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Praticamente sete anos depois do UFC 100, o Ultimate atingirá uma nova marca histórica neste sábado (9), com a realização do UFC 200. A ocasião terá tratamento de gala por parte da organização, que montou uma semana recheada de atrações em Las Vegas (EUA), completada com um card estelar no novo ginásio T-Mobile Arena.
De 2009 para cá, muita coisa mudou no cenário do UFC: vários nomes surgiram, estrelas ganharam força, enquanto que outros se aposentaram e saíram de cena. No entanto, o período que separou os dois eventos históricos viu mais mudanças profundas no MMA do que normalmente acontece com outros esportes.
Justamente por isso, o SUPER LUTAS produziu este especial para mostrar tudo o que de principal aconteceu na trajetória do UFC durante a centena eventos que separaram os históricos UFC 100 e UFC 200. Confira!
OS “LEVINHOS” E AS MULHERES TAMBÉM TÊM VEZ
Na época em que o UFC 100 foi realizado, o Ultimate contava apenas com cinco categorias de peso: leves (70 kg), meio-médios (77 kg), médios (84 kg), meio-pesados (93 kg) e pesados (120 kg). Todas essas divisões eram masculinas, sendo que, na época, a chegada de mulheres ao octógono parecia absurda pela visão do presidente Dana White.
O leque começou a se abrir em 2011. O WEC, evento que, em seus dias finais, contava com categorias de peso mais baixo, se fundiu ao UFC, o que trouxe à principal organização do planeta mais duas divisões: galos (61 kg) e penas (66 kg). Foi só assim que nomes como José Aldo, Dominick Cruz e Urijah Faber puderam fazer suas estreias no UFC.
Em 2012, o Ultimate decidiu ir além ao criar uma outra categoria, a dos moscas (57 kg), que desde o seu início conta com o domínio de Demetrious Johnson. No mesmo ano, o UFC decidiu se fundir com uma outra grande organização, o Strikeforce.
Isso permitiu a chegada de uma das maiores estrelas em ascensão do Strikeforce, Ronda Rousey. Diante do enorme carisma da ex-judoca olímpica, White deu o braço a torcer e realizou a primeira luta feminina no octógono em fevereiro de 2013.
Com o enorme sucesso de Ronda e de outras atletas da categoria, o UFC criou, por fim, o peso palha feminino (52 kg). Em 2014, foi realizada uma temporada do reality show The Ultimate Fighter especificamente para coroar a campeã do novo peso. Carla Esparza triunfou, mas perdeu o cinturão em sua primeira defesa para Joanna Jedrzejczyk.
UFC CHEGOU À TELEVISÃO ABERTA
Em 2009, o UFC já se mostrava capaz de gerar incríveis audiências, a exemplo do que se viu no próprio UFC 100, que vendeu 1,6 milhão de pacotes de pay-per-view. Contudo, em termos de mídia, o Ultimate possui um alcance muito maior nos dias de hoje, o que se vê em acordos de transmissão pela televisão.
No final do ano de 2011, o UFC assinou um contrato com a emissora FOX, o que proporcionou que vários eventos fossem transmitidos em televisão aberta nos Estados Unidos. O primeiro deles, com Júnior Cigano x Cain Velasquez, teve pico de audiência de 8,8 milhões de pessoas.
Dois anos depois, o Ultimate lançou sua primeira plataforma digital, com transmissão de lutas por streaming: o UFC Fight Pass. Ainda não disponibilizada no Brasil, a plataforma conta com um enorme acervo de lutas antigas, além de haver a transmissão ao vivo de alguns eventos isolados.
No Brasil, o UFC também passou a ser visto por muito mais gente. Depois do boom do MMA no país graças ao duelo entre Anderson Silva e Vitor Belfort, a principal organização de lutas do planeta fechou contrato de transmissão com a Globo. A emissora passa ao vivo as maiores lutas dos principais eventos realizados no Brasil, além de outros combates de nomes famosos com atraso de 30 minutos.
UFC 200 ou UFC 363?
Com mais categorias de peso, o UFC naturalmente passou a contar com mais atletas do que contava em 2009. Além disso, o acordo com a FOX, mais a criação do Fight Pass, geraram uma demanda maior para que houvesse mais e mais eventos no calendário.
Por isso, o cenário atual do Ultimate conta com eventos praticamente quinzenais, sejam eles numerados (os eventos transmitidos em pay-per-view), sejam os Fight Night, sejam os da FOX.
Para se ter uma ideia de como o calendário do UFC é muito mais inflado nos tempos recentes do que era em 2009, alguns dados simples: do UFC 1 ao UFC 100, foram realizados 132 eventos pela organização. Do UFC 100 ao UFC 200, foram 228.
ALÔ ÁSIA, AMÉRICA LATINA E OCEANIA!
O maior número de eventos realizados permitiu que o UFC tirasse do papel um plano antigo: levar o octógono para todos os cantos do mundo. De 2009 para cá, o UFC fincou bandeira em diversos países, incluindo eventos na Ásia, América Latina e Oceania.
Neste período, o UFC retornou ao Brasil e ao Japão, além de promover estreia no México, Suécia, Irlanda, Escócia, Croácia, Holanda, Polônia, Emirados Árabes, Macau, Coreia do Sul, Filipinas, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia. Haja passaporte!
VIGILÂNCIA RÍGIDA
Uma das grandes mudanças no âmbito esportivo do UFC foi a parceria estabelecida com a USADA, a Agência Antidopagem dos Estados Unidos. Isso significa que todos os atletas sob contrato com o UFC, a qualquer momento, podem ser testados pela entidade para substâncias proibidas.
Por isso, não são raras as notícias recentes de que atletas falham em exames antidoping realizados em seus períodos de treino. O caso mais recente em que isso aconteceu, para o desespero do próprio UFC, foi envolvendo Jon Jones. O norte-americano foi retirado da luta principal do UFC 200 pouco antes de sua realização, após cometer uma irregularidade em um teste de junho.
OS POLÊMICOS UNIFORMES DA REEBOK
Se o acordo com a USADA trouxe bons frutos para a lisura do esporte, uma outra parceria contou com uma repercussão amplamente negativa. Desde o segundo semestre e 2015, todos os lutadores passaram a ser obrigados a usar uniformes produzidos pela Reebok nas atividades oficiais do evento.
Os lutadores se mostraram contrários ao acordo por dois motivos: primeiro, porque passaram a ser impedidos de ostentar outras marcas em suas vestimentas no cage, o que afetou diretamente seus rendimentos financeiros; segundo, porque muitos questionaram a qualidade dos produtos.
NOVOS VELHOS PROTAGONISTAS
É curioso observar que os protagonistas do UFC 200 são formados por uma mistura dos mesmos nomes em relevância da época do UFC 100, mais outros atletas que nem mesmo estavam na maior organização de MMA do planeta em 2009.
Astros da atração deste sábado, Brock Lesnar e Anderson Silva já eram nomes relevantes na época em que o UFC 100 foi realizado – Lesnar, inclusive, realizou a luta principal do histórico evento de sete anos atrás.
Porém, muitos dos outros protagonistas do show sequer estavam perto do UFC em 2009. Amanda Nunes e Miesha Tate, que fazem a luta mais importante do UFC 200, competiam em organizações regionais de Brasil e Estados Unidos, respectivamente.
Já José Aldo começava a brilhar no cenário internacional pelo WEC, mas, naquele momento, parecia improvável que sua categoria, os penas, seria criada no UFC. Daniel Cormier, que enfrentará Anderson Silva no UFC 200, estreou no MMA profissional poucos meses depois do histórico UFC 100.
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