Derek Brunson ainda não aceitou a derrota para Anderson Silva no UFC 208, evento realizado no último sábado (11), no Brooklyn (EUA). Em entrevista ao programa ‘The MMA Hour’ (EUA) o americano garantiu que venceu o duelo, mas o resultado nas papeletas dos juízes o impediu de conquistar o maior feito de sua carreira.
“Você procura esses grandes momentos na carreira. Ouvi as reações das pessoas, ouvi gente dizer que ele ganhou 30-27, e essas pessoas são retardadas. Desculpem o meu palavreado, não é apropriado dizer isso, mas foi simplesmente ridículo. Dizer que Anderson Silva venceu é loucura, não tem como ele ter vencido. Esse era meu momento divisor de águas, conseguir uma vitória significante. Noventa por cento das pessoas com quem conversei me disseram que venci, mas isso vai se evaporar eventualmente. Não vamos falar disso, vamos ver quem venceu e quem perdeu, não como a luta se desenhou. E isso é a coisa mais importante que tiraram de mim. A luta foi empolgante em alguns momentos, trocamos socos, tivemos clinches, ele me jogou joelhadas, eu joguei uppers tentando finalizar. Mas, independente disso, um momento divisor de águas na minha carreira foi tirado de mim. As pessoas disseram para eu parar de chorar e seguir adiante, mas não devo me importar? Depois dessa entrevista, planejo seguir adiante”, afirmou Brunson.
Questionado sobre o estilo de luta diferente adotado no confronto, Brunson, que é conhecido pela postura agressiva e o ritmo forte que impõe no primeiro round, admitiu que precisou ser mais conservador contra o “Spider”. De acordo com ele, o alto poder de contragolpe do ex-campeão dos médios o fez ter atenção redobrada no octógono.
“Acho que Anderson ainda tem muitas lutas pela frente. Sim, o queixo dele regrediu, mas todo mundo tem um queixo fraco se é golpeado nele. Por toda sua carreira, ele foi elusivo e acertou caras. Ele pode fazer caras pagarem mesmo lutando à distância. Sou rápido e não foi fácil explodir. E sempre que tentava armar o golpe, via ele se preparando para me contragolpear, então tive de ter cuidado”.
“Juízes, não fiquem admirando quem está lutando. Julguem a luta. Não há nenhuma forma, estatisticamente, de ele ter vencido essa luta. Se enfrentasse qualquer um no elenco e fizesse a mesma luta, eu venceria. Se as estatísticas estivessem invertidas, e eu fizesse o que Anderson fez comigo, e ele fizesse o que fiz, quem vence essa luta? E não é culpa do Anderson, nada contra ele. Dizem que tive muito respeito, mas não, só tentei não ser burro como na minha última luta. Não vou ser descuidado contra um grande contragolpeador. Sei que posso nocautear as pessoas, tenho que achar a paciência no meu jogo para ser parte do processo. Estou aprendendo isso, estou melhorando, e evoluí. Trabalhamos o camp todo em não me inclinar com o queixo levantado. Não diria que estava sendo hesitante. Eu estava estudando, estava tentando nocauteá-lo”, concluiu o lutador.
Aos 33 anos, número 9 no ranking dos médios, sofreu sua segunda derrota consecutiva na organização. Ao todo, ele soma sete triunfos e três reveses no Ultimate (16-5 no cartel profissional).