Um dos principais prejudicados com o retorno de Georges St. Pierre ao UFC, o brasileiro Ronaldo Jacaré garante que já passou o incômodo pela “furada de fila” do canadense, que vai enfrentar o campeão dos médios, Michael Bisping. Neste sábado (15), o campeão mundial de jiu-jitsu enfrenta Robert Whittaker no UFC Kansas e diz estar com a “página virada” sobre o assunto.
Seu foco agora é exclusivamente Whittaker, um adversário perigoso, que pode colocar em perigo os planos do brasileiro. Jaca pretende seguir lutando até que o UFC não tenha outra opção a não ser lhe dar a sonhada chance pelo título mundial do peso médio.
“Eu me vejo como campeão e o campeão está sempre lutando, se testando. Não tenho problema nenhum em lutar sempre, é o meu trabalho”, comentou o ex-campeão do Strikeforce, em entrevista ao SUPER LUTAS.
Na conversa, Jacaré elogiou Whittaker, garantiu que o tempo de descanso e treino entre suas lutas é mais do que suficiente, palpitou sobre outros brasileiros perto do cinturão e ainda provocou Luke Rockhold, que teria “fugido” da revanche entre os dois.
SUPER LUTAS: Como se deu o processo de casamento da sua luta com o Robert Whittaker?
Ronaldo Jacaré: Na minha cabeça, queria enfrentar o Luke Rockhold ou o Yoel Romero, era isso que eu queria e falei para o UFC. Mas aí eles me ofereceram essa dureza aí que é o Whittaker e pensei: “vamos lá”.
SL: O que você pode analisar do jogo do Whittaker? Quais as principais qualidades dele e as fraquezas?
RJ: Ele é um atleta rápido, tem um boxe muito bom, completo. O jiu-jitsu dele é bom, porque treina de quimono sempre. O Whittaker é um atleta em ascensão, então tenho que tomar cuidado, entrar ligad. Ele tem a juventude, a força, é um cara rápido para a divisão dos médios, e tem o boxe muito alinhado.
SL: Você falou que está no UFC para lutar e não para esperar, mas uma parte de você se preocupa com o risco que uma eventual derrota possa ter pro seu futuro na divisão?
RJ: Eu me vejo como campeão e o campeão está sempre lutando, se testando. Não tenho problema nenhum em lutar sempre, é o meu trabalho. Desta forma, estou trabalhando, ganhando meu dinheiro e me mantendo ativo.
SL: Não te preocupa o intervalo curto entre sua última luta e a próxima? O duelo com o Whittaker foi anunciado no começo de março…
RJ: Não me preocupa, não. Uma coisa bacana sobre mim é que eu entro em forma muito rápido. Tenho certeza que estarei 100% fisicamente na hora de entrar lá e fazer meu trabalho.
SL: Em caso de vitória, pretende pedir uma revanche com Romero, uma luta com Rockhold ou aí sim vai esperar o cinturão?
RJ: Meu objetivo é sempre o cinturão, mas eu sei que vou precisar fazer outra luta depois dessa. Eu quero uma revanche, seja com o Rockhold, que fugiu da outra vez, seja com o Romero. Essas são as lutas que eu quero.
SL: Não dá para deixar de te perguntar sobre a “furada” de fila do GSP, que vai enfrentar o Bisping…
RJ: Eu estou 100% focado na pedreira que é o Whittaker. O que eu tinha para falar sobre esse assunto já foi falado. Quando falei disso, não estava reclamando do GSP ou do UFC. Até porque, o St. Pierre entrou na frente do Romero. Reclamei só que isso ia travar a divisão toda. Mas agora estou de página virada e 100% focado no próximo desafio.
SL: Quem você acha que ganha entre Bisping e GSP?
RJ: Não sei. Na verdade, nem quero falar sobre isso…
SL: O que acha da luta principal do UFC Kansas, entre o brasileiro Wilson Reis e o campeão Demetrious Johnson?
RJ: O Wilson Reis é um atleta duríssimo, muito bom, vem de várias vitórias consecutivas e tem armas para parar o campeão. É difícil? É muito difícil, mas acredito que ele venha preparado.
SL: Entre os outros brasileiros que estão perto do cinturão do UFC, quem você acha que tem mais chances?
RJ: A Jéssica vai pegar uma dureza, mas acho que tem as armas para vencer a campeã. O Demian está chegando, tem um grande desafio (Jorge Masvidal), mas vai passar e lutar pelo cinturão. O Cigano também está com boas chances. Estamos numa época muito boa, cheio de brasileiros que podem pegar o cinturão.
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