O canadense Georges St. Pierre é um dos mairoes opositores das drogas para aumento de desempenho e do atual sistema antidoping do MMA, fator inclusive citado por ele como uma das principais motivações para se afastar do esporte no fim de 2013. Por isso mesmo, já era de se esperar que o canadense fosse um dos maiores críticos do brasileiro Anderson Silva, flagrado em exame antidoping pelo uso de esteroides anabolizantes logo após sua vitória sobre Nick Diaz no UFC 183. Em entrevista, GSP classificou o uso de substâncias ilegais como uma “arma biológica” e pediu a anulação da luta entre Anderson e Diaz.
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“Essa luta deveria ser cancelada, porque isso é trapaça, é uma arma biológica que você tem. Se eu lutar contra alguém com uma faca e o promotor da luta ou a organização souberem que eu tenho uma faca, eu estou levando uma faca para a luta, eles não podem me deixar lutar, porque eu estou carregando uma arma”, comparou St. Pierre, em entrevista à agência de notícias “Canadian Press”.
O ex-campeão dos meio-médios ainda se disse triste pelo ocorrido com o Spider, juntamente com quem já foi alvo de diversas especulações sobre uma possível superluta, e reforçou que o problema do doping no MMA é estrutural. “Eu me sinto muito triste por Anderson Silva… Eu não quero falar sobre um indivíduo, quero falar sobre o sistema. O sistema é o grande problema nas artes marciais mistas. É algo que eu acredito que o UFC e os lutadores deveriam confrontar e resolver, porque, se você não resolver isso agora, só vai piorar e piorar”, sentenciou.
De acordo com GSP, outro grande problema é o conflito de interesses entre os órgãos que regulamentam o esporte e as decisões que eles possam vir a tomar, haja vista que qualquer punição aplicada pode refletir nos rendimentos da própria entidade – que recebe parte da arredação dos eventos que sanciona. “(Nos Jogos Olímpicos) Eles têm testado em exames surpresa e eles são feitos por uma organização competente e independente (a WADA), que não tem nenhum interesse financeiro na promoção. Acredito que as comissões atléticas estão fazendo um trabalho muito melhor agora do que no passado, porque realizam esses exames surpresa, mas elas ainda têm muito espaço para melhorar”, concluiu.
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