Um grande anticlímax marcou a luta principal do UFC Fight Night 74, em Saskatoon, nas primeiras horas da madrugada deste domingo (24) no Canadá. Com pouco mais de um minuto do primeiro round, o brasileiro Charles do Bronx sofreu uma lesão bastante estranha e acabou sendo derrotado por Max Holloway por nocaute técnico.
A contusão de Charles foi sofrida durante uma tentativa de queda frustrada. Após ter a queda evitada, o brasileiro, que já havia caído com expressão de dor, se levantou e levou a mão à região da clavícula, bem próximo a seu pescoço, e parou de se defender. O próprio Max Holloway, notando a cena, foi pra cima do rival bastante ressabiado, mas o duelo foi rapidamente interrompido pelo árbitro Herb Dean.
Até o momento, não foi confirmado qual a ordem da lesão sofrida por Do Bronx ou mesmo se a contusão aconteceu durante a luta ou ele já vinha sofrendo com problemas físicos durante a preparação para o duelo. O brasileiro recebeu também uma mensagem de apoio do próprio Holloway, ainda no octógono. “Eu queria pedir a todo mundo que rezasse para o Charles do Bronx. Essa é a forma como nós ganhamos a vida e eu desejo plena recuperação para ele”, disse o havaiano
Com o triunfo sobre Do Bronx, Holloway agora chegou a sete vitórias consecutivas, igualando o recorde da categoria, hoje em posse do campeão linear José Aldo. O havaiano não sabe o que é perder desde o revés por pontos sofrido para Conor McGregor, atual campeão interino da divisão. Por isso, o “Abençoado”, como é conhecido, disse que gostaria de enfrentar Frankie Edgar em seu próximo duelo. “Holloway x Edgar, em um estádio no Havaí, façam acontecer!”, disparou.
Erick Silva buscava, pela primeira vez em sua carreira na maior organização de MMA do planeta, chegar a três vitórias consecutivas, mas em uma atuação apática o brasileiro acabou dominado por Neil Magny na luta co-principal do UFC em Saskatoon.
Logo no início da luta, Erick tentou uma cotovelada giratória para surpreender Magny, mas acabou caindo por baixo do rival. Porém, o brasileiro se recuperou rapidamente e, novamente de pé, conseguiu a queda. Faltando dois minutos para o fim do assalto, porém, Erick voltou a ser quedado e por pouco não foi nocauteado no ground and pound.
Na segunda etapa, mais atento, Erick conseguiu circular bem no octógono e encaixou alguns bons golpes, mas também sofreu com uma boa sequência de Magny. Com a guarda baixa, o capixaba ainda levou desvantagem nos minutos seguintes até finalmente conseguir uma queda. Daí em diante, porém, o que se viu foi o norte-americano dominante para levar a melhor em mais um assalto.
No último round, mesmo precisando da vitória, Erick se mostrou bastante cansado e lento, tendo muita dificuldade para encontrar Magny no octógono. O norte-americano, por sua vez, ciente da vantagem na pontuação até então, não fez questão de ir para o combate franco e manteve o duelo em uma zona segura. Confiando muito em um nocaute de um golpe só, o brasileiro foi incapaz de encontrar o rival até o fim da parcial.
Ao final do confronto, Neil Magny foi declarado vencedor em decisão dividida dos juízes. O fato de um dos juízes de marcado vitória para o brasileiro foi bastante comentado por jornalistas e especialistas, e gerou muitas críticas. Com o revés, o capixaba interrompeu uma sequência de duas vitórias seguidas e manteve seu cartel no Ultimate bastante irregular, com seis vitórias e cinco derrotas.
Mais uma vez, o estilo simples de Francisco Massaranduba, aliado a sua notória competência como artista marcial, deu as caras e o resultado, além da vitória sobre Chad Laprisse no card principal do UFC FN 74, foi a conquista da simpatia da torcida em Saskatoon, apesar de ter derrotado um até então invicto atleta da casa.
No octógono, Massaranduba foi fulminante. Em pouco mais de dois minutos, o brasileiro se aproveitou de uma bobeada do rival no chão e o acertou com duros golpes no ground and pound. Diante da falta de qualquer esboço de reação por parte de Laprisse, o árbitro central interrompeu o combate e confirmou a quarta vitória consecutiva do brasileiro.
Mas o verdadeiro show de Massaranduba ainda estava por vir. Com o microfone nas mãos, Massaranduba lembrou que completa 37 anos nesta segunda-feira (24) e pediu que sua mãe, no Brasil, dê às crianças de sua família a festa de aniversário que nunca teve, pois agora ele teria condições de custear a comemoração. Muito aplaudido por todo o ginásio, o participante do TUF Brasil 1 arrancou um sorriso até mesmo do comentarista oficial Jon Anik.
CARD PRINCIPAL
Max Holloway derrotou Charles do Bronx por nocaute técnico (lesão) a 1m36s do R1;
Neil Magny venceu Erick Silva em decisão dividida dos juízes (29×28, 28×29 e 30×27);
Patrick Cote venceu Josh Burkman por nocaute técnico (socos) a 1m36s do R3;
Francisco Massaranduba venceu Chad Laprisse por nocaute técnico (socos) aos 2m41s do R1;
Olivier Aubin-Mercier venceu Tony Sims em decisão unânime dos juízes (29×28, 30×27 e 30×27);
Valérie Letorneau venceu Maryna Moroz em decisão unânime dos juízes (30×27, 29×28 e 30×27).
CARD PRELIMINAR
Frankie Perez venceu Sam Stout por nocaute técnico (socos) aos 51s do R1;
Felipe Sertanejo venceu Yves Jabouin por finalização (chave de braço) aos 4m21s do R1;
Nikita Krylov venceu Marcos Pezão por finalização (mata-leão) aos 2m29s do R1;
Chris Kelades venceu Chris Beal em decisão dividida dos juízes (29-28, 27-30 e 29-28);
Shane Campbell venceu Elias Silvério em decisão unânime dos juízes (29-28, 29-28 e 29-28);
Misha Cirkunov venceu Daniel Jolly por nocaute técnico (socos no ground and pound) aos 4m45s do R1.