Agressivo do início ao fim, Maurício Shogun teve uma atuação irretocável no UFC Fortaleza, realizado neste sábado (11), no Centro de Formação Olímpica do Nordeste. Após balançar Gian Villante por diversas vezes nos dois primeiros rounds, o ex-campeão dos meio-pesados liquidou a fatura com um nocaute técnico no terceiro assalto, para delírio do público presente. Com o resultado positivo, Shogun alcança, pela primeira vez no Ultimate, uma sequência de três vitórias consecutivas. Número 6 no ranking da categoria, o brasileiro pode voltar a sonhar com o topo da categoria.
Shogun começou a luta impondo seu muay thay agressivo, disparando bons golpes em Villante, que sentiu. O americano, no entanto, respondeu com um bom direto de direita, que balançou o brasileiro. Apesar do susto, Maurício, ‘empurrado’ pela torcida, voltou a atacar o rival, que tentava surpreender no contra-ataque. Shogun, mais uma vez, encaixou uma ótima sequência de golpes, fazendo com que Villante dobrasse os joelhos. Apesar da superioridade, o brasileiro não conseguiu definir o combate antes da buzina soar.
Maurício voltou para o segundo round com a mesma postura agressiva, trocando socos na curta distância com Gian. Após alguns instantes de estudo de ambas as partes, Villante acertou um bom cruzado de esquerda no oponente, que andou para trás. Shogun seguiu pressionando e disparado boas combinações, mas Villante oferecia perigo nos contragolpes. O brasileiro, de novo, balançou o rival, que se desequilibrou e caiu, mas logo ficou em pé novamente. O duelo seguiu de maneira morna até o fim do round.
Na etapa decisiva, o cenário se repetiu. Shogun seguiu tomando as ações, mas dessa vez com mais contundência. Preciso, o brasileiro acertou um potente direto em Villante, que sentiu e ficou drogue. Foi a deixa para o brasileiro partir para cima do adversário e soltar uma saraivada de golpes, obrigando Mario Yamasaki a interromper o combate.
Brutal! Assim pode ser definido o nocaute aplicado por Edson Barboza em Beneil Dariush, no segundo round da luta. Após ser pressionado pelo rival durante todo o primeiro round e boa parte do segundo, o brasileiro mostrou todo seu rico arsenal de golpes em pé e tirou uma linda joelhada da cartola para garantir sua terceira vitória consecutiva no peso leve. De quebra, se coloca cada vez mais próximo do posto de próximo desafiante ao cinturão da divisão.
Os dois lutadores começaram trocando fortes chutes baixos. Após esboçarem uma trocação, Dariush passou a cercar o brasileiro no octógono, mas foi surpreendido com um belo chute alto. O golpe não abalou o iraniano, que seguiu tomando a iniciativa da luta, conectando bola golpes no brasileiro. Barboza seguiu se expondo pouco, apenas contragolpeando o rival, que insistia com chutes baixos e na linha de cintura. Nos segundos finais, foi a vez do brasileiro disparar um forte chute na linha de cintura de Beneil, que respondeu com um soco giratório.
O combate recomeçou agressivo no segundo round, com os dois trocando socos na curta distância. O brasileiro insistia na movimentação, na tentativa de encontrar o melhor ângulo para golpear, porém sem sucesso. Dariush foi para as pernas do brasileiro, que fez boa defesa e manteve a luta em pé. Dariush, por sua vez, seguiu golpeando o brasileiro com boas combinações de chutes e socos, abrindo um sangramento no rosto de Edson. No entanto, Barboza mostrou porque é um dos strikers mais perigosos do UFC. Após Beneil tentar a queda, Edson aplicou uma linda e violenta joelho voadora no queixo do iraniano, que caiu já apagado.
Em duelo que pode ter definido o próximo desafiante ao cinturão do peso mosca, melhor para o jovem Ray Borg, que derrotou Jussier Formiga por decisão unânime dos juízes (triplo 29×28) e conseguiu a maior vitória de sua carreira. Agora, o brasileiro soma cinco resultados positivos e quatro negativos na companhia, enquanto Borg chegou ao seu quinto triunfo em sete lutas.
Formiga começou disparando alguns golpes em Borg, que apenas se movimentava no octógono. O brasileiro acertou um chute ilegal no rival, obrigando Mario Yamasaki a interromper por alguns segundos. Com a luta de volta, Jussier levou Ray para a grade e passou a pressionar, sem muita efetividade. Borg conseguiu se livrar do clinche e a disputa voltou para o centro do octógono, com os dois se estudando. Nos segundos finais, Borg acertou bom cruzado no brasileiro, que respondeu com uma cotovelada giratória.
Os dois atletas voltaram buscando mais a luta na segunda etapa, com direito a joelhada voadora disparada pelo americano. Borg tentou a queda, mas Formiga se defendeu bem com o apoio da grade. Após os dois travarem no clinche, o árbitro voltou a luta para o centro do octógono. Borg seguiu soltando boas combinações, enquanto o brasileiro tentava surpreender no contragolpe. Jussier acertou um forte chute na perna do rival, que acusou o golpe.
Borg voltou para o round decisivo tentando levar a luta para o chão, mas Formiga se defendeu de maneira correta e por pouco não pegou as costas do oponente, que conseguiu se levantar. Ray aplicou uma queda, mas acabou sendo surpreendido por Jussier, que raspou e foi para as costas, fechando imediatamente o cadeado na linha de cintura. De maneira inteligente, Borg se livrou da posição, raspou e foi para a guarda do adversário. Por cima, o americano disparou fortes cotoveladas, abrindo um corte no supercilio de Formiga. Contudo, não teve mais tempo para trabalhar.
No único confronto feminino da noite, não houve vencedora. Após três rounds bastante disputados, o duelo entre Bethe ‘Pitbull’ Correia e Marion Reneau terminou em empate majoritário (27×29, 28×28, 28×28). O resultado inusitado aconteceu após a brasileira vencer os dois primeiros rounds, mas ser completamente dominada no último. Com o resultado, as duas atletas seguem estacionadas no meio da tabela do peso galo feminino.
O confronto começou com bastante estudo e pouca ação no centro do cage. Aos poucos, as duas atletas começaram a soltar alguns golpes, porém sem muita efetividade. Após Marion acertar um bom chute na linha de cintura, Bethe clinchou e levou para grade. A luta seguiu truncada, com a brasileira pressionando contra a grade. De volta ao centro do octógono, as duas ensaiaram uma trocação, mas Correia aproveitou uma brecha e aplicou uma queda nos segundos finais da parcial.
A segunda etapa voltou em ritmo morto, assim como a primeira. Bethe, porém, começou a mostrar mais agressividade e ensaio algumas combinações de socos, que entravam limpos no rosto de Marion. A cada golpe bem sucedido da brasileira, o público se levantava. Ciente da desvantagem, Reneau passou a atacar mais, porém foi novamente quedada por Pitbull. Na guarda da americana, Bethe golpeava de forma pouco contundente, mas seguiu controlando até a buzina soar.
O round decisivo começou agressivo. Bethe acertou um bom direto em Renau, que respondeu com uma ótima combinação de socos, que balançaram a brasileira. Drogue, Correia, foi para as pernas da adversária, que se defendeu e caiu por cima. Após raspar e cair montada, Reneau passou a castigar a rival, que tentava se defender de todos os jeitos. Ao tentar se levantar, Bethe cedeu as costas para a adversária, que fechou o triângulo na linha de cintura e foi para o mata-leão. “Empurrada” pela torcida, Bethe mostrou enorme coração e aguentou até o final do round, para delírio do publico presente no Centro de Formação Olímpica do Nordeste.
Após o primeiro encontro entre Alex Cowboy e Tim Means terminar sem resultado, em virtude de golpes ilegais aplicado pelo norte-americano, o brasileiro não deixou dúvidas de sua superioridade na revanche e finalizou o rival com um mata-leão aos 2m51s do segundo round. Com o triunfo, Cowboy somou sua sexta vitória em nove lutas no Ultimate, enquanto Means amargou seu quinto revés em 14 duelos na franquia.
Cowboy começou disparando bons golpes em Means, que se defendeu e levou a luta para a grade, mas foi quedado pelo brasileiro. Por cima, Alex teve que se preocupar em não cair nas finalizações do rival, que tentava o bote por baixo. A luta voltou a ficar de pé, com bastante troca de posição no clinche, até o brasileiro aplicar outra bela queda em Tim, que bateu no chão e levantou, porém foi novamente derrubado. Tim rapidamente se levantou, e Cowboy, de novo, tentou quedar, só que errou o tempo e caiu por baixo até o fim do round.
No início do segundo round, Cowboy tentou abraçar Means, que negou. Após defender uma queda, o brasileiro levou a luta para a grade. Após muita força de ambas as partes na no clinche, Alex derrubou novamente, mas não conseguiu trabalhar por cima. Na medida que Means tentava levantar, Cowboy tratava de voltar a luta para o solo. E com sucesso. No chão, Cowboy rapidamente foi para as costas e fechou o cadeado. Com muita calma e categoria, encaixou o mata-leão e obrigou Means a dar os três tapinhas.
Peso meio-pesado: Maurício Shogun derrotou Gian Villante por nocaute técnico aos 4m1s do R3
Peso leve: Edson Barboza derrotou Beneil Dariush por nocaute aos 1m19s do R2
Peso mosca: Ray Borg derrotou Jussier Formiga por decisão unânime dos juízes (triplo 29×28)
Peso galo: Bethe Pitbull e Marion Reneau terminou com um empate majoritário (27×29, 28×28, 28×28)
Peso meio-médio: Alex Cowboy derrotou Tim Means por finalização (mata-leão) aos 2m51s do R2
CARD PRELIMINAR
Peso leve: Kevin Lee derrotou Francisco Massaranduba por finalização (mata-leão) aos 1m42 do R2
Peso meio-médio: Serginho Moraes derrotou Davi Ramos por decisão unânime dos juízes (triplo 30×27)
Peso galo: Joe Soto derrotou Rani Yahya por decisão unânime dos juízes (29×28, 29×27, 29×27)
Peso leve: Michel Trator derrotou Josh Burkman por finalização (estrangulamento norte-sul) aos 1m42s do R1
Peso pena: Jeremy Kenned derrotou Rony Jason por decisão unânime dos juízes (29×28, 29×28, 29×27)
Peso médio: Paulo Borrachinha derrotou Garreth McLellan por nocaute técnico aos 1m17s do R1