Conhecido por seu estilo sempre calmo e reservado, José Aldo está disposto a mudar a maneira de se portar por um único motivo: dinheiro. Ao ser questionado sobre as provocações que vem recebendo de Max Holloway, seu oponente no UFC 212, que será realizado dia 3 de junho, no Rio de Janeiro, o campeão dos penas admitiu que passou a olhar com bons olhos as trocas de farpas entre lutadores, pois, segundo ele, isso agrada os fãs, e, consequentemente, rende um salário maior para os envolvidos.
“A troca de farpa é ótima pra mim, isso que vende. Essa é uma geração totalmente diferente de quando comecei. Quando comecei, eram lutadores que tinham respeito à filosofia da luta. Hoje em dia tem o lutador Nutella e o real. Hoje em dia está uma palhaçada. Se você não falar, provocar, não luta com ninguém, só fica pra trás. O ranking não serve de nada, o que serve é falar, provocar, vender a luta. O que move hoje em dia é o dinheiro. Isso pra mim é super normal. Gosto disso. Na minha penúltima (contra Conor McGregor), ganhei bastante dinheiro. É nisso que penso hoje em dia. Quero ser o campeão que sempre fui, tenho a minha honra e respeito, tudo que aprendi, mas não vale mais a pena ser o bom mocinho, o verdadeiro campeão. O negócio é xingar, falar… Os atletas sabem o que acontece por trás, as declarações de cada um por trás, mas é muito mais fácil chegar na mídia e vender. Se eu falar que quero o Pacquiao já gera manchete, vira uma bola de neve, só tem a crescer. Quanto mais falarem, para mim é ótimo, faz a luta ser grande. Aqui no Rio, pode ter certeza que será casa cheia, lutar aqui é especial, mas tem que ter provocação. Agora são os atletas que casam a luta. Se chegar e xingar, é a luta que vai acontecer. Quando termina a luta, cada um segue para o seu lado e com dinheiro no bolso. Tem que xingar a mãe do outro, a p*** toda, que é o que vai dar dinheiro”, declarou o lutador, durante a coletiva de lançamento do UFC 212
Apesar de garantir a mudança de estilo na promoção das lutas, Aldo afirmou que esse perfil provocador não o agrada. Contudo, ressaltou que é preciso se adaptar ao que o público gosta.
“O que move é o dinheiro. Os atletas têm que entender esse lado. Eu, particularmente, não gosto, fui criado de outra maneira. O Dedé, quando me fez o atleta que sou, não foi dessa maneira, mas, como te falei, temos que nos adaptar. Se se tornou isso, querendo ou não, é bom ter dinheiro no bolso. Promoção tem que acontecer, isso vem desde a época do boxe, com provocações, é normal, mas cutucar não é do atleta brasileiro. Não é nosso perfil provocar, temos respeito, mas os atletas brasileiros têm que entender que tem que ser assim e dar uma provocada”, concluiu Aldo.