O contrato de exclusividade no fornecimento de material esportivo entre o UFC e a Reebok, anunciado no fim do último ano e que entra em vigor a partir de julho, tem dividido opiniões entre atletas e pessoas ligadas ao MMA. Alguns consideram que o novo formato pode ajudar os atletas em início de carreira, mas outros preferem se focar nas eventuais perdas de patrocinadores por conta da restrição à exibição de outras marcas. Este é o caso do brasileiro Vitor Belfort, que classificou como injusta a divisão de valores e cobrou mais igualdade no repasse aos lutadores.
“Tenho grandes contratos, que envolvem muito dinheiro. E terei que dizer a essas pessoas: ‘Ouçam, não posso mais ter vocês no octógono porque tem aqueles caras que patrocinam o UFC e só é permitido vestir a marca deles’. E eles vão pensar: ‘Ok, mas eles vão pagar a você o que pagamos?’. E eu digo: ‘Não, eu não tenho nada com eles’. Alguém irá aparecer no meu uniforme e não irá me pagar mensalmente? É justo? Tenho 19 anos de carreira. Eu não acho que isso seja justo, porque alguns lutadores tem o privilégio de ter um contrato com essa grande organização que vem para o meu esporte e eles recebem mensalmente. Para ser uma coisa justa, tem que ser igual para cada um”, disse Belfort, em entrevista ao podcast “The MMA Hour”.
O brasileiro deu prosseguimento à explicação sobre seu ponto de vista apontando que a comparação pertinente para o caso dos lutadores seria com o dos tenistas profissionais. “Não nos vejo como a NBA. Eu não sou pago pela Blackzilians como seria pelo Miami Heat. O que quero dizer é que nosso esporte é mais comparável ao tênis. Os tenistas precisam ter seus patrocinadores, pois são eles que pagam as viagens e todas as despesas. Não é todo mundo que pode ganhar um campeonato e fazer muito dinheiro, então, vários tenistas precisam de patrocínio para viajar pelo mundo. Eu sou pago pelo UFC quando luto, mas, mensalmente, os patrocinadores nos ajudam também. Às vezes temos lesões, às vezes não lutamos. Na NBA os caras recebem mensalmente. Se sofrerem lesões, se não puderem jogar, ainda assim estarão ganhando dinheiro. E eles ainda podem jogar com seus ‘Nikes’, ou seja lá qual for a marca”, concluiu.
Aos 36 anos, Vitor Belfort possui um retrospecto profissional de 24 vitórias e dez derrotas. Vitor pisará pela próxima vez no octógono ainda antes do início da vigência do acordo entre Ultimate e Reebok. No dia 23 de maio, após mais de um ano de espera e nada menos do que três adiamentos, o “Fenômeno” finalmente desafiará o campeão Chris Weidman pelo cinturão dos pesos médios. O duelo é a luta co-principal do UFC 187, que será encabeçado pela disputa do título dos meio-pesados entre Jon Jones e Anthony Johnson.