Ao subir no octógono neste sábado, dia 15, para enfrentar o campeão peso mosca Demetrious Johnson na atração principal do UFC Kansas, nos Estados Unidos, Wilson Reis terá a chance de se tornar o primeiro brasileiro da história a conquistar o cinturão peso mosca do Ultimate. Nas casas de apostas, no entanto, a confiança no brasileiro está em baixa, uma vez Wilson é considerado o maior azarão do card. Mas nada que incomode o desafiante, que garante estar preparado para surpreender o mundo.
“É normal, eu já sabia que quando fosse enfrentar o Demetrious, eu seria o grande azarão. Isso não me incomoda em nada, apenas me motiva ainda mais. Eu sei que fiz por merecer essa oportunidade e tenho totais condições de surpreender e ser campeão”, declarou o desafiante, em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS.
Questionado sobre qual será a estratégia adotada para superar o campeão, Reis revelou que está preparado para controlar as ações em qualquer área do jogo.
“Eu estou no MMA há quase dez anos, me considero um lutador completo, mas eu vim do jiu-jítsu, gosto de levar a luta para o chão. Porém nessa luta nós temos algumas estratégias montadas, não apenas uma. Com certeza eu estarei buscando levar para o chão ao decorrer da luta, é onde eu me sinto “em casa”, mas a estratégia é baseada em todas as áreas, no striker, wrestrer e jiu-jítsu. Vai ser um duelo bem movimentado, estarei sempre atacando”, prometeu o mineiro.
Wilson também falou sobre a falta de valorização do Johnson, líder do ranking peso por peso do UFC e com nove defesas de títulos, porém sem o reconhecimento de outros grandes nomes que foram campeões, como Anderson Silva e Georges St. Pierre, por exemplo. Para ele, isso se deve ao preconceito com as categorias mais leves.
“Sim, eu acho que é por causa da descriminação com as divisões mais leves, como o peso mosca. Por não termos muitos nocautes, por ser uma categoria mais técnica, infelizmente não atrai tanto as pessoas como as mais pesadas, que há nocautes com mais frequência. (…) Com certeza ainda tem que melhorar muito, mas o UFC, junto aos atletas, estão fazendo um bom trabalho para cada vez mais atrair mais público”, concluiu.
Super Lutas: Você é o primeiro brasileiro da história a disputar o cinturão peso mosca do UFC. Como que você encara isso?
Wilson Reis: É um sentimento de orgulho e felicidade. Não tenho pressão alguma, só preciso chegar lá no octógono, acreditar que posso ser o primeiro brasileiro a ganhar (o título dos moscas) e fazer história.
SL: As casas de apostas te apontam como o maior azarão do evento. Isso te incomoda um pouco?
WR: É normal, eu já sabia que quando fosse enfrentar o Demetrious, eu seria o grande azarão. Isso não me incomoda em nada, apenas me motiva ainda mais. Eu sei que fiz por merecer essa oportunidade e tenho totais condições de ser campeão.
SL: O que você estudou sobre o jogo do Johnson? Qual será a sua estratégia?
WR: Eu estou no MMA há quase dez anos, me considero um lutador completo, mas eu vim do jiu-jítsu, gosto de levar a luta para o chão. Porém nessa luta nós temos algumas estratégias montadas, não apenas uma. Com certeza eu estarei buscando levar para o chão ao decorrer da luta, é onde eu me sinto “em casa”, mas a estratégia é baseada em todas as áreas, no striker, wrestrer e jiu-jítsu. Vai ser um duelo bem movimentado, estarei sempre atacando.
SL: Você treina junto com o Dominick Cruz, o último lutador a derrotar o Demetrious, em 2011. Como você avalia essa ‘parceria’ entre vocês? Deu para pegar algumas dicas?
WR: Com certeza o Dominick me ajudou muito para essa luta. Ele me falou o que achava do Demetrious, da força dele, as dicas dele me ajudaram bastante na preparação. E tem muita coisa que eu já sabia, pois assisto muito as lutas do Johnson.
SL: Era pra você ter disputado o cinturão dos moscas no UFC 201, em julho de 2016, mas acabou não acontecendo por uma lesão do campeão. Você foi mantido no card e enfrentou o Hector Sandoval, um estreante, no card preliminar. Como foi lidar com aquela situação?
WR: Na verdade eu fiquei sem opção, precisava lutar para me manter ativo e ganhar dinheiro, pois esse é o meu trabalho. Eu não queria ficar esperando um ano. Felizmente deu tudo certo, foi uma luta tranquila. Na sequência me preparei para outra luta (contra Uka Sassaki) e ganhei bem novamente.
SL: O Johnson tem nove defesas de cinturão e está no primeiro lugar do ranking peso por peso do UFC. Apesar de todas as conquistas, ele não recebe o mesmo reconhecimento de outros grandes nomes que foram campeões, como Anderson Silva e Georges St. Pierre, por exemplo? Você acha que existe algum tipo de preconceito com a divisão dos moscas?
WR: Sim, eu acho que é por causa da descriminação com as divisões mais leves, como o peso mosca. Por não termos muitos nocautes, por ser uma categoria mais técnica, infelizmente não atrai tanto as pessoas como as mais pesadas, que há nocautes com mais frequência.
SL: Mas você sentiu alguma alguma valorização desde que você estreou no Ultimate, em 2013, ou ainda tem muita coisa pra melhorar?
WR: Com certeza ainda tem que melhorar muito, mas o UFC, junto aos atletas, estão fazendo um bom trabalho para cada vez mais atrair mais público.
SL: Analisando a categoria dos moscas no geral, você vê algum nome que esteja despontando?
WR: Tem bastante cara despontando. O Ray Borg, que recentemente venceu o (Jussier) Formiga, está em um momento muito bom. Tem o Tim Elliott, que vai lutar no mesmo dia que eu, o Sergio Pettis e o (Henry) Cejudo, que irão se enfrentar, e mais uma galera. Mas acho que esse nomes mais fortes do momento.
SL: Está pronto para lidar com toda a badalação e mudança de status que a possível conquista do cinturão trará para você?
WR: Eu me visualizo todos os dias com o cinturão. Com certeza vou estar preparado para qualquer situação diferente que o cinturão me traga, não tenho dúvidas que serão boas oportunidades. Estou bem preparado para isso.
[vox id=”60630″]