O “gordinho” Roy Nelson é, sem sombra de dúvidas, um dos lutadores mais carismáticos do MMA. Porém, a mesma forma pouco usual para um lutador profissional que lhe garante muitos fãs também cobra seu preço no preparo físico e neste sábado, na luta principal do UFC Fight Night 75, acabou acarretando sua derrota para Josh Barnett na Saitama Super Arena.
Após um início até animador, com diversas tentativas de queda bem sucedidas, Nelson viu seu condicionamento pior dramaticamente ao longo da primeira metade do combate e chegou ao terceiro assalto completamente exausto. Bastante experiente, o ex-campeão do Ultimate Josh Barnett se aproximou muito bem da vantagem física e controlou as ações para garantir mais uma vitória para seu cartel.
Ao final do confronto, Barnett, que tem um longo histórico no MMA nipônico, fez uma “média” com a torcida local e arranhou algumas palavras de japonês para conversar com o público. “Muito obrigado Japão, eu amo vocês, e toda vez que eu venho aqui eu fico muito feliz e realmente empolgado”, disse o ex-campeão, que voltou aos ringues pela primeira vez desde dezembro de 2013, em japonês.
Famoso pro sua potente mão direita, Roy Nelson surpreendeu Barnett e conseguiu uma boa queda logo de cara, passando mais da metade do primeiro assalto por cima do rival, fazendo muita pressão e trabalhando alguns golpes no ground and pound. Colocados novamente de pé pelo árbitro Steve Percival, os adversários partiram para a trocação franca, com Barnett apostando também em joelhadas potentes no clinch.
No segundo assalto, já visivelmente bastante cansados, os rivais deixaram o ritmo cair e a luta perdeu em emoção. Porém, Barnett conseguiu bons golpes e assumiu o controle da situação, novamente misturando bem as sequências de socos com o jogo de clinch e joelhadas. No fim da parcial, Nelson conseguiu equilibrar as ações e acertou um surpreendente chute alto.
No terceiro e quarto assaltos, o condicionamento físico falou mais alto e Barnett, apesar de também estar cansado, conseguiu se impor sobre Nelson, cujo exaustão era notória. Na reta final do penúltimo round, “Big Country” ainda tentou sua última reação e conseguiu uma boa queda.
No quinto e decisivo round, mais do mesmo, e o que se viu foi novamente um monólogo de Barnett, diante de um Nelson que, completamente sem gás, pouco fazia para resistir. Nos minutos decisivos, Nelson até teve a chance de se manter em pé no centro do octógono, mas propositalmente buscou a grade para descansar, ao mesmo tempo que tentava acertar uma de suas famosas direitas certeiras, visando um nocaute milagroso. Porém, o golpe providencial não veio e a vitória ficou mesmo com Barnett, em decisão unânime dos juízes.
Parecia que ia ser um passeio de Gegard Mousasi. O armênio-holandês sobrou no primeiro round, para muitos conseguiu até um 10-8 após dominar o jogo de chão, mas o “Homem-Ambulância” Uriah Hall, um dos maiores azarões da noite, surpreendeu e conseguiu mais um de seus tradicionais nocautes com um chute giratório.
O começo do fim para Mousasi aconteceu logo no início do segundo round, quando Hall acertou um chute giratório lateral certeiro no seu rosto. Ainda cambaleante, Gegard levou uma joelhada de encontro antes de cair e sofrer diversos socos antes do juiz interromper o combate aos 25 segundos da parcial.
Com o triunfo, Uriah Hall ampliou seu cartel profissional para 12 vitórias e cinco derrotas, chegando a dois triunfos consecutivos em pouco mais de um mês no octógono. Já Mousasi, por sua vez, sofreu sua primeira derrota por nocaute em 45 lutas no MMA.
Após ter seu sonho de conquistar o cinturão dos moscas frustrado em abril deste ano pelo campeão Demetrious Johnson, que o finalizou literalmente no último segundo da luta, o japonês Kyoji Horiguchi voltou em grande forma ao octógono e simplesmente não deu chances para o norte-americano Chico Camus.
Após um primeiro round de muita movimentação, mas pouca ação efetiva, Horiguchi voltou disposto a encerrar a parada logo no início da segunda parcial e foi com tudo pra cima de Camus. A sequência de socos do japonês abriu inclusive um corte no supercílio do norte-americano, que, apesar do sufoco, resistiu. Daí em diante, Kyoji foi um pouco mais cauteloso, mas não diminuiu a intensidade ou o volume de golpes, terminando a luta com ampla vantagem sobre o rival.
Ao término dos três assaltos, Horiguchi foi declarado vencedor em decisão unânime, um triplo 30×27, e ampliou seu cartel profissional para 16 vitórias e apenas duas derrotas.
Josh Barnett venceu Roy Nelson em decisão unânime dos juízes (48×47, 48×47 e 50 x 45);
Uriah Hall venceu Gegard Mousasi por nocaute técnico (chute rodado, joelhada voadora e socos) aos 25s do R2;
Kyoji Horiguchi venceu Chico Camus em decisão unânime dos juízes (30×27, 30×27 e 30×27);
Takeya Mizugaki venceu George Roop em decisão unânime dos juízes (29×28, 29×28 e 29×28);
Diego Brandão venceu Katsunori Kikuno por nocaute técnico (socos) aos 28 segundos do R1;
Mizuto Hirota empatou com Teruto Ishihara na decisão dos juízes (29×98, 28×29 e 29×29);
CARD PRELIMINAR
Keita Nakamura venceu Li Jingliang por finalização com um mata-leão aos 2m17s do R3;
Nick Hein venceu Yusuke Kasuya em decisão unânime dos juízes (29×28, 30×27 e 30×27);
Kajan Johnson venceu Naoyuki Kotani em decisão unânime dos juízes (29×28, 29×28 e 30×27);
Shinsho Anzai derrotou Roger Zapata por nocaute técnico (interrupção médica por fratura na mão) aos 47s do R3;