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Exclusivo! Golpe que custou a única derrota de Jon Jones se torna legal neste fim de semana, confira opinião de especialistas

Jon Jones Matt Hamill MMA

Jon Jones foi desclassificado contra Matt Hamill (Foto: Instagram)

Após mais de duas décadas sendo proibida nas Regras Unificadas do MMA, a cotovelada vertical, conhecida como 12-6, passa a ser oficialmente permitida no UFC a partir do próximo sábado, no UFC Edmonton: Moreno x Albazi. A decisão foi anunciada em julho deste ano, mas este será o primeiro evento da organização a contar com a mudança.

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Além da cotovelada, a regra relacionada a joelhadas na cabeça/rosto também mudou. Agora, se o atleta colocar as mãos ou dedos no solo de forma deliberada, sem o uso de cotovelos ou joelhos para apoio, poderá receber golpes com o joelho.

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Apesar da alteração, as mudanças estão sujeitas à comissão atlética onde os eventos vão acontecer. No caso do UFC Edmonton, que será no Canadá, a nova regra já vale.

Opinião de especialistas

Carlão Barreto

A alteração na regra trouxe muitas opiniões. Em entrevista exclusiva para o SUPER LUTAS, o ex-lutador e comentarista oficial do UFC Fight Pass, Carlão Barreto, disse ter ressalvas com relação à aplicação da cotovelada, por imaginar as lesões que podem ser causadas pelo golpe.

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“Regras são feitas para preservar a integridade física do atleta, para que haja uma conduta limpa dentro do confronto. Falando de artes marciais, isso implica em regras que sejam muito bem claras para que não haja dúvidas e com isso o espetáculo possa prevalecer. Então a regra tem que ser muito bem entendida pelo atleta, pelo treinador, pelos juízes e pelos árbitros. Falando especificamente da cotovelada, são golpes extremamente contundentes. Na minha humilde opinião, a cotovelada 12 -6, traz grande amplitude e impacto. Particularmente não gosto dessas cotoveladas. Acho que vai trazer mais cortes e lesões, ainda mais numa luta”, afirmou.

No entanto, o faixa-preta de jiu-jitsu também reconheceu que as mudanças contribuem para uma transformação na dinâmica do MMA, criando novas necessidades aos atletas.

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“Essa cotovela traz uma nova dinâmica, principalmente para os atletas de grappling, que vão buscar quedas no que tange principalmente o double e o single leg. Eles agora vão ficar mais desprotegidos, tendo que adaptar melhor essa entrada de queda e a permanência na grade, já que agora o oponente vai poder usar a cotovelada em diversos ângulos”, completou.

De maneira semelhante, Barreto também enxerga uma mudança em determinadas posições de luta agarrada com a mudança na definição do que seria um atleta ‘grounded’.

“Vai trazer um pouco de dificuldade de entendimento no início, porque muitas pessoas utilizam o artifício da mão no chão, por exemplo, para se proteger. Isso vai acabar. Vai criar também mais dinamismo, porque a regra vai ficar mais clara, mais limpa. Consequentemente, o quem está atacando vai ter mais possibilidades de ataque, e o quem está se defendendo tem que ficar mais atento à movimentação, principalmente no posicionamento no solo. O MMA ainda é jovem. Está em franco desenvolvimento em vários aspectos, as regras não poderiam ficar atrás”, concluiu.

Carlão Barreto (dir.) ao lado de André Azevedo (centro) e Rodrigo Minotauro. Foto: Reprodução/Instagram

Mario Yamasaki

Já para Mario Yamasaki, árbitro profissional e que trabalhou no UFC entre os anos de 2001 e 2018, as mudanças são bem-vindas, por ajudarem na evolução do esporte como um todo. Sobre a inclusão da cotovelada 12-6, ele afirmou

“Como o esporte ainda é muito novo, toda alteração é válida. Essas mudanças são pesquisadas e testadas até todas as Comissões Atléticas aceitarem. No começo, essa regra foi criada porque ninguém sabia o que era MMA, e achavam que como um carateca podia quebrar blocos de gelo com cotovelo, conseguiria quebrar a cabeça de alguém. Ela é muito menos letal do que uma cotovelada em arco, então não tinha a necessidade para isso, somente para desqualificar lutadores. Acho importantíssima essa volta, essa mudança na regra, porque é sempre bom para o esporte”, disse Yamasaki, que também aprovou a mudança a respeito dos lutadores ‘grounded’.

Mario Yamazaki antes de conduzir um confronto de MMA. Foto: Reprodução/Facebook Mário Yamasaki

Jon Jones

Numa carreira repleta de vitórias e polêmicas, um dos aspectos que muitas vezes é citado ao falar da trajetória de Jon Jones é sua única derrota. Apesar de, efetivamente, nunca ter sido superado por nenhum atleta, o atual campeão mundial dos pesos pesados (até 120,2 kg.) tem um revés em seu cartel profissional, num combate contra Matt Hamill em 2009.

Na ocasião, o então jovem prospecto dos meio-pesados (até 93 kg.) parou o adversário com golpes a partir da montada, ainda no primeiro round. No entanto, ao invés de sair com a vitória, o norte-americano foi desqualificado por aplicar a cotovelada ’12-6’.

Desde então, o próprio lutador e até mesmo Dana White já falaram publicamente do interesse em anular o resultado do combate. Mesmo com a mudança na regra, a derrota continua oficial no cartel de ‘Bones’.

Jon Jones aplica cotovelada vertical em Matt Hamill. Foto: Reprodução/Instagram

Publicado por
Luís Antonio Cardoso