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O que Aldo pode fazer se confirmar sua aposentadoria do UFC?

Aldo ficou frustrado com decisão do UFC. Foto: Harry How/Zuffa LLC

Aldo ficou frustrado com decisão do UFC. Foto: Harry How/Zuffa LLC

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A insatisfação pública de José Aldo com o UFC foi um dos grandes destaques do noticiário do MMA nesta semana. O campeão interino dos penas, considerado um dos melhores lutadores peso por peso da atualidade, não gostou das recentes decisões tomadas pela organização e ameaçou se aposentar do esporte.

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Aldo ficou amplamente frustrado com o novo adiamento de sua desejada revanche contra Conor McGregor, seu algoz em 2015. O brasileiro, que conquistou o cinturão provisório em julho deste ano, esperava ter a chance de devolver a derrota em seu próximo combate, inclusive com promessas públicas de Dana White, presidente do UFC.

Porém, na noite de segunda-feira (26), o Ultimate frustrou os planos de Aldo e anunciou que McGregor subirá de categoria e disputará o cinturão dos leves sem precisar abrir mão do título linear dos penas.

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Mas e se Aldo não estiver blefando? O que o futuro reservaria para o manauara, tanto dentro como fora do esporte? É o que o SUPER LUTAS responde neste especial. Confira!

Possibilidade 1: a aposentadoria definitiva das lutas

Parece difícil imaginar que Aldo, com apenas 30 anos de idade, possa de fato pendurar as luvas. No entanto, se o ex-campeão realmente não possui mais o desejo por competir, a questão que fica é: ele tem condições financeiras de deixar o esporte ainda tão jovem?

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Aldo é dono de lanchonete no Rio. Foto: Divulgação

Para ter uma ideia, fizemos um levantamento de todas as bolsas recebidas pelo manauara em sua carreira internacional do MMA. No início de sua trajetória, no WEC, o lutador embolsou US$ 195.500 (R$ 636.390 na cotação atual) em oito lutas realizadas. No UFC, seu status cresceu consideravelmente e os salários subiram junto: foram US$ 2,25 milhões (R$ 7,3 milhões) em nove combates realizados no octógono.

É praticamente impossível, contudo, calcular o patrimônio de Aldo com base nesses valores. Os números declarados não incluem eventuais pagamentos “por fora” do UFC, além de possíveis fatias da venda de pay-per-view e patrocínios pessoais. Além disso, a bolsa raramente fica toda em posse do atleta, já que os valores são divididos com seus treinadores e empresários.

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Porém, pode-se concluir que Aldo pelo menos já conta com um “pé de meia” confortável. O lutador investiu parte de seu dinheiro em um empreendimento pessoal e possui formas alternativas de renda. Um exemplo é a Famous Burger, lanchonete inaugurada em janeiro deste ano no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro.

Neste ano, Aldo também viu a história de sua vida chegar aos cinemas com o filme “Mais Forte que o Mundo”, que obteve boa aceitação da crítica. Em filmes biográficos feitos com a autorização da pessoa em questão, normalmente há o repasse de parte da bilheteria e/ou direitos de imagem. Mesmo sem saber exatamente os valores, Aldo provavelmente obteve uma renda extra com a execução do projeto.

Possibilidade 2: a mudança para outras organizações

Talvez esta seja a possibilidade mais remota de nossa lista, já que muito dificilmente o UFC quebraria o contrato de Aldo e o liberaria para assinar com organizações rivais. Mesmo assim, tem sido cada vez mais frequente a debandada de atletas a outras ligas, sobretudo no Bellator (EUA) e Rizin (Japão).

Recentemente, o UFC perdeu nomes importantes para o Bellator, especialmente Ben Henderson e Rory MacDonald. No caso de Henderson, ex-campeão do Ultimate, a comparação nos salários declarados foi, surpreendentemente, favorável ao UFC: ele recebeu US$ 102 mil em sua última luta pela organização de Dana White e US$ 75 mil em seu combate mais recente para Scott Coker.

Contabilizando todos os pagamentos já distribuídos pelo Bellator, o recorde fica com Tito Ortiz, que levou US$ 300 mil – menos do que o próprio Aldo recebeu no UFC 200.

Contudo, novamente, os números declarados não incluem os eventuais pagamentos “por fora”. Além disso, há um importante fator que tem peso nesta questão, que é a permissão do uso de patrocínios pessoais dentro da jaula.

Antes campeão do UFC, Henderson se mudou ao Bellator. Foto: Divulgação

Desde julho de 2015, o UFC impôs o uso de uniformes da Reebok a todos os seus atletas, impedindo-os de ostentarem marcas em suas roupas. Vários lutadores se queixaram publicamente de perdas financeiras com o acordo. Aldo, ao longo de sua carreira, já foi apoiado por marcas como Venum, Bony Açaí, Dethrone, MMA Authentics e TCB, e, caso vá ao Bellator, poderia voltar a fechar acordos pessoais com essas e outras marcas – que, certamente, renderiam ao lutador uma verba mais gorda do que os US$ 30 mil recebidos da Reebok em sua luta no UFC 200.

Esportivamente falando, o Bellator também poderia mostrar a Aldo um cenário interessante, incluindo possíveis duelos com o “trio de ferro” dos penas Daniel Straus, Patrício Pitbull e Pat Curran.

No Rizin, porém, a situação é um pouco mais obscura. Os atletas que se destacam nos ringues japoneses não se queixam publicamente de seus salários, mas não se sabe ao certo quais são as quantias pagas. Daron Cruickshank, que deixou o UFC para atuar no Rizin, deu uma dica ao dizer que foi para a organização na qual está o dinheiro”.

Possibilidade 3: a permanência no UFC

J. Aldo (esq.) e D. White (dir.): clima bom, só na foto. Foto: Reprodução

Apesar de sua mágoa visível com as decisões tomadas recentemente pelo UFC, Aldo sempre tem a possibilidade de voltar atrás em suas declarações e retornar à organização de Dana White. Afinal, em seu atual emprego, ainda há a possibilidade de lutas esportivamente interessantes, além de bons salários.

As bolsas declaradas de Aldo no UFC vêm crescendo praticamente luta após luta. Por exemplo, no duelo contra Ricardo Lamas, em fevereiro de 2014, o campeão levou para casa US$ 240 mil; contra Chad Mendes, em outubro do mesmo ano, o valor pago foi de US$ 350 mil. Na derrota para Conor McGregor, recebeu US$ 400 mil, e, em seu combate mais recente, contra Frankie Edgar, no UFC 200, levou US$ 500 mil.

Obviamente, os valores ainda estão distantes do recorde absoluto do UFC, que é o salário de US$ 3 milhões a McGregor no UFC 202. Mesmo assim, a quantia recebida ainda permitiria a Aldo aumentar o seu “pé de meia” e investir em outros negócios.

Colaborou Laerte Viana

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Publicado por
Bruno Ferreira
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