Durante o terceiro episódio do The Ultimate Fighter Brasil 4, exibido na madrugada do último domingo (19), foi ao ar o momento em que Anderson Silva recebe a tão aguardada notícia de seu doping. Durante a cena, na qual conversa por telefone com seu empresário Ed Soares e posteriormente com o preparador físico Rogério Camões, o Spider nega o uso de substâncias ilegais Drostanolona e Androsterona, mas admite ter tomado injeções do anti-inflamatório “Dexalgen”. A princípio, imaginou-se que o uso do medicamento pudesse ter uma relação com o teste positivo do lutador, mas a relação está completamente descartada.
Quem garante isso é a farmacêutica Maria Eline Matheus, que, em entrevista ao site do canal “ESPN Brasil”, explicou que a composição do “Dexalgen” até é semelhante a das substâncias pelas quais o Spider foi flagrado no exame, mas que não é e nem pode se transformar nelas.
“O Dexalgen é classificado como anti-inflamatório esteroidal (AIES) porque contém a substância Dexametasona, que pertence a família dos corticosteróides, mais especificamente, aos glicocorticóides, estes, sim, apresentando efeito anti-inflamatório. Além dela, o remédio contém também a vitamina B12, extremamente importante como um ‘combustível’ bioquímico, e a dipirona, um excelente antitérmico-analgésico, mas desprovido de efeito anti-inflamatório”, contou Marie Eline. “As substâncias Drostanolona e Androsterona são esteroides anabolizantes, ou seja, apresentam uma estrutura molecular esteroidal semelhante à Dexametasona. Mas a molécula da dexametasona não se transforma em Drostanolona e em Androsterona“, completou.
Por isso mesmo, a tendência é que a estratégia da defesa de Anderson Silva se concentre na contaminação acidental por meio de suplementos ou outras substâncias que o lutador possa ter ingerido durante sua preparação para o UFC 183, como o próprio Spider deu a entender em algumas das raras vezes em que falou publicamente após o escândalo. O julgamento de Anderson, que está suspenso temporariamente pela Comissão Atlética de Nevada, foi adiado pela segunda vez e deverá acontecer somente no mês de maio. Na ocasião serão discutidas eventuais punições ao lutador, que podem incluir multa em dinheiro, suspensão das atividades relacionadas ao MMA e a reversão da vitória sobre Nick Diaz em um No Contest (luta sem resultado).
No dia 3 de fevereiro, poucos dias após vencer Nick Diaz no UFC 183, foi anunciado que Anderson Silva havia testado positivo para os esteroides anabolizantes drostanolona e androsterona em exame antidoping surpresa realizado no dia 9 de janeiro. Um segundo exame, feito no dia 19 do mesmo mês, não apresentou nenhum traço de substância ilegal. No exame pós-luta, no entanto, Anderson voltou a testar positivo para anabolizantes e, além disso, também para dois ansiolíticos, Oxazepam e Temazepam, remédios geralmente usados para combate da insônia e distúrbios do sono.
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