Para reconquistar cinturão, Poatan deve realizar feito raro entre ex-campeões brasileiros; entenda

Por mais que a revanche entre Alex Poatan e Magomed Ankalaev ainda não tenha sido oficializada, é possível acreditar que este será o próximo compromisso de ambos lutadores no maior evento de MMA do mundo. Inclusive, este foi o caminho sugerido por Dana White na coletiva de imprensa pós-UFC 313.

Missão de Poatan não costuma ser fácil

Diante desta situação, próximo de completar 38 anos, o brasileiro partiria para a segunda luta tendo uma missão complicada: reconquistar o cinturão no combate seguinte ao primeiro confronto. A situação já foi vivida por outros grandes campeões brasileiros, e não costuma ser tarefa fácil. Diante disso, o SUPER LUTAS relembrou alguns momentos nos quais os representantes das terras tupiniquins mediram forças com seus algozes duas vezes seguidas.

Vitor Belfort x Randy Couture

Primeiro campeão meio-pesado (até 93 kg.) brasileiro da história, Vitor Belfort conquistou o cinturão num dos desfechos mais improváveis de todos os tempos, no dia 31 de janeiro de 2004, ao enfrentar Randy Couture. Os dois já haviam se enfrentado em 1997, com vitória do wrestler. Ainda nos primeiros segundos de luta, o carioca desferiu um soco em direção ao rosto do norte-americano. O golpe não acertou em cheio, mas a luva raspou na pálpebra do adversário, causando um corte que o deixou incapaz de retornar. Dessa forma, o Fenômeno se sagrou campeão do mundo num momento histórico e emocionante.

Pela forma como o combate acabou, uma revanche foi marcada para menos de sete meses após o primeiro confronto, e desta vez, Couture dominou Belfort e venceu por nocaute técnico depois do fim do terceiro round, por interrupção médica.

Anderson Silva x Chris Weidman

Melhor lutador da história do MMA brasileiro, o fim do reinado de Anderson Silva nos pesos médios (até 83,9 kg.) aconteceu em julho de 2013. Na ocasião, o Spider já havia defendido seu título em dez oportunidades, mas acabou nocauteado por Chris Weidman no segundo round. A sequência final veio num momento no qual o brasileiro provocava o adversário, com as mãos na altura do quadril.

Os dois se enfrentaram pela segunda vez em dezembro daquele mesmo ano, e o desfecho foi ainda mais trágico. Após ser derrubado com um soco no primeiro round, Anderson fraturou a perna esquerda no segundo assalto, após ter um chute baixo bloqueado por Weidman. A lesão manteve o lutador longe dos octógonos por mais de um ano, e foi a última vez que ele disputou o cinturão do UFC.

José Aldo x Max Holloway

Após recuperar o título dos penas (até 65,7 kg.) no UFC 200, José Aldo conheceu a derrota pela segunda vez no Ultimate ao ser nocauteado por Max Holloway no terceiro round, numa luta de unificação dos cinturões, em junho de 2017, em pleno Rio de Janeiro.

Apesar da forma como a luta transcorreu, uma revanche foi marcada para o UFC 218, em dezembro daquele mesmo ano. Numa sequência muito parecida com a do primeiro encontro, o havaiano venceu por nocaute técnico mais uma vez. Dois anos depois, o Rei do Rio anunciou a mudança definitiva para os pesos galos (até 61,2 kg.).

Deiveson Figueiredo x Brandon Moreno

Única rivalidade da história do UFC a contar com quatro capítulos, Deiveson Figueiredo e Brandon Moreno compartilharam vários momentos dentro do octógono mais famoso do mundo, todos com o título dos moscas (até 56,7 kg.) em jogo. Após um empate majoritário no primeiro confronto, em dezembro de 2020, os dois se reencontraram seis meses depois.

Neste segundo duelo, Moreno chocou o mundo ao dominar Figueiredo e finalizar a luta com um mata-leão no segundo round. Os dois ainda se enfrentariam mais duas vezes, com uma vitória de Deiveson e outro triunfo do mexicano.

Amanda Nunes x Juliana Peña

Fugindo à regra, Amanda Nunes conseguiu reconquistar se cinturão. Em dezembro de 2021, a baiana foi vítima de uma das maiores zebras da história do esporte ao ser finalizada por Juliana Peña com um mata-leão no segundo round, na luta co-principal do UFC 269. Com o resultado, ela perdeu o cinturão peso galo feminino (até 61,2 kg.). O trash talk ao longo dos dois confrontos criou uma forte rivalidade entre as duas.

Apesar da derrota chocante, as duas se enfrentaram novamente sete meses depois. Na revanche, Amanda não tomou conhecimento da rival e venceu sem dificuldades, por decisão unânime. Uma terceira luta chegou a ser marcada, mas Peña se lesionou e a brasileira acabou enfrentando Irene Aldana no UFC 289. Após mais uma vitória, a baiana se aposentou do esporte.