Meses após Daiane Silva passar mal durante corte de peso para estreia no Bellator e entrar em coma, o empresário da brasileira, Alex Davis, veio a público falar sobre o ocorrido, além de dar alguns detalhes sobre a recuperação da lutadora e o papel da organização durante o socorro da atleta, que foi colocada em coma induzido após dar entrada num hospital da Inglaterra com severos problemas de desidratação.
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Em entrevista ao site norte-americano ‘MMA Fighting’ nesta quarta-feira (8), Davis, que também é responsável pela carreira de grandes nomes como Edson Barboza e Norma Dumont, reconheceu a rápida reação dos funcionários do Bellator no momento do socorro, o que, segundo sua opinião, foi fundamental para salvar a vida da lutadora.
“Foi muito assustador. O Bellator fez um trabalho muito bom. Eles descobriram que tinham um problema e chamaram um médico para cuidar disso. Quando o médico viu a gravidade da situação, levou-a para a ambulância. Eles a levaram para o hospital. Se não tivessem agido tão rápido, poderia ter sido um desfecho diferente”, disse.
Daiane iria enfrentar a kuwaitiana Eman Almudhaf em combate válido pela categoria peso pena pela primeira vez em sua carreira. Davis, que não estava presente durante o ocorrido, relembrou da aflição no momento que soube o que estava acontecendo e como o incidente mudou muito da sua percepção a respeito do corte de peso, uma prática muito comum em diversas modalidades de esportes de combate.
“Uma pessoa como eu tem lutadores no mundo todo, e chega o fim de semana, você tem um monte de eventos e um monte de lutadores que você acompanha. A última vez que ouvi quando a verifiquei, ela iria bater o peso. Na manhã seguinte, acordei e recebei mensagens dizendo que ela foi para o hospital. Foi assim que recebi a notícia. Isso nunca tinha acontecido comigo. Eu nunca tinha experimentado isso. Isso me fez perceber, antes de tudo, que acho incrível que isso não aconteça mais ou pelo menos não sabemos mais sobre isso”, afirmou.
Daiane Silva não é um caso isolado
Prática comum e perigosa, o corte de peso já fez muitas vítimas no MMA. O caso mais famoso entre atletas brasileiros é o de Renan Barão, que em 2014 teve que se retirar do UFC 177 após desmaiar e bater a cabeça antes da pesagem oficial.
Durante a entrevista, Davis ainda chegou a citar um exemplo prático no qual testemunhou um corte de peso brutal. De acordo com ele, a prática, danosa a saúde, é vista como exemplo de profissionalismo para muitas pessoas.
“Tive um caso em que eu estava em um evento, não vou falar detalhes nem nada, mas todos estavam perdendo peso na sala e um dos caras estava no chão gemendo e dizendo que as costas estava doendo. O treinador estava dizendo: ‘Você tem que continuar, você tem que ser profissional!’ Eu me virei e disse: ‘Não se trata de ser profissional – ele está com dores, seus rins estão em colapso. Você deve levá-lo ao médico agora! Fui chamar a equipe do evento e disse que tinham que cuidar dele, senão ele vai teria um colapso renal. Com certeza eles o levaram ao médico, o mandaram para (o pronto-socorro) e neste caso conseguiram reidratá-lo antes que ele realmente passasse mal”, disse.
No caso de Daiane Silva, depois de ser colocada em coma induzido e passar mais de um mês internada, ela conseguiu retornar ao Brasil em novembro do ano passado. Ela se recupera bem, mas ainda não é possível saber se um retorno para o MMA será possível.
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