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Anderson Silva, um dos maiores nomes da história do MMA, quer também deixar sua marca na competição esportiva de maior prestígio do mundo. O ex-campeão dos médios do UFC, que vive momento de incerteza em sua carreira devido às polêmicas de exames antidoping nas quais esteve envolvido, espera participar dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, no taekwondo.
Aos 40 anos de idade, “Spider”, inclusive deverá participar das seletivas olímpicas no início do próximo ano de olho em uma das vagas na divisão dos pesos pesados (acima de 80 kg). Caso de fato tenha sucesso, Anderson se tornará um dos poucos atletas a participarem dos Jogos Olímpicos após uma carreira de sucesso no MMA.
No entanto, muitos outros lutadores já fizeram o caminho inverso ao de “Spider”, disputando edições de Olimpíadas antes mesmo de iniciarem uma carreira no MMA. Alguns deles obtiveram sucesso, inclusive conquistando medalhas. Por isso, o SUPER LUTAS relembra alguns lutadores que se tiveram passagem pelas Olimpíadas antes de se aventurarem na luta de artes marciais mistas.
Atual campeã do peso galo feminino do UFC, Ronda Rousey é o mais conhecido exemplo de lutadora de MMA que passou pelos Jogos Olímpicos. Filha da campeã mundial de judô AnnMaria de Mars, a norte-americana seguiu os passos da mãe e também teve uma carreira de sucesso no esporte, onde competiu dos 11 aos 21 anos de idade.
A primeira participação de Ronda nas Olimpíadas foi em 2004, nos jogos de Atenas. Aos 17 anos de idade, a loira foi a mais jovem judoca da competição e foi eliminada logo nos estágios iniciais. Quatro anos mais tarde, nos Jogos de Pequim, a história foi diferente: Rousey foi longe e conquistou a medalha de bronze, se tornando a primeira norte-americana a obter tal feito em toda a história.
Hoje, Rousey é a lutadora de MMA mais famosa da atualidade, tendo vencido todas as 11 lutas que fez de maneira avassaladora.
Uma das vítimas de Rousey no UFC, Sara McMann foi outra atleta que obteve sucesso em sua passagem pelos Jogos Olímpicos. A norte-americana, que começou a praticar wrestling na faculdade enfrentando atletas homens, teve uma trajetória de sucesso no esporte, iniciada ainda no final dos anos 1990.
Seu potencial no wrestling ficou mais evidente com a medalha de prata no Campeonato Mundial de Nova York, em 2003, além da conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, no mesmo ano. Em 2004, a expectativa era ainda mais empolgante, já que a modalidade feminina do esporte faria parte pela primeira vez da programação das Olimpíadas.
Após se classificar com sucesso na seletiva para a competição, McMann conseguiu avançar até chegar às finais, garantindo logo de cara uma medalha. Na decisão, diante da japonesa Kaori Icho, a mesma que a havia derrotado no Mundial do ano anterior, a norte-americana saiu na frente, abrindo 2 a 0, mas acabou sofrendo a virada nos instantes finais, terminando com a prata.
Mesmo assim, McMann continuou competindo no wrestling, conquistando duas medalhas de bronze em mundiais (2005 e 2007) e o ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Porém, ela não conseguiu avançar nas seletivas e ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Destaque no wrestling universitário norte-americano nos anos 1990, Daniel Cormier, atual meio-pesado de destaque no UFC, fez parte da delegação dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos em duas oportunidades.
Um ano após conquistar o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, Cormier participou dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, competindo na categoria até 96 kg. Após vencer as duas primeiras lutas, o norte-americano ficou muito próximo de conquistar uma medalha, mas acabou perdendo nas semifinais e também na disputa do bronze, amargando o quarto lugar.
Nos Jogos de Pequim, quatro anos mais tarde, Cormier novamente integrou a equipe dos Estados Unidos, inclusive sendo nomeado o capitão. Porém, “DC” teve dificuldades no corte de peso e, com problemas nos rins, acabou não competindo.
Atualmente, Cormier ocupa posição de destaque na categoria dos meio-pesados do UFC e é treinador de wrestling da American Kickboxing Academy, onde treinam nomes como Cain Velasquez e Luke Rockhold.
De todos os wrestlers norte-americanos que competiram nas Olimpíadas antes de migrarem ao MMA, Henry Cejudo é o caso de maior sucesso. Atual peso mosca do UFC, onde ocupa a nona posição no ranking oficial, o prodígio atleta foi o único a embolsar uma medalha de ouro na prestigiosa competição, e o fez somente aos 21 anos de idade, o mais jovem a obter tal feito até o momento.
Cejudo participou das Olimpíadas pela primeira vez em 2008, nos Jogos de Pequim, e não teve vida fácil. Ele saiu perdendo e precisou buscar a virada em suas três primeiras lutas, mas conseguiu chegar à final. Diante do japonês Tomohiro Matsunaga, Cejudo teve vida mais fácil e obteve nova vitória, conquistando o ouro.
Porém, o sucesso não continuou na tentativa de conquistar novo ouro nos Jogos de Londres, em 2012. Cejudo sequer conseguiu passar pelas seletivas nos Estados Unidos e, depois disso, se aposentou das competições de wrestling.
Um dos nomes mais lendários da história do MMA também passou pelas Olimpíadas antes de fazer sua estreia nas artes marciais mistas. Com longo retrospecto no wrestling universitário, sendo campeão norte-americano em três oportunidades, Dan Henderson participou de duas edições dos Jogos Olímpicos, uma, inclusive, em seu país natal.
Henderson foi aos jogos de Barcelona, em 1992, e acabou não indo muito longe, terminando na décima posição. Quatro anos depois, em Atlanta (EUA), “Hendo” novamente foi um dos representantes norte-americanos, mas ficou em 12º.
O norte-americano tentou um feito inédito ao participar das seletivas para os jogos de Sydney, em 2000, quando já havia iniciado sua carreira no MMA. Após fracassar em obter uma vaga, “Hendo” decidiu voltar seu foco totalmente às artes marciais mistas, onde compete até hoje.
A experiência de Hector Lombard nos Jogos Olímpicos transcende o âmbito esportivo e se tornou uma história marcante socialmente falando. O cubano integrou a equipe de judô de seu país nos Jogos de Sydney, em 2000, onde competiu na divisão até 73 kg.
Eliminado nas fases iniciais da competição, Lombard não retornou ao seu país natal junto de seus colegas de equipe. O atleta desertou da delegação e permaneceu na Austrália, inclusive se naturalizando cidadão do país anos mais tarde. Lá, iniciou sua trajetória no MMA, mudando-se aos Estados Unidos pouco depois, integrando a academia American Top Team.
A passagem de Lombard pelos Jogos Olímpicos verdadeiramente mudou os rumos da vida do atleta, que hoje praticamente se considera mais australiano que cubano. Flagrado em um recente exame antidoping, Lombard deverá ficar afastado do MMA por algum tempo devido a uma suspensão que ainda será definida.
Compatriota de Lombard e destaque da divisão dos médios do UFC, Yoel Romero participou de duas edições dos Jogos Olímpicos na década passada. Representante do wrestling, o “Soldado de Deus”, como é atualmente conhecido, foi a Sydney, em 2000, e Atenas, em 2004, e ficou próximo de conquistar a medalha de ouro.
Na Austrália, Romero venceu suas primeiras quatro lutas sem nem mesmo sofrer um ponto, e enfrentou o russo Adam Saitiev na final. Porém, ele acabou derrotado e obteve a prata. Quatro anos mais tarde, na Grécia, passou por seus três primeiros adversários, mas caiu diante do lendário Cael Sanderson na semifinal. Uma nova derrota na disputa do bronze o deixou com o quarto lugar.