Médico de comissão brasileira nega culpa por doping de Anderson e diz que não trabalha mais para os lutadores

Tannure (esq.) cuidou de Anderson (dir.) durante sua recuperação. Foto: Reprodução/Facebook

Tannure (esq.) negou participação em doping de Anderson (dir.). Foto: Reprodução/Facebook

Desde que o polêmico caso de doping envolvendo Anderson Silva veio à tona, um nome frequentemente citado é o do médico Márcio Tannure. Diretor da Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA), Tannure trabalhou por muitos anos como médico pessoal de “Spider”, e chegou a ser acusado por um outro lutador, Antônio Pezão, de ser o responsável direto pelo doping do ex-campeão. No entanto, o médico fez questão de esclarecer os fatos e explicou que não trabalha mais diretamente com os atletas, mas sim na CABMMA.

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Em entrevista ao site do canal “Combate”, Tannure reclamou das acusações as quais considera serem sem fundamentos, e explicou que, em sua longa experiência em esportes, não se envolveu em nenhum caso de maior controvérsia. “Eu tenho sofrido, porque as pessoas, a imprensa principalmente, fazem algumas insinuações às vezes sem saber da sua história e do seu caráter. Por exemplo agora, como aconteceu com o Anderson, as pessoas tentando induzir que eu tinha alguma coisa a ver com isso. Eu trabalho no Flamengo há 13 anos, só no Flamengo eu já participei de mais de 2000 exames antidoping, porque o único esporte aqui no Brasil que em toda partida tem exame antidoping feito pela WADA (a Agência Mundial Antidoping) é o futebol. Nunca tive um caso. Nesses oito anos que trabalhei com esses atletas, eram atletas que eram testados, atletas campeões, e nunca tive um caso. Na Seleção Brasileira, todos os jogos, todos os atletas eram testados, participei de dois Mundiais Sub-20, de Pré-Olímpico com aquela geração do Neymar, e nunca tive um problema, então não sei por que agora teve um problema e as pessoas estão relacionando isso a mim como se eu fosse um médico que… Acho que, se as pessoas pegassem meu passado – mesma coisa com o Anderson – acho que não bate muito”, argumentou.

Tannure explicou que deixou de trabalhar como médico particular dos lutadores assim que a CABMMA foi criada, em 2013. “Quando eu entrei na comissão atlética, por opção minha, eu deixei de atender atletas, porque eu sabia que isso ia surgir. Quero deixar isso público, bem claro, que hoje, se alguém provar que tem algum atleta do UFC que eu trato, eu largo meu cargo na comissão no mesmo dia. Quero acabar com isso de uma vez por todas. Mas também, se alguém acusar isso e não provar, vai ter que provar isso judicialmente. Isso é uma coisa que eu quero deixar bem clara.”

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No UFC, Tannure se envolveu em um caso de polêmica com Pezão, que foi flagrado em exame antidoping em 2013 com doses altas de testosterona. Na ocasião, o lutador acusou Tannure de ter cometido um erro na prescrição do tratamento de reposição de testosterona (TRT). O médico, no entanto, afirmou que o caso já faz parte do passado.

“Isso aí, o que tinha pra falar já foi dito naquela época, já gerou muito desgaste. Isso já é página virada para mim e para ele também. Não tenho o menor rancor, mágoa, desejo sucesso para ele e continuo desejando. O que tinha para ser dito, já foi dito e esclarecido, pelo menos da minha parte. Não gostaria de voltar a esse assunto, que para mim já morreu. Bola pra frente. Não tenho a menor mágoa. Torço por ele e para todos os brasileiros. Vou torcer para ele também com certeza”, encerrou.

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Publicado por
Bruno Ferreira