Jean Silva explica por que tem calma para ir ao top 15 e revela orar pela vida dos adversários

Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, atleta da Fighting Nerds citou remorso por machucar violentamente seus rivais; atleta se apresenta neste sábado (22) no UFC Seattle

Apontado como uma das maiores promessas brasileiras, Jean Silva, mais conhecido como ‘Lord’, se prepara para mais um desafio em sua carreira. Escalado para enfrentar Melsik Baghdasaryan neste sábado (22) no UFC Seattle, o representante da Fighting Nerds não espera nada além de uma luta violenta, como costuma entregar normalmente.

Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, o lutador peso pena (até 65,7kg.) comentou sobre negociações para estar presente no UFC Seattle, destacou importância de seu time para alcançarem confronto e reconheceu lado positivo em encarar Melsik.

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Tom Aspinall ainda acredita em duelo contra Jon Jones. (Foto: Instagram/UFC)

“Teve várias outras que a gente pensou e pediu em cima da hora. Sou bem ansioso, gosto de lutar o tempo todo, mas a minha equipe juntamente com o Ivan Jatobá, meu empresário, estão fazendo um bom trabalho para minha carreira. Eu me considero um carro de corrida. Eles (equipe) vão cuidar ali no box, vão trocar o óleo, pneu, deixar tudo pronto e meu empresário vai atrás das melhores corridas, onde vai ter bom retorno. Então fomos em busca de uma luta boa, que casa com o estilo do Lord e o UFC sugeriu o Melsik lutar contra o Lord e a gente aceitou”

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Melsik Baghdasaryan (foto) enfrenta Jean Silva no UFC Seattle. Foto: Reprodução/X

Calma para chegar ao top 15

Lord explicou o motivo para não se aproveitar da popularidade e estilo chamativo para apelar por lutas maiores, como uma chance de enfrentar possível adversário do atual top 15 da categoria.

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“Tá certo que a maioria da galera esperava um ranqueado, mas poxa, eu não tenho um contrato super bom para fazer uma luta tão dura pra ganhar pouco. Então o que acontece:  eu seria um atleta bom e barato pro UFC se eu já fosse para as cabeças. E aí meu empresário trabalhou bastante com isso aí, achou uma luta boa, eu achei uma luta excelente, então aceitamos, com uma possível renovação de contrato aí pela frente bem boa, esse foi o grande motivo. O melsik é um grande atleta pra pouco nome, só isso, mas ele é campeão mundial de kickboxing, então esse foi o motivo”

Ajuda de velho amigo

Em preparação para luta no UFC Seattle, Jean pôde contar, novamente, com participação de Bruno Souza, carateca renomado que o ajudou na luta que marcava sua estreia na organização.

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“Lutei com Westin Wilson que era canhoto, ia lutar com William Gomis que é canhoto, lutei com Charles Jourdain que é canhoto, Drew Dober também e lá no Wilson, o Bruno Souza apareceu na academia e a energia do moleque era acima de todas as médias. Sei que estou no UFC e ele não está mais, mas mesmo assim a estrela dele é muito maior que a minha. Ele me ajudou com o Wilson, retornou pros Estados Unidos e quando fecharam minha luta (com Melsik) ele estava chegando no Brasil. Então ele me ajudou a iniciar o camp, peça fundamental, uma das mais importantes fora a equipe”

Bruno Souza em luta contra Melsik Baghdasaryan. Foto: Reprodução/UFC

Caminho até o, não sonhado, cinturão

“Se for para olhar voos maiores, voos rápidos, eu acho que todo avião antes de decolar ele passa por uma série de análises técnicas, com diversos profissionais olhando mecanismos, tudo. Uma nave só decola com todos assentos vendidos. Se a gente for parar para olhar a carreira do Jean, está sendo muito bem feita. Sou ansioso não pelo cinturão, não pelo top 15, eu sou ansioso por lutar. Eu amo estar lá dentro trocando murros. O cinturão nunca foi meu sonho. Ele vai vir porque vou bater em todo mundo, não importa. Então ele vai vir porque isso faz parte da empresa que eu estou. Eu estou galgando pro maior cargo da minha empresa e eu vou chegar lá, vou ficar lá e ele vai vir”

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Pablo Sucupira (esq) Flávio Álvaro (atrás), Jean Silva, Carolina (esposa) e Ivan Jatobá. Foto: Reprodução/Instagram @jeansilvamma

Disposição para apanhar

Ao contrário do que muitos podem pensar, Jean afirmou estar pronto para os eventuais maus momentos que podem vir as serem passados no octógono. Caso seja abatido, o lutador alertou para fãs não se preocuparem, pois ele estará curtindo.

“Eu sei que vai chegar o dia que o cara vai me quedar, vai me bater e sabe qual a parte maneira: é que tá tudo certo, eu curto essa parada. Não é porque eu treino, é porque eu amo viver essa parada, acho que um dos maiores dons que a vida pode oferecer pro ser humano é ele entender aonde está sua paixão, hoje eu sei que minha maior paixão tá dentro da luta e eu vivo isso”

Remorso pelo estilo violento

Apesar de amar estar no octógono, Lord relembrou momento delicado da carreira e destacou remorso por machucar de forma grave seus adversários.

“Eu já lutei com diversas pessoas e elas se machucaram. Uma delas se aposentou. Acabou com o ‘carrinho’ do queixo, foi um cruzado e na hora que ele estava caindo eu chutei, então quebrou toda aquela parte. A galera teve que fazer vaquinha (pro tratamento) porque o evento não pagava, era no Brasil, então de certa forma esse cara não luta mais, eu levo isso comigo. Eu rezo pela vida dessas pessoas até hoje, eu oro para que possam encontrar a felicidade em outra coisa. Eu recebi uma mensagem desse cara faz um ano, onde ele falava: você merece estar aí, você luta com felicidade. E eu tinha nocauteado ele. Então isso mostra o quanto nosso amor pela parada pode fazer mal a alguém. Como eu disse, o cara não pode mais lutar. Eu levo isso comigo, é uma dor. Eu amo o que faço, mas é um pouco complicado”

Jean Silva em duelo contra Drew Dober. Foto: Reprodução/Instagram

Desejo inusitado

Sem problemas em expressar o desejo de perseguir cenários brutais e agressivos, Jean surpreendeu ao revelar desejo em viver na época dos nórdicos.

“É o que falo, como o Joe Rogan falou: se existisse ainda cavalheiros, com machado na mão cortando a cabeça de outras pessoas na época dos nórdicos, eu seria esse cara. Eu daria a minha vida inteira para viver um dia na época desses caras, não sei como seria, eu sou meio problemático, não sei eu estaria ainda vivo, mas eu sou apaixonado por isso, por musica clássica e eu sei que quando tô lá dentro a minha alma está sendo alimentada. Eu sei que eu me torno uma pessoa melhor. Eu falo porque as pessoas que estão na minha volta falam que estou diferente, evoluindo. Isso mostra o quão apaixonado eu sou pelo que faço”, concluiu.

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