Marlon Moraes na decisão dividida dos juízes (29×28, 28×29, 30×27).
Peso médio: Antônio Cara de Sapato finalizou Eric Spicely com um mata-leão a 3m49s do R1
Peso galo: Mathew Lopez derrotou Johnny Eduardo por nocaute técnico a 2m57 do R1
Peso galo: Brian Kelleher finalizou Iuri Marajó com uma guilhotina a 1m48s do R1;
Peso palha: Viviane Sucuri derrotou Jamie Moyle por decisão unânime dos juízes (30×27, 30×27, 29×28)
Peso meio-médio: Luan Chagas derrotou Jim Wallhead por finalização (mata-leão) aos 4m48s do R2