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Após ‘ganhar e não levar’, Amanda Ribas revela que contratempo com ciclo menstrual a impediu de lutar pelo título no Jungle

Amanda ficou acima do limite de peso e, assim, não pôde lutar pelo cinturão. Foto: Divulgação

Amanda ficou acima do limite de peso e, assim, não pôde lutar pelo cinturão. Foto: Divulgação

Amanda Ribas viveu sensações distintas no Jungle Fight 79, realizado no último sábado (4). A lutadora mineira, de 21 anos de idade, venceu Tania Pereda rapidamente por finalização, ampliando seu recorde invicto no MMA para cinco vitórias no profissional. No entanto, Amanda não levou para casa o cinturão dos palhas da organização, já que ela não conseguiu bater o peso limite da divisão e não pôde se credenciar para lutar pelo título.

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Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, a atleta justificou o ocorrido e afirmou que o episódio foi fruto de um contratempo que teve com seu ciclo menstrual. “Eu estava no meu período menstrual e resolvi emendar o uso de duas cartelas de anticoncepcionais para não ter problemas com inchaço na luta. Só que, faltando um quilo, eu fui fazer a banheira e o fluxo começou, mesmo eu tendo tomado o remédio. Então, meu pai, que também é meu técnico, disse para que a gente parasse com o corte de peso, porque eu já estava muito fraca”, contou a mineira.

Além disso, Amanda contou como entrou no mundo das artes marciais, revelou sua admiração por José Aldo, Ronda Rousey e Cláudia Gadelha e falou sobre suas ambições de chegar ao UFC: “Chegar é mais fácil do que continuar lá.”

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Confira a entrevista!

SL: Fale um pouco sobre a sua história. Como você começou nas artes marciais e no MMA?

Eu comecei desde nova, com meu pai (Marcelo Ribas, da “Marcelo Ribas Team”), que me dá aula de jiu-jitsu, muay thai e MMA. Teve uma época que eu parei, e fiquei só no Judô. Mudei de cidade, fui para Belo Horizonte e treinei no Minas Tênis Clube e me graduei faixa preta em judô. Porém, eu tive duas lesões no joelho e resolvi parar com o judô e me transferir para o MMA amador, algo que meu pai já vinha me incentivando a fazer há muito tempo.

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SL: Sua carreira é marcada por nocautes e finalizações, são quatro em cinco lutas. Como você define o seu estilo?

Eu tento finalizar sempre o mais rápido possível porque, além de tudo, eu acho bonito. Eu me espelho muito no José Aldo, sou muito fã dele. Principalmente depois que fui treinar na Nova União uma vez e ele se mostrou um exemplo de dedicação e humildade. Já no feminino, eu gosto de me espelhar na Ronda Rousey e na Claudinha Gadelha.

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Luta entre Amanda e a mexicana Tania Pereda valeria o cinturão, mas brasileira não bateu o peso. Foto: Divulgação

SL: Em sua última luta, contra a Tania Pereda no Jungle Fight, você começou com uma desvantagem muito grande e teve dois pontos deduzidos. Como foi esse combate e sua preparação para a luta?

Eu me preparei muito pra essa luta, treinei forte mesmo e meu primeiro objetivo era vencer a balança. Mas eu não consegui, ficou faltando um quilo e eu estava passando muito mal. Depois disso, eu coloquei em mente que meu segundo objetivo era vencer a luta e vencer do melhor jeito possível, por nocaute ou finalização. Coincidentemente, essa vitória aconteceu no aniversário de um ano do meu título mundial de MMA amador, conquistado lá em Las Vegas (em 4 de julho de 2014).

SL: Você citou o fato de ter ficado acima do peso. Isso já havia acontecido com você antes? Como foi seu corte de peso pra essa luta?

Eu fico até meio sem jeito de falar, porque eu não gosto muito, mas eu estava no meu período menstrual e resolvi emendar o uso de duas cartelas de anticoncepcionais para não ter problemas com inchaço na luta. Só que, faltando um quilo, eu fui fazer a banheira (de gelo), porque já tinha cortado três quilos, e o fluxo começou, mesmo eu tendo tomado o remédio. Então, meu pai, que também é meu técnico, disse para que a gente parasse com o corte de peso, deixasse aquele um quilo, porque eu já estava muito fraca. Mas foi um aprendizado, da próxima vez, de jeito nenhum que eu vou emendar duas cartelas. Além disso, eu recupero muito peso, da última vez foram 12 kg, mas vou analisar isso também, para meu corpo não sofrer.

SL: E isso já havia acontecido com você antes?

Como eu disse, eu luto desde muito nova, estou no meio do esporte e tudo mais. Mas essa é a primeira vez que acontece isso comigo, de não conseguir bater o peso por causa dessa condição. Eu fiquei muito chateada. Mas o Wallid (Ismail, presidente do Jungle Fight) já disse que eu vou disputar o cinturão na minha próxima e eu já estou atenta a isso.

Amanda (dir.) venceu a luta em pouco mais de um minuto. Foto: Divulgação

SL: Você já tem uma ideia de quando essa nova luta pelo título vai acontecer e contra quem pode ser?

Eu já estou pensando nessa luta. Eu tirei só dois dias de folga, 7 e 8 de julho, e só pra descansar o corpo, pois a mente está sempre ligada. No mesmo dia que eu lutei teve um torneio no Rio e eu já assisti as lutas das minhas possíveis adversárias e, além disso, eu fico procurando lutas das meninas que podem me enfrentar. Mas não tem como ter certeza ainda, pois isso só fica definido mesmo quando o Wallid me procurar e confirmar quem será.

SL: E quais são seus planos no MMA a curto e longo prazo?

Meu plano a curto prazo é focar nessa luta que o Wallid disse que eu vou ter, que eu ainda não sei a data ainda. Então, agora eu estou focada nisso. E a longo prazo é o UFC, que é o sonho de qualquer lutador, chegar no topo e representar bem o Brasil lá. Eu quero ser um ídolo nacional, quero que as crianças se espelhem em mim, pois o esporte muda muito a vida das pessoas. Só que, querendo ou não, eu tenho só um ano de MMA profissional. Eu tenho experiência em outros esportes e em competição, mas eu quero ter mais lutas antes de chegar ao UFC. Pois, na minha opinião, chegar no UFC é mais fácil do que continuar lá. Não adianta nada eu chegar lá e perder por falta de experiência. Eu quero chegar bem, preparada e com experiência. Eu vejo algumas lutas em que atletas novos perdem por inexperiência mesmo e eu não quero que isso aconteça comigo. Para isso, eu vou treinar bastante e lutar bastante também, porque isso faz toda a diferença.

Publicado por
Lucas Carrano
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