A carreira de Jon Jones é um dos maiores exemplos de altos e baixos na história do MMA. O campeão linear mais jovem da história do Ultimate e considerado o maior lutador peso por peso do mundo perdeu seu título de maneira controversa no ano passado, como punição por parte do UFC por ter se envolvido em um acidente de trânsito.
Na ocasião, Jones cruzou um sinal vermelho e atingiu um carro guiado por uma mulher grávida. Para piorar, o lutador fugiu da cena a pé, sem prestar socorro à vítima, sendo que maconha foi encontrada em seu veículo.
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Em entrevista franca à revista norte-americana “Rolling Stone”, Jones afirmou que, por pouco, o acidente não colocou um fim à sua carreira no esporte profissional. “Eu queria me aposentar, queria desistir. Queria fugir e me mudar para o México. Queria apagar meu Twitter, Instagram e Facebook para que ninguém conseguisse me ver. Queria nunca dar entrevistas novamente. Eu queria desaparecer da vida de celebridade de uma vez”, comentou.
De acordo com o próprio lutador, o controverso incidente não representou algo isolado, mas sim foi fruto de uma rotina desgastante que viva na época. “Durante toda a minha carreira eu não vivia como um campeão. Os lutadores que me admiravam saíam comigo nos fins de semana e me viam desmaiando de tão chapado que eu ficava, isso a poucas semanas de minhas lutas. Aí eles pensavam: ‘Se Jon Jones consegue, talvez eu também consiga’”, revelou.
Jones contou que uma das ocasiões em que mais abusou nos treinamentos foi antes de enfrentar Alexander Gustafsson, em setembro de 2013. O combate em questão foi um dos mais sofridos da carreira de Jones, no qual venceu em uma apertada decisão dos juízes. “Eu disse ao meu empresário no hospital [logo depois da luta]: ‘Eu deveria ter perdido essa. Se você olhar para todo meu treinamento, essa luta eu deveria ter perdido’. Eu estava sendo selvagem. Eu não treinei nada. Eu havia chegado em um ponto na minha vida em que eu achava que nunca perderia uma luta”, reconheceu.
Agora declaradamente sóbrio, Jones espera retomar sua trajetória de sucesso. No dia 23 de abril, ele enfrenta Ovince St. Preux pelo cinturão interino da categoria. Caso vença, será questão de tempo para que encare Daniel Cormier pelo cinturão definitivo. “Eu ainda estou na jornada de retomar o título que nunca perdi. Depois que eu lutar com Ovince, minha história com Daniel vai ser retomada de onde parou. Eu sei como é a sensação de ser campeão, mas estar sóbrio não se compara. Mesmo sem o cinturão, estou mais feliz que nunca. Ser campeão e estar sóbrio ao mesmo tempo vai ser o paraíso”, previu.
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