Vitor Belfort teve no último dia 6, em Las Vegas, a chance de se tornar o primeiro lutador a conquistar o cinturão do UFC em três categorias diferentes, sendo uma delas o GP de pesos pesados. Mas o pisão frontal aplicado pelo compatriota Anderson Silva, na luta principal do UFC-126, adiou os planos do lutador. Uma semana após a derrota, Belfort conversou com SUPER LUTAS, por telefone, e analisou aquela que foi chamada de a “luta do século”.
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“A luta em si foi muito boa, só não esperava o que aconteceu, acho que ninguém esperava. Foi como se ele (Anderson) tivesse jogado um dólar na roleta e ganhado um milhão”, disse Belfort, fazendo referência ao chute que encerrou o combate. Mesmo supondo um golpe de sorte do oponente, Vitor, demonstrando humildade, não deixa de elogiar Anderson Silva pela vitória.
“É obvio que quanto mais sorte a gente tem, mais a gente treina”, disse Vitor se confundindo com a frase que ficou conhecida através do jogador de basquete Oscar Schmidt.
“Acho que foi a noite dele, ele brilhou. Eu só tenho que parabenizá-lo por isso, mas até aquele momento eu estava muito bem na luta”, completou.
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Confira abaixo a entrevista completa com Vitor Belfort, que fala da polêmica encarada com Anderson Silva na pesagem do UFC 126, da possível revanche contra Wanderlei Silva e de seus planos futuros.
Qual era sua estratégia para a luta? Era manter o combate em pé e tentar nocautear ou você tinha outros planos?
A minha estratégia é colocar na luta aquilo que eu treino. Eu sou um lutador, sou um nocauteador, só que ele me acertou antes de eu acertar ele. Todo mundo sabe da minha vontade, eu fui para trocar, para nocautear o Anderson, só que ele me acertou antes
Aquele chute que encerrou o combate, foi descuido de sua parte ou mérito do Anderson?
É um golpe muito difícil de acertar da forma que ele acertou, mas é mérito dele, não foi descuido meu. Foi um segundo que parei, ele conseguiu aplicar o golpe. Não creio que foi uma coisa premeditada, mas ele acertou e aproveitou o momento. A estrela de campeão dele brilhou
Voltando um dia antes da luta, aquela encarada na pesagem chamou atenção de todo o Brasil. Até que ponto aquilo foi marketing ou tinha algo pessoal?
Eu conheço o Anderson, ele é um cara legal, e o caráter da pessoa é provado nesses momentos. Ele quis poder me intimidar para mexer com meu psicológico, a estratégia dele foi essa. Mas você vê o respeito que ele tem por mim depois da luta. As pessoas tem que ficar mais impactadas com aquele momento do final da luta, onde ele se mostrou ser humilde. Agora, antes da luta é muita pressão e alguns lutadores agem como ele agiu, mas eu não fico chateado. Eu sou uma pessoa que não dependo da atitude das pessoas para viver… Mas num momento de pressão, às vezes a gente faz coisas bobas, coisas inseguras….
Você já tem previsão de quando volta aos treinamentos e quando veremos o Vitor de volta ao octógono?
Eu volto a treinar daqui uma semana e espero voltar a lutar em breve. Quero ver se faço uma luta antes do UFC Rio e quero ir pra cima. Não quero parar de trabalhar.
O Wanderlei Silva te desafiou fez através do Twitter, onde ele disse que você não tem pra onde correr. Pode ser uma boa luta para o retorno, talvez até no UFC Rio, repetindo a primeira luta entre vocês há 12 anos?
Eu não entendi a declaração dele. Na realidade eu não estou correndo de ninguém. Na hora que ele estiver na minha frente vai ser ele. Não vai ter pra onde correr. É uma luta que com certeza vai acontecer. Mas eu quero lutar agora, não quero esperar pra lutar no Brasil.
Vitor, encerre a entrevista com um recado para os fãs no Brasil
Eu tenho que agradecer muito a Deus pela oportunidade de atingir um público em massa, não apenas os seguidores de luta, mas seguidores que apreciam meus valores pessoais. Eu só tenho que agradecer estes fãs por terem me acompanhado, por terem acreditado naquilo que levei para eles de fato. Existem dois tipos de pessoa neste mundo: as que vivem com princípios e as que vivem com preferências. O princípio nunca é violado e não se negocia. O cara que vive com preferências ele vai de acordo com a maré. No meu caso eu vivo com princípios, procuro buscar a evolução como homem, como pai e como atleta. Muitas vezes os resultados não ocorrem da maneira que esperamos, mas o importante é você fazer o seu melhor e eu fiz o meu melhor. O público reconhece isso, a torcida inteira reconhece o meu valor antes e depois de uma luta. A batalha foi travada e eu perdi, mas a guerra continua e eu já estou de pé e pronto para voltar. Eu só tenho que agradecer aos fãs do Brasil e do mundo inteiro por ter me apoiado.