Primeiro brasileiro a subir no octógono no UFC 211, neste sábado (11), em Dallas (EUA), Demian Maia tem um único objetivo: derrotar Jorge Masvidal e se tornar o próximo a lutar pelo cinturão da categoria. O posto de desafiante, inclusive, já poderia ser do paulista, que vem de seis vitórias consecutivas na categoria. Até por isso o próprio campeão Tyron Woodley questionou o fato de Demian aceitar lutar mais uma vez antes da disputa pelo título, mas o craque do jiu-jítsu esclareceu que a ordem partiu da organização.
“Na verdade, quem mudou de ideia não foi eu, foram eles (os dirigentes do UFC). É lógico que a luta pelo título era o que eu mais queria, mas eles me ofereceram essa luta e falaram que eu precisava lutar de novo para disputar o cinturão, então eu aceitei”, declarou Demian, em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS.
Conhecido mundialmente por seu grappling afiado, Demian sabe que todos seus oponentes irão buscar a luta em pé. Com Masvidal não será diferente, e por isso o brasileiro aposta que quem adotar a melhor estratégia sairá com o braço levantado ao fim do duelo.
“Todos os caras que eu luto querem lutar em pé contra mim, isso é normal. Com o Masvidal não será diferente das minhas últimas dezenas de lutas, eles querem ficar em pé e eu levar para o chão. Vai ser uma luta de quem conseguir impor o seu jogo”, disse o lutador.
Questionado a respeito das ‘money fights’, Maia garante que o termo é ‘supervalorizado’. De acordo com ele, falar e provocar os oponentes não fazem toda a diferença na hora de ‘vender’ as lutas, mas sim o quanto o UFC ajuda a promover o atleta.
“Primeiro, ‘money fights’ é muito relativo, pois tem um monte de lutas que os caras falam muito e não vendem. O St. Pierre é um cara que nunca falou nada, suas últimas lutas foram todas decididas por pontos, e algumas pessoas reclamavam por isso, mas ele é um dos maiores vendedores de pay-per-view de todos os tempos, tanto que o UFC quis trazer ele de volta de todas as maneiras. Então, vender ou não depende muito da promoção e do marketing que é feito em cima do atleta. O Conor McGregor não venderia se o UFC não tivesse investido milhões nele. Falar todo mundo fala, vender muito depende do investimento do UFC, do cara ser um bom atleta – o Conor é um excelente atleta, não adiantaria ele falar o que ele fala se não fosse bom -, então é um casamento de vários fatores”, explicou Demian, que completou dizendo que não se interessa por um duelo contra Georges St. Pierre.
“Não (tenho interesse). No meu caso, estou em um estágio da carreira em que ele se encontrava alguns anos atrás, estou buscando o título. É isso que eu busco hoje em dia, eu não busco uma pessoa específica para lutar. Não importa quem vão colocar para me enfrentar, eu quero ser campeão”.
SUPER LUTAS: Por que você aceitou enfrentar o Jorge Masvidal ao invés de esperar pela disputa do cinturão?
Demian Maia: Na verdade, quem mudei de ideia não foi eu, foram eles (os dirigentes do UFC). É lógico que a luta pelo título era o que eu mais queria, mas eles me ofereceram essa luta e falaram que eu precisava lutar de novo para disputar o cinturão, então eu aceitei.
SL: O que você achou da última disputa de cinturão da categoria, na qual o Tyron Woodley venceu a revanche contra o Stephen Thompson no UFC 209, em março passado?
DM: Foi uma luta bem estudada. Acredito que o Thompson ganhou três rounds e o Woodley ganhou dois, mas foi uma luta apertada, assim como a primeira, e o Woodley acabou ficando com a vitória.
SL: Como você analisa o casamento de estilos para a luta contra o Jorge Masvidal?
DM: Todos os caras que eu luto querem lutar em pé contra mim, isso é normal. Com o Masvidal não será diferente das minhas últimas dezenas de lutas, eles querem ficar em pé e eu levar para o chão. Vai ser uma luta de quem conseguir impor o seu jogo.
SL: Em caso de vitória, você deve ser o próximo desafiante do campeão Woodley. O fato dele ser um wrestler de alto nível te preocupa de alguma maneira?
DM: Na verdade, primeiro eu preciso ganhar essa luta, então não dá para ficar pensando em cinturão. Mas eu já lutei com vários wrestlers de alto nível no UFC e no peso até 77kg eu consegui derrubar todos, mesmo nas lutas em que eu perdi. Então isso não me preocupar, eu sei que vou conseguir (colocar para baixar) se eu fizer o treino certo.
SL: Como você avalia o retorno do Georges St. Pierre ao UFC?
DM: Eu acho que o interesse dele em voltar não está ligado aos títulos, ele já conquistou vários títulos, mas sim a fazer superlutas. O Bisping, para ele, é uma grande luta, é um desafio diferente. Acho que ele gostaria de fazer uma luta contra o Anderson (Silva), contra o (Conor) McGregor… acho que ele está em busca disso. Talvez o UFC queira colocá-lo para disputar o cinturão, mas acredito que ele esteja buscando as grandes lutas.
SL: Você se interessaria por uma luta contra o St. Pierre?
DM: Não. No meu caso, estou em um estágio da carreira em que ele se encontrava alguns anos atrás, estou buscando o título. É isso que eu busco hoje em dia, eu não busco uma pessoa específica para lutar. Não importa quem vão colocar para me enfrentar, eu quero ser campeão.
SL: Você acha que seu estilo mais reservado, que opta por não provocar os adversários, pode te prejudicar nessa nova onda de ‘money fight’?
DM: Primeiro, ‘money fight’ é muito relativo, pois tem um monte de lutas que os caras falam muito e não vendem. O St. Pierre é um cara que nunca falou nada, suas últimas lutas foram todas decididas por pontos, e algumas pessoas reclamavam por isso, mas ele é um dos maiores vendedores de pay-per-view de todos os tempos, tanto que o UFC quis trazer ele de volta de todas as maneiras. Então, vender ou não depende muito da promoção e do marketing que é feito em cima do atleta. O Conor McGregor não venderia se o UFC não tivesse investido milhões nele. Falar todo mundo fala, vender muito depende do investimento do UFC, do cara ser um bom atleta – o Conor é um excelente atleta, não adiantaria ele falar o que ele fala se não fosse bom -, então é um casamento de vários fatores.