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Guerra e Paz! Alex Poatan e Sean Strickland escrevem história de rivalidade até a parceria no octógono

Alex Poatan x Sean Strickland: relação de amor e ódio. Foto: Montagem SUPER LUTAS

Quando Sean Strickland subir ao octógono no sábado (8) para enfrentar Dricus du Plessis em busca do cinturão dos médios (até 83,9kg.), mais uma página da história dele com outro ex-detentor do título será escrita. A estrela brasileira do UFC, Alex Poatan, será seu corner anos depois de estar no lado oposto do cage.

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A luta principal do UFC 312, coloca o sul-africano frente a frente com o chamado ‘Tarzan’ pouco mais de um ano depois do encontro dos dois. O atleta treinado Poatan tenta viver uma história diferente da vivida no primeiro duelo quando viu seu oponente vencer por decisão dividida dos juízes. A parceria com o campeão meio pesado (até 93kg) é uma artilharia inusitada em busca da vitória nesta batalha.

Mas a caminhada desde a posição de alvo até companheiros de trincheira levou anos, custou ofensas e criou episódios inusitados, além de surpreendentes. O SUPER LUTAS preparou uma linha do tempo dessa evolução de rivais a amigos.

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Provocações antes do UFC 276

S. Strickland (dir.) e A. Poatan (esq..) se enfrentaram no UFC 276. Foto: Reprodução/Instagram

Sean Strickland e Alex Poatan foram escalados para duelarem no card principal do UFC 276, realizado em julho de 2022. O então peso médio brasileiro teve que ouvir toda a sorte de impropérios do norte-americano que simplesmente desprezou a qualidade da luta em pé de Poatan, mesmo ele já tendo sido campeão de kickboxing.

“Ele é uma p**** de brasileiro que nocauteou Izzy (Israel Adesanya) há 20 anos. Não é um striker tão bom. (Alex Poatan) Pereira é assim. Só se pode fazer isso porque se é alto e geneticamente abençoado. Se fosse do tamanho de um humano normal, não se poderia chegar tão longe. É um estilo de m****”, disse Strickland à epoca.

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Resposta no octógono

A. Poatan (esq.) superou S. Strickland (dir.) no UFC 276. Foto: Reprodução/Instagram @ufc

Alex Poatan estava longe de ser a estrela do UFC reconhecida mundialmente que é hoje. Mas tinha seu brilho. O brasileiro ainda não era ranqueado, tinha feito apenas duas lutas na organização, porém recebeu a oportunidade de uma luta antes do título contra um top 5 atrevido, o Strickland.

Não deu nem para suar. Na luta realizada em Las Vegas (EUA), Alex Poatan deu um verdadeiro show. O paulista fez valer sua trocação de excelência e massacrou o ‘bad boy’ ainda no primeiro round. Afiado na luta em pé – contrariando o prognóstico do opoente – o triunfo veio com um duro nocaute. Depois da luta, o vencedor riu melhor por rir por último.

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“Quando ele está ali e acha que pode me derrotar, para mim, é muito melhor. E, como eu falei, sabia que era um cara duro. Se eu sei que é desta forma, vou ficar mais atento e esperto. Agora, se ele achava que era fácil, deu no que deu”, disse Poatan.

Nasce o respeito

O previsto se confirmou. O nocaute sobre Strickland tornou-se o ingresso para a luta pelo cinturão. Escalado para enfrentar o campeão Israel Adesanya, Poatan ainda teve que lidar com o ‘Tarzan’ dizendo publicamente que não venceria ‘Izzy’. Mas, mais uma vez, a reposta veio no octógono, o título dos médios ficou com o brasileiro e Sean se rendeu.

“O cara bate forte, cara. Aquele filho da p***, ele tem dinamite em suas mãos, mas conseguirei algumas vitórias em meu currículo, e espero que ele ainda seja o campeão”, disse Sean Strickland tempo depois em entrevista ao ‘MMA Junkie’.

O inimigo do meu inimigo é meu amigo

Israel Adesanya x Sean Strickland . Foto:Reprodução/Twitter @ufc

O destino reservaria para Sean Strickland a oportunidade de recobrar o cinturão justamente contra Israel Adesanya, que já havia saído vencedor e sido derrotado nos confrontos com o agora respeitado Poatan, A rivalidade entre o brasileiro e Strickland foi deixada de lado, os dois se tornaram amigos e parceiros de treino. Alex Poatan foi fundamental na preparação do norte-americano para enfrentar o então campeão e vencer por pontos.

Companheiros desde 2023

Desde a reconquista do cinturão, foi construída uma relação de amizade e aprimoramento sem exigir nem mesmo conversas. No esporte, a barreira idiomática é só um detalhe. Declarações elogiosas tornaram-se rotina, como quando Strickland falou de Poatan ao canal ‘Helen Yee Sports’.

“O cara é um selvagem e já nocauteou Izzy. Eu gosto disso e vou dizer o motivo. Com Alex [Poatan], é meio que uma coisa assustadora. Isso me empolga muito.”, afirmou.

Alex Poatan (esq.) em treino com Sean Strickland (dir.). Foto:: Reprodução/Instagram

Em uma declaração publicada por Plínio Cruz, treinador do atual campeão meio-pesado (até 93kg.) do UFC, o norte-americano confessou o terror que sente ao pensar em enfrentar novamente o brasileiro.

“Eu não tenho medo do Alex, mas o problema é que meu queixo vai simplesmente definhar. Eu durmo. Para eu nocautear o Alex, ele tem que fazer algo realmente estúpido. Como se ele tivesse que fazer como o que fez contra o Izzy [Israel Adesanya]. Uma chance de ficar livre e nocautear. É quase impossível”, disse o lutador.

Dricus du Plessis x Sean Strickland/Alex Poatan

Agora, Alex Poatan é simplesmente parte da equipe Sean Strickland. Que reforço tem o norte-americano, não? Invejável. O apoio exige um certo sacrifício do brasileiro. Poatan está em preparação para enfrentar Magomed Ankalaev do UFC 313, em 8 de março, em Las Vegas. Mesmo assim, foi para a Austrália exercer a função de coach no UFC 312.

A. Poatan e S. Strickland tornram-se amigos e parceiros de treinos. Foto: Reprodução/X

O caso não é inédito. Inclusive, no primeiro enfrentamento de Strickland e Du Plessis, lá estava o lutador do ano. O episódio inclusive foi motivo para o sul-africano exalar deboche.

“(Poatan) também ficou no corner na primeira luta. Quero dizer, eles nem falam a mesma língua. Realmente não faz muita diferença se ele está no corner, nem consegue entender seu próprio treinador. Ele também é americano. Como ele vai entender Alex Pereira?”, disse du Plessis.

Realmente é publico que Strickland e Poatan conversam pouco, cerceados pela barreira idiomática. Nada que impeça os dois, vez ou outra, trocarem um sonoro ‘Chama!’.

 

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Publicado por
Velber Viana