Exclusivo: Mirando retorno ao UFC, Glaico quer vitória no Aspera 49 para apagar derrotas recentes

Campeão do TUF Brasil 4, Glaico retorna ao MMA nacional neste sábado, dia 18, na luta principal do Aspera 49

Campeão do TUF Brasil 4 na categoria dos leves, Glaico ‘Nego’ França está de volta ao MMA nacional. Após acumular uma vitória e duas derrotas no UFC, o catarinense foi desligado da organização, mas nada que o abalasse. Neste sábado (18), em Balneário Camboriú (SC), Glaico retorna ao octógono na luta principal do Aspera 49, contra Ludy Goulart, em duelo que, segundo o atleta da Astra Fight Team, servirá como um recomeço em sua carreira.

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“O Aspera é um evento muito bom, está fazendo muitas edições para vários lutadores se apresentarem e um dia chegarem no UFC ou algum evento internacional. Eles decidiram fazer uma edição do Aspera aqui na cidade na qual eu treino (Balneário Camboriú), é legal para eu voltar a competir e atuar, eu quero apagar as duas derrotas recentes. Serve, também, para mostrar que eu continuo sendo aquele Glaico campeão do TUF. Até melhor tecnicamente, pois eu não parei de treinar”, declarou França, em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS.

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Para o próximo confronto, Glaico optou por mudar um detalhe que, de acordo com ele, foi prejudicial em sua trajetória no Ultimate: o peso. Antes lutando na categoria dos leves (até 70kg), ‘Nego’ subiu para os meio-médios (até 77kg) e garante que a mudança será primordial para melhorar suas performances e, consequentemente, trilhar seu caminho de volta ao UFC.

“Eu estou me sentindo melhor. Hoje, eu sou naturalmente um (lutador até) 77kg, um meio-médio. (…) Eu não preciso mais me desgastar tanto para bater 70kg, no peso leve. Eu posso treinar bem. (…) Eu deveria ter sentado com meu mestre, o Marcelo Brigadeiro, e comunicado que eu não conseguiria mais bater 70kg no UFC. Infelizmente eu paguei sendo cortado, mas isso vai voltar naturalmente. Meus pais me ensinaram que sempre podemos recomeçar, e eu tenho certeza que vou voltar para o UFC, pois com 77kg vou mostrar tecnicamente o que eu realmente sei”, garantiu Glaico.

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Leia a entrevista completa com Glaico França: 

Super Lutas: Fale um pouco de como foi a experiência de participar do TUF Brasil 4. O que você tirou de aprendizado?

Glaico França: Foi uma experiência muito bacana. Para começar, foi fora do país e eu nunca tinha viajado de avião, então foi muito legal para mim. Nós ficamos 50 dias em Las Vegas, com os caras mais ‘pedreiras’ do Brasil. Eu sempre sonhava em estar no TUF. Antes mesmo de assistir o TUF 1, 2 e 3 no Brasil, eu acompanhava o TUF dos Estados Unidos, eu já era apaixonado (pelo reality) antes mesmo de entrar no programa. Por eu ter assistido as outras edições, muita coisa me ajudou. Eu assistia e pensava: ‘Os caras vão ficar tantos dias longe da família, 50 dias fora do seu cotidiano’. Eu já fui me imaginando e mentalizando, me coloquei no lugar (dos participantes anteriores). No The Ultimate Fighter você tem que estar preparado fisicamente e psicologicamente. (…) É uma experiência única, nada (melhor) do que vivenciar.

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SL: Como você avalia a decisão do UFC em não gravar mais edições do TUF Brasil?

GF: Para falar a verdade, os caras que inventaram o The Ultimate Fighter tiveram uma sacada muito boa. Todos as pessoas que participaram, tanto os lutadores quanto as pessoas que trabalham em volta do reality, sempre gostaram. (…) Eu fico muito sentido, pois o TUF é uma plataforma que projeta bons lutadores, tirando as pessoas do anonimato e levando para o ‘mundo do UFC’, no qual bastante pessoas conhecem.

SL: O que você acha que influenciou nessa decisão?

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GF: Eu posso estar errado, mas acredito que se o TUF não está (sendo gravado) mais no Brasil, talvez seja por causa do encaixe de horário. Eu entendo que tem a faixa etária, eles não podem colocar antes das 22h, mas se fosse nesse limite, se fizessem um TUF Brasil hoje, em 2017, e colocassem às 23h em uma sexta-feira ou no sábado, seria perfeito, pelo horário e pelo dia. Pois uma coisa é você colocar à meia-noite no sábado, outra é colocar à meia-noite no domingo. Muitas pessoas que gostam (do programa) acabam não assistindo, pois precisam trabalhar cedo no outro dia.

SL: Quando houve o seu corte do UFC, você ainda tinha mais lutas no contrato ou eram só as três realizadas e eles optaram por não renovar?

GF: Tinham mais lutas, eles decidiram encerrar o contrato após a derrota para o (Gregor) Gillespie. Devido a uma cláusula no contrato, o UFC tem e opção de rescindir o contrato se você vier de derrota.

SL: Qual é o balanço que você faz da sua primeira passagem pelo UFC? Há algo que você se arrependa ou teria feito diferente?

GF: Em relação as lutas, eu me preparei e me dediquei ao máximo, não faltei em nenhum treino, sempre procurei escutar meus treinadores/mestres, me alimentei da melhor forma possível. Os resultados não vieram, mas acredito que o X dessa questão, de eu não estar mais no UFC, foi um erro exclusivamente meu. Eu deveria ter sentado com meu mestre, o Marcelo Brigadeiro, e comunicado que eu não conseguiria mais bater 70kg. Infelizmente eu paguei sendo cortado do UFC, mas isso vai voltar naturalmente. Meus pais me ensinaram que a gente sempre pode recomeçar, e eu tenho certeza que vou voltar para o UFC, pois com 77kg vou mostrar tecnicamente o que eu realmente sei. Tenho certeza que vou voltar. (…) Talvez, se depois que eu lutei com o Fernando (Açougueiro) eu tivesse subido para 77kg, eu ainda estivesse no Ultimate.

Glaico se tornou o campeão peso leve do TUF Brasil 4. (Foto: Getty Images)

Glaico se tornou o campeão peso leve do TUF Brasil 4. (Foto: Getty Images)

SL: Por que escolheu o Aspera FC pra tentar voltar ao UFC? Foi mais uma questão da proximidade com os donos do evento ou você acha que o evento atingiu um patamar diferenciado dentro do cenário nacional?

GF: O Aspera é um evento muito bom, está fazendo muitas edições para vários lutadores se apresentarem e um dia chegarem no UFC ou algum evento internacional. Eles decidiram fazer uma edição do Aspera aqui na cidada na qual eu treino (Balneário Camboriú), é legal para eu voltar a competir e atuar, eu quero apagar as duas derrotas recentes. Serve, também, para mostrar que eu continuo sendo aquele Glaico campeão do TUF. Até melhor tecnicamente, pois eu não parei de treinar. (…) O Aspera é uma boa opção, cresceu muito, e em um card muito bom, com Thiago Tavares, Alberto Uda, Cleiton Foguete, fora as outras ‘pedreiras’ que também vão lutar no card.

SL: Se você recebesse uma proposta de alguma organização internacional, como, por exemplo, do Bellator, você aceitaria ou seu foco é fazer algumas lutas nos eventos nacionais e conseguir bons resultados para retornar ao UFC?

GF: Eu respeito muito o Bellator, é um bom evento, mas eu não gostaria de ir para o Bellator. Eu tenho a convicção que vou voltar para o UFC. Se tiver que me apresentar em outros eventos renomados, acredito que um Pancrase, que é um ótimo evento e me daria a oportunidade de atuar no Japão, ou talvez um LFA, que são portas de entrada para voltar ao UFC. Como eu falei, eu respeito muito o Bellator, mas não gostaria de lutar por lá, a não ser que a porta (do UFC) estivesse lacrada e não fosse possível meu retorno, aí sim. Eu gosto do UFC, sempre fui tratado muito bem por todos os funcionários, desde a pessoa que nos buscava no aeroporto até o rapaz que nos conduzia até o octógono no dia da luta. (…) Eu me sinto em casa no UFC e com certeza pretendo voltar, por isso quero me apresentar em um grande evento que me credencie para o retorno. Se eu pudesse escolher dois eventos, seria LFA e Pancrase. Acredito que com umas três vitórias e me apresentando bem em algum desses dois eventos, eu me credencio para voltar a lutar pelo UFC.

SL: Como você enxerga o atual momento do MMA nacional? Acha que tem muita coisa a melhorar?

GF: O MMA nacional vive um momento complicado, porque está muito difícil conseguir patrocínio e isso reflete nos eventos. As pessoas que fazem evento no Brasil têm uma dificuldade muito grande em pagar a bolsa do atleta, em montar um card bom, então a situação é muito complicada. No entanto, me veio na cabeça um evento muito bom, que ainda está crescendo: o Fight2Night, do Bruno Gagliasso. É uma opção, também. Claro que quem escolhe é o Marcelo Brigadeiro, meu manager, mas o que ele escolher, eu fico tranquilo. (…) Eu não me preocupo com isso, apenas treino e vou lá mostrar meu trabalho. O nosso objetivo é voltar para o UFC, eu treino e me dedico para isso.

SL: Seu próximo objetivo é a luta contra o Judy Goulart, no próximo sábado. Como está sendo sua preparação para atuar na categoria dos meio-médios (até 77kg)?

GF: Eu estou me sentindo melhor. Hoje, eu sou naturalmente um (lutador até) 77kg, um meio-médio. (…) Eu não preciso mais me desgastar tanto para bater 70kg, no peso leve. Eu posso treinar bem. Antes, quando era até 70kg, tínhamos que parar de treinar forte por volta de duas semanas antes da luta, caso contrário eu poderia me lesionar, pois era muito corte de peso e eu me alimentava com uma quantidade muito aquém do que meu corpo necessitava diariamente. Hoje é diferente, consegui treinar forte até o último sábado (11), o que não vai atrapalhar em nada minha perfomance. Antes não tinha como eu fazer isso por causa do corte de peso. Antes eu colocava o corte de peso como prioridade em relação a tudo, hoje nós temos um cronograma da maneira correta. Faltando duas semanas nós começamos de uma maneira leve, deixando para ser um pouquinho mais agressivo na última semana, o que é natural.

SL: Para a galera que não sabe, em qual academia você treina e quem são seus principais parceiros de treinos e treinadores?

GF: Eu treino em Balneário Camboriú, na equipe Astra Fight Team e treino com Darren Till, Alan dos Santos, Pedro Junior, Anderson ‘Big Bones’. (…) Meu treinador de chão é o Marcelo Brigadeiro, meu head coach, de wrestling é o Tim Ruberg, americano que já foi duas vezes All American, e sem palavras para o nosso professor de trocação, o Darren Till, mas atualmente quem assumiu é o professor Alexandre Guerra, que também dispensa comentários. Nossa equipe é 100%, então é só treinar e esperar para colher os frutos.

SL: O que você sabe a respeito do jogo do Ludy Goulart, seu próximo adversário? O que você estudou sobre ele e como se preparou para o duelo?

GF: Ele tem um nível bom de quedas e um chão bom, é faixa preta de jiu-jítsu. Em pé, ele tem uma mão pesada, mas não é um striker, o jogo dele é abafando e buscando as quedas, ele é muito forte fisicamente. Ele finalizou a maioria das lutas deles. Já enfrentou o Edilberto ‘Crocota’, ex-UFC, e venceu na decisão. É como eu falei, ele não é tão técnico em pé, mas tem a mão muito dura, um jogo de queda consistente, porém seu ponto forte é o jiu-jítsu.

SL: Você vai fazer a luta principal do evento. Você enxerga isso como um reconhecimento do seu trabalho, do seu potencial?

GF: Essa oportunidade de liderar esse card do Aspera 49 é muito gratificante, pois é um grande evento, como estávamos falando antes. Vai ser um ótimo palco para eu poder me apresentar e mostrar que o Glaico que ganhou o The Ultimate Fighter Brasil 4 está mais vivo do que nunca e ainda melhor tecnicamente, fisicamente e mentalmente.

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