Vicente Luque chegou no UFC sem muito alarde, desconhecido por grande parte do público brasileiro. No entanto, bastaram 11 meses para que o meio-médio de apenas 25 ganhasse destaque mundial e se tornasse uma das principais promessas do Brasil no Ultimate.
Com quatro vitórias consecutivas – duas por finalização e duas por nocaute -, Luque quer alçar vôos maiores em 2017. Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, Vicente falou sobre a vitória no UFC 205, em Nova York, o atual momento da categoria dos meio-médios, a rápida ascensão na organização e revelou quais são seus planos para o próximo ano.
“Com certeza me surpreendo todos os dias quando paro e penso onde estou. (…) Realmente, foi rápida (a ascensão), mas tem um trabalho muito grande por trás, e pretendo continuar fazendo esse trabalho e evoluindo, porque a gente quer ser o melhor, mas ninguém nasce o melhor, você pode se tornar o melhor, e para se manter lá (no topo) você tem que trabalhar mais ainda. Meu objetivo é continuar treinando e evoluindo cada vez mais”, disse Luque.
Motivado pela boa sequência de resultados positivos, Vicente quer enfrentar um top 15 em sua próxima luta, para ir, aos poucos, se aproximando de realizar o seu maior desejo: torna-se campeão do UFC.
“Eu acho que com a sequência que eu tenho, já mereço lutar contra alguém do top 15, esse é meu objetivo. Quero poder lutar, entrar no top 15 e começar a ir atrás do cinturão. É o objetivo de todos que estão no UFC e o meu não é diferente. Eu quero conseguir aquele cinturão”, garantiu o lutador.
Vicente Luque: – Foi um card que qualquer lutador que está no UFC gostaria de fazer parte. Estava incrível. O card preliminar poderia ser um card principal de qualquer outro evento do UFC. Eu recebi a ligação do meu empresário faltando duas semanas e meia antes do evento, oferecendo para lutar contra o Belal Muhamad, e eu não pensei nem duas vezes. O mais difícil seria perder o peso, mas eu tenho muita ajuda do Dr. Rodrigo Mauro, que sempre me ajuda no corte de peso. Assim que aceitei a luta eu já liguei para ele, que me passou a dieta certinho, e eu consegui perder o peso tranquilo. (…) Eu consegui treinar bem nessas duas semanas e meia, inclusive treinei no dia anterior da pesagem. Parte do corte de peso foi treinando e a outra parte na banheira. Me senti muito bem, consegui chegar lá e fazer o que fiz. Inclusive, eu estava pronto para lutar três rounds. O meu adversário é conhecido por ter um queixo muito bom, na primeira luta dele no UFC, contra o Alan Jouban, ele tomou quatro knockdowns e voltou, então realmente esperava que fosse três rounds. Na cabeça eu já estava (pensando): ‘Vou fazer uma luta estratégica, dosar o gás e botar pressão, mas também ser bem contundente com os golpes’. E eu acho que fui tão contundente que consegui acertar o golpe e ele caiu, e fui para cima para acabar (a luta), pois sabia que ele poderia voltar.
– Na verdade, é uma suspensão “grande” se eu não fizer o raio-x. Essa mão (a direita) estava meio inchada depois da luta, e a Comissão Atlética de Nova York é bem restrita com muitas coisas, quer preservar muito os atletas. Então eles falaram que eu teria uma suspensão até apresentar o raio-x. Já estou me programando para quando voltar para Brasília, vou fazer o raio-x, mandar para eles e já me liberam. É tempo indeterminado, mas só até eles receberem o raio-x.
– Com certeza me surpreendo todos os dias quando paro e penso onde estou. O mais importante que eu faço é treinar, procuro me manter sempre pronto. Eu fiz três lutas em cinco meses, e acho que consegui realizar essas lutas porque estava me mantendo saudável e preparado. Assim que eu volto para Brasília, logo após minhas lutas, já volto a fazer fisioterapia, independente de ter lesão, faço fisioterapia preventiva. Faço a preparação física na parte de força, pois quando estamos longe da luta a gente faz bastante força para fortalecer o corpo em geral, e já volto aos treinos técnicos, na parte em pé e no chão. Isso é o que proporciona que eu consiga ter as lutas que tive em tão pouco tempo. Realmente, foi rápido (a ascensão), mas tem um trabalho muito grande por trás, e pretendo continuar fazendo esse trabalho e evoluindo, porque a gente quer ser o melhor, mas ninguém nasce o melhor, você pode se tornar o melhor, e para se manter lá (no topo) você tem que trabalhar mais ainda. Meu objetivo é continuar treinando e evoluindo cada vez mais.
– Naquela luta eu achei que o Tyron ganhou, não achei que foi empate. Foi uma luta parelha, mas o Tyron colocou mais pressão em certos momentos, o suficiente para ganhar a luta.
– Eu acho que com a sequência que eu tenho, já mereço lutar contra alguém do top 15, esse é meu objetivo. Quero poder lutar, entrar no top 15 e começar a ir atrás do cinturão. É o objetivo de todos que estão no UFC e o meu não é diferente, eu quero conseguir aquele cinturão.
– Pegando um oponente bem ranqueado ali no top 15, e dependendo de como eu vencer, acho que posso entrar no top 15 e já fazer mais algumas lutas para tentar me tornar um contender.
– Eu dei uma olhada no ranking para ver quem tinha luta marcada ou não, e dois caras me interessam bastante: um é o Lorenz Larkin, que é um trocador, e só o fato do estilo de lutar dele, junto ao meu, seria um grande show para os fãs, então essa seria a luta ideal. E o Jake Ellenberger também é um grande nome e está no top 15, também seria uma luta interessante para eu fazer.
– Lá para março ou abril. Eu fiz essa sequência de lutas agora, quero dar uma descansada, aproveitar o natal e ano novo com a família, então lá para março ou abril dá para lutar de novo.
– Principalmente, me motiva. Motiva porque é, de certa maneira, o reconhecimento do trabalho que venho fazendo. As vezes a gente ganha as lutas e, talvez, eles (os fãs), não reconhecem o tamanho do esforço que foi para conseguir aquela vitória. Então, acho que esse status de promessa, o pessoal começar a ver que eu realmente tenho potencial para ser um campeão, isso me motiva para treinar mais ainda e ficar mais focado para vencer todas as lutas daqui para frente.
– Eu acho que é uma vantagem, mas não foi uma preocupação minha. Na verdade, meu pai é chileno, então eu falo espanhol com ele. Eu nasci nos Estados Unidos, vivi lá até os seis anos e vim para o Brasil com a minha mãe, que é de Brasília. O que aconteceu: eu aprendi o inglês lá nos Estados Unidos, o espanhol falando com meu pai, eu falo até hoje com ele em espanhol, e minha mãe aprendeu inglês lá (nos EUA), então quando voltamos para Brasília, ela optou por conversar comigo só em inglês, para eu não esquecer, então eu consegui me manter muito bem falando as três línguas, e hoje em dia com certeza é algo que me ajuda bastante. É uma vantagem hoje, mas não foi pensando, não. Mas eu dei sorte (risos).