
Jean Silva é destaque brasileiro no UFC. Foto: Reprodução/Instagram/UFC Brasil
Jean Silva desabafou publicamente sobre a relação conturbada com parte da torcida do Brasil após sua vitória no UFC 314, em Miami (EUA), no último sábado (12). Em live transmitida pelo canal ‘Ag Fight’, o catarinense criticou os fãs nacionais por julgarem sua falha na pesagem antes do combate contra Bryce Mitchell e revelou que não pretende lutar em solo brasileiro no futuro.
Em meio à celebração por sua quinta vitória consecutiva no UFC, Jean Silva expôs frustrações acumuladas. O brasileiro, que superou Bryce Mitchell por finalização no segundo round, afirmou que críticas relacionadas ao excesso de peso na pesagem do UFC 314 — 450 gramas acima do limite da categoria pena (65,7kg) — foram o estopim.
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“Eu não sou muito fã de lutar no Brasil. Tem um monte de brasileiro que, hoje, muitos me apoiam. Mas, até então, todo mundo estava me criticando. Ah: ‘Vou lá lutar no Brasil por causa do meu povo’. Que povo? Que povo?”, desabafou o lutador, que precisou de uma hora extra para ajustar o peso na véspera do evento.
A falha na balança, segundo Jean, gerou uma onda de ataques nas redes sociais, com parte dos fãs torcendo abertamente por sua derrota. Sobre a decisão de evitar lutas no Brasil, o integrante da ‘Fighting Nerds’ foi enfático.
“Até sexta-feira estava todo mundo me julgando por não bater o peso. Que povo? Me fala, que povo? Já chorei pra caramba por causa disso, mas não falei pra ninguém. Não faço questão. Faria questão pela minha mãe, mas agora, com melhor investimento, vou trazer minha mãe (para os Estados Unidos). Se for parar para olhar, por causa do fã do Brasil, nunca liguei para elogio nem críticas. Amo ser elogiado. Mas só que, após entrar no UFC, vi que recebo mais elogios dos caras de fora do que o próprio ‘sangue’ meu”, completou.
Jean Silva cita ‘falta de reconhecimento’ no Brasil
Jean Silva comparou sua recepção no exterior à falta de reconhecimento no país natal. O peso pena também citou Alex Poatan. Para ele, o sucesso internacional — como o apoio de fãs norte-americanos que o param para fotos — compensa a desilusão com parte da torcida local.
“A maioria é um bando de arr**. Cheguei aqui nos Estados Unidos e os caras: ‘Tira foto comigo?’. O Poatan chega no Japão, na China, na Austrália e os caras param tudo. O Poatan chega no Brasil e mal tem gente esperando ele no aeroporto. O Diego (Lopes) tem mais que defender o México, super apoio”, concluiu.
O descontentamento não apaga, porém, a ascensão meteórica do catarinense. Com 16 vitórias (13 seguidas) e duas derrotas no MMA, além de ter sido o destaque no card principal do UFC 314, ele provou ser uma das promessas da divisão liderada por Alexander Volkanovski.
Sua postura midiática, repleta de provocações teatrais — como carregar um globo terrestre para ironizar o terraplanismo de Mitchell —, agrada à organização, mas divide opiniões no Brasil.
A tensão pré-luta contra Bryce Mitchell já era alta. O norte-americano havia sido alvo de críticas globais após defender Adolf Hitler em um podcast, além de declarações classificadas como antissemitas e homofóbicas. Jean, por sua vez, usou a rivalidade para criar uma rivalidade midiática, incluindo camisetas com referências ao filme ‘Bastardos Inglórios’.
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