A derrota sofrido contra Jon Jones na luta principal do UFC 309, na madrugada deste domingo (17), marcou o último capítulo da carreira do maior peso pesado da história do Ultimate. Aos 43 anos de idade, Stipe Miocic protagonizou o simbólico ato de pousar as luvas no octógono e anunciou a aposentadoria do MMA profissional, encerrando uma carreira marcada por grandes vitórias e recordes.
O norte-americano de ascendência croata deixa o esporte como o recordista de defesas de cinturão na divisão peso pesado do UFC, com quatro defesas bem sucedidas, sendo três delas consecutivas. O lutador, que para muitos é o maior peso pesado (até 120,2kg.) da história, construiu um histórico de 20 triunfos e cinco reveses.
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“Ele é duro. Eu sabia que seria. Tentei dar meu máximo, mas não deu. Pra mim acabou, estou me aposentando”, anunciou Miocic.
Primeiro contato com as artes marciais
Nascido e criado no estado de Ohio, nos Estados Unidos, mas filho de pai e mãe croatas, Stipe Miocic cresceu praticando esportes, com preferência pelo baseball e pelo wrestling, sua primeira arte marcial, na qual competiu na primeira divisão da NCAA.
Aos 23 anos, foi levado por um colega de wrestling a treinar na Strong Style MMA, academia que treina até hoje. Começou a praticar MMA, mas encontrou no boxe sua principal paixão à época e foi campeão do ‘Golden Gloves’ em Cleveland.
Domínio no cenário local e início no UFC
Com nível de ‘Golden Gloves’ no boxe e de primeira divisão da NCAA no wrestling, o MMA era o caminho inevitável. Após cinco vitórias como amador, se tornou profissional em 2010, aos 28 anos de idade, dividindo os treinamentos e lutas com seu emprego como bombeiro.
Entre 2010 e 2011 emplacou seis nocautes consecutivos em eventos regionais, sendo contratado pelo UFC em 2011.
Começou bem no Ultimate, com três vitórias consecutivas, até amargar a primeira derrota na carreira nas mãos do ‘gigante’ Stefan Struve, em 2012.
Cinturão no Brasil
Após o primeiro revés, Stipe Miocic ainda viria a perder mais uma luta contra o brasileiro Junior Cigano, em 2014. Se engana, no entanto, que o Brasil representaria algo negativo para o norte-americano.
Foi contra um brasileiro, em solo tupiniquim, que Stipe Miocic se consagrou campeão do UFC. Com nocaute sobre o então campeão Fabricio Werdum na Arena da Baixada, em Curitiba, o norte-americano de ascendência croata conquistou o cinturão.
Recorde de defesas e rivalidade com Cormier
Entre 2016 e o início de 2018, Miocic quebrou o recorde de defesas de cinturão dos pesos pesados, defendendo o título consecutivamente contra Alistair Overeem, Junior Cigano e Francis Ngannou.
Em julho de 2018, no entanto, a sequência seria quebrada e uma rivalidade nasceria. No UFC 226, Miocic acabou nocauteado pelo ex-campeão dos meio-pesados (até 93 kg) Daniel Cormier, mas não deixaria barato.
O descendente de croatas voltou a dividir o octógono com Cormier em mais duas oportunidades e derrotou o rival em ambas, em 2019 e 2020.
Nocaute para Ngannou e longo hiato antes do adeus definitivo
O reinado de Stipe Miocic foi novamente interrompido em março de 2021, desta vez por Francis Ngannou, que sagrou-se campeão ao nocautear brutalmente o então dono do cinturão no UFC 260, realizado durante a pandemia da Covid-19.
Destronado, Miocic desviou todo o seu foco para a carreira de bombeiros, que deixou de ser um emprego de tempo parcial e se tornou a única função do ex-campeão nos últimos três anos.
Aos 42 anos, no entanto, Stipe Miocic retornou ao octógono para uma nova chance pelo título contra ninguém menos do que Jon Jones, considerado por muitos o maior lutador de todos os tempos no MMA.
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