Jon Jones está de volta. Não foi exatamente a atuação que os fãs esperavam, ou mesmo que o próprio lutador pretendia, mas o ex-campeão venceu com tranquilidade Ovince St. Preux na luta principal do UFC 197 e conquistou o cinturão interino da categoria de meio-pesados. De quebra, Jones também carimbou seu passaporte para a revanche contra Daniel Cormier, valendo a unificação dos títulos.
Após o triunfo, Jones falou sobre o tempo fora e a sensação da volta. “Eu não quero esse cinturão interino, esse não é o cinturão real. Eu quero o meu de volta. Tudo acontece por uma razão. Eu demorei um pouco para me encontrar. Desculpem-me se minha atuação não agradou. Eu estava só assistindo, antecipando e imaginando como eu podia aplicar minhas técnicas, mas ele não estava mordendo a isca. Por outro lado, eu me sinto muito bem fisicamente. Mentalmente, entretanto… eu estou parado há muito tempo. Mas eu não acho que meus problemas afetaram minha performance. Eu tenho muitas dúvidas, mas senti muita confiança quando voltei. Eu não quero falar que essa foi uma luta de ‘aquecimento’, mas eu precisava dessa luta. Eu tenho muita vontade de lutar com o Daniel Cormier. Vou voltar para os treinos, na quinta-feira, talvez e quero lutar com o Cormier. Tudo o que eu quero é lutar contra ele”, garantiu Bones.
Já OSP, que foi escalado para a luta apenas três semanas antes da realização do evento, exaltou sua superação e a boa atuação, apesar das condições adversas. “O Jon Jones é o melhor lutador da história do MMA. Por isso, entrar aqui e fazer o que eu fiz, eu fico muito orgulhoso. Ele manteve um ritmo muito rápido, mas no quarto e no quinto ele começou a acelerar ainda mais. Na verdade, um chute alto dele que eu bloqueei machucou meu braço e ele está me matando”, disse o norte-americano de ascendência haitiana.
No primeiro assalto, ainda aparentemente acanhado em seu retorno após um ano, Jones mostrou apenas um de seus cartões de visita: os pisões frontais no joelho, mantendo o adversário afastado. Além disso, o ex-campeão também apostou nos chutes rodados, tanto na linha de cintura quanto na cabeça. No fim, apesar de tomar um jab limpo no rosto, Jones conseguiu quedar e atingir o oponente.
No segundo round, foi a vez de outra das armas, aliada aos pisões, de Jones dar as caras: as cotoveladas. O ex-campeão enquadrou o rival na grade e o atingiu com uma série de cotoveladas, inclusive uma ascendente, que o abalaram. St. Preux, por sua vez, respondeu com dois diretos potentes e que fizeram Jon acusar o golpe. Na reta final, ainda sobrou tempo para Bones acertar um chute rodado voador na cabeça de OSP.
No terceiro round, OSP começou a apresentar sinais nítidos de cansaço e Jon Jones tentou capitalizar, abusando dos chutes na linha de cintura – a fim de minar o gás do rival. Além disso, Jones também esboçou alguns momentos de seus “velhos tempos” com um direto de esquerda certeiro e uma cotovelada giratória.
Após quinze minutos, um Jon Jones que lembrou bem mais o campeão finalmente apareceu. Com duas quedas impressionantes, elevando St. Preux acima de sua própria cabeça, Jon Jones abriu caminho para seu temido ground and pound, com um show de cotovelada, socos e até um chute no corpo. OSP, no entanto, resistiu e levou a luta para a última parcial.
No quinto assalto, mais do mesmo. Quedas, pisões, cotoveladas e controle de distância para Jones, que garantiu a vitória em decisão unânime. Um dos jurados considerou vitória de Jones por 10-8 em um dos rounds e os outros dois acharam que o ex-campeão levou a melhor por 10-9 nas cinco parciais.
Não é a toa que Demetrious Johnson é o campeão mais longevo da atualidade no Ultimate. O campeão dos moscas simplesmente não tomou conhecimento do medalhista de ouro olímpico Henry Cejudo e defendeu seu cinturão com um nocaute avassalador.
O desafiante até conseguiu surpreender o campeão e quedá-lo logo de cara, mas Johnson não é o único dono do cinturão dos moscas na história a toa e, não só conseguiu se colocar de pé novamente, como foi pra cima do rival.
No clinch, Demetrious acertou Cejudo com uma série de joelhadas e cotoveladas que deixaram Cejudo cambaleante. Andando para trás, Henry foi acertado com um direto por DJ, uma joelhada na linha de cintura em seguida e alguns socos no chão para terminar o serviço.
Após a luta, DJ reforçou sua supremacia no octógono. “Em relação ao plano de jogo, eu não tinha nada específico. Eu fiz com que ele perdesse um pouco do equilíbrio e, com a minha joelhada, abalei ele. Essa é minha luta, eu sou o melhor peso por peso do mundo e vou continuar assim”, disse, ao comentarista Joe Rogan.
CARD PRINCIPAL
Jon Jones derrotou Ovince St. Preux em decisão unânime dos jurados (50×44, 50×45 e 50×45);
Demetrious Johnson nocauteou (joelhadas e socos) Henry Cejudo aos 2m49 do R1;
Edson Barboza; derrotou Anthony Pettis em decisão unânime dos jurados (29×28, 29×28 e 30×27)
Robert Whittaker derrotou Rafael Sapo em decisão unânime dos jurados (29×28, 30×27 e 30×27);
Yair Rodriguez nocauteou (chute voador) Andre Fili aos 2m15 do R2
CARD PRELIMINAR
Sergio Pettis derrotou Chris Kelades em decisão unânime dos jurados (30×27, 30×27 e 30×27);
Danny Roberts derrotou Dominique Steele em decisão unânime dos jurados (29×28, 29×28, 29×28);
Carla Esparza derrotou Ju Thai em decisão unânime dos jurados (30×27, 30×27 e 30×27);
James Vick derrotou Glaico França em decisão unânime dos jurados (29×28, 29×28 e 30×27);
Walt Harris nocauteou (socos) Cody East aos 4m18 do R1;
Marcos Pezão finalizou Clint Hester com um katagatame aos 4m35s do R1
Kevin Lee derrotou Efrain Escudero em decisão unânime dos jurados (29×28, 29×28 e 29×28)