A menos de 20 dias da maior luta de sua carreira, o campeão dos penas José Aldo sofreu uma lesão na costela e acabou cortado do UFC 189 e substituído por Chad Mendes, que agora enfrenta Conor McGregor na disputa do título interino. Na noite desta quarta-feira (01), Aldo publicou um longo desabafo nas redes sociais e aproveitou para divulgar o exame de raio-x no qual foi constatada a fratura que o impossibilitou de atuar. Além disso, o manauara alfinetou o irlandês McGregor e criticou a decisão do Ultimate de criar um novo cinturão após sua contusão.
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“Sou campeão do UFC desde abril de 2011, defendi meu cinturão sete vezes em quatro anos, e farei a oitava defesa ainda em 2015, uma média de duas lutas de título por ano. Isto sem contar o WEC, evento de propriedade da Zuffa, assim como o Ultimate, e do qual fui campeão em 2009 para depois colocar o cinturão em jogo por mais duas vezes em menos de um ano. Por isso, não posso concordar com a decisão do UFC em ter um campeão interino da minha categoria, justificando isso com as cinco oportunidades que não pude defender o cinturão”, escreveu o brasileiro em um trecho da publicação no seu perfil no Instagram. “Se vencer o Chad Mendes, a única coisa que ele (Conor McGregor) terá será um cinturão de brinquedo para mostrar aos amigos, bêbado nos bares do país dele, porque é isso que um título interino representa para mim: um brinquedo. O campeão sou eu”, completou.
Segundo Aldo, ele chegou a considerar a possibilidade de atuar, mesmo lesionado, mas optou por não arriscar em nome da preservação de seu legado no esporte. “Apesar de fazer todo o possível para lutar, fui obrigado ao contrário e isso me entristeceu muito. Somente eu, minha família, treinadores e companheiros sabemos quanto me esforcei para representar o Brasil novamente. (…) O dinheiro acaba em algum momento, mas o legado de conquistas ficará para a história, e é isso que mais valorizo. A decisão foi tomada em respeito aos fãs e ao UFC, que hoje me consideram o melhor lutador peso por peso do mundo”, garantiu.
Aos 28 anos, José Aldo possui um cartel profissional de 25 vitórias e uma derrota. O manauara é, até hoje, o único campeão da história da categoria até 66 kg do Ultimate, tendo sido promovido à condição de dono do título desde a extinção do WEC. No octógono, Aldo já defendeu seu título sete vezes, a mais recente delas contra Chad Mendes, em outubro do ano passado, no UFC Rio 5.
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Confira abaixo o texto completo divulgado por José Aldo:
Durante três meses, diariamente, realizei três períodos de treinamento. Investi meu tempo e dinheiro, trazendo parceiros de treino, tanto do país quanto de fora, para realizar o melhor camp da minha vida e estar pronto para defender, pela oitava vez, o meu cinturão no dia 11 de julho. Infelizmente, sofri uma fratura na costela durante um treino, que está comprovada por laudo oficial. Apesar de fazer todo o possível para lutar, fui obrigado ao contrário e isso me entristeceu muito. Somente eu, minha família, treinadores e companheiros sabemos quanto me esforcei para representar o Brasil novamente.
A decisão foi tomada em respeito aos fãs e ao UFC, que hoje me consideram o melhor lutador peso por peso do mundo. Eu não poderia lutar sem ter 100% das minhas condições físicas e com uma fratura na costela que poderia se agravar caso sofresse um golpe no local. Muitas pessoas me disseram para lutar mesmo assim, por conta do dinheiro que poderia ganhar, mas não me venderia por quantia alguma, seja ela qual fosse. Luto por amor ao que eu faço e pelo meu país. O dinheiro, para mim, vem em segundo plano, é igual sombra: quando você tenta pegar, não consegue, mas quando você anda para frente, ele te segue. O dinheiro acaba em algum momento, mas o legado de conquistas ficará para a história, e é isso que mais valorizo.
Sou campeão do UFC desde abril de 2011, defendi meu cinturão sete vezes em quatro anos, e farei a oitava defesa ainda em 2015, uma média de duas lutas de título por ano. Isto sem contar o WEC, evento de propriedade da Zuffa, assim como o Ultimate, e do qual fui campeão em 2009 para depois colocar o cinturão em jogo por mais duas vezes em menos de um ano. Por isso, não posso concordar com a decisão do UFC em ter um campeão interino da minha categoria, justificando isso com as cinco oportunidades que não pude defender o cinturão.
Caso essas lutas tivessem ocorrido, eu teria feito, apenas no UFC, 12 lutas de título em quatro anos, com uma média de três disputas por ano, uma média que nenhum campeão teve. Raramente algum campeão fez três defesas em um ano. Então, esse não pode ser o motivo principal para ser dado um título interino, mas como o UFC é uma empresa privada da qual sou contratado, não posso reclamar das suas decisões, mas nem por isso posso dizer que concordo.
Com relação ao meu adversário, que falou para eu me apresentar para a luta como homem, não posso falar nada sobre um cara que imita na vida um personagem de série de TV (o ator Travis Fimmel, da série Vikings). Esse é quem ele realmente queria ser, porque deve ter vergonha de ser quem é de verdade, tanto que imita as falas, jeito de ser e tatuagens desse ator. Ele é um artista, mas não das artes marciais, e sim de comédia barata. É até um desrespeito com o ator e, principalmente, com atletas de verdade. Ele deveria procurar um palco e não um octógono. O octógono é meu reino e lá só existe espaço para um rei, que sou eu. Se ele quiser participar, vai ter que ser como o bobo da corte que já é.
Se vencer o Chad Mendes, a única coisa que ele terá será um cinturão de brinquedo para mostrar aos amigos, bêbado nos bares do país dele, porque é isso que um título interino representa para mim: um brinquedo. O campeão sou eu.
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