Laboratório justifica lentidão para divulgação de exame de Anderson: ‘O processo pode demorar’

Amostra do lutador brasileiro foi colhida no dia 9 de janeiro, mas resultado só veio à tona em 3 de fevereiro

Anderson (foto) está de volta ao UFC após um ano e um mês. Foto: Josh Hedges/UFC

Anderson (foto) está de volta ao UFC após um ano e um mês. Foto: Josh Hedges/UFC

Uma das grandes dúvidas que surgiram após o anúncio do doping de Anderson Silva é por que o exame levou todo este período para ser divulgado. Afinal, as amostras do lutador brasileiro foram coletadas em 9 de janeiro, 22 dias antes de seu combate contra Nick Diaz, no UFC 183, e o resultado somente foi divulgado no dia 3 de fevereiro.

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Apesar de ter sido flagrado com o anabolizante drostanolona, Anderson ainda assim pôde participar do combate, o qual venceu na decisão dos juízes. Tal demora provocou a fúria do diretor da Comissão Atlética de Nevada, que afirmou que os resultados deveriam ter sido enviados em sete dias. Porém, Daniel Eichner, diretor executivo do laboratório responsável pelo teste, o Sports Medicine Research and Testing Laboratory (SMRTL), explicou que o processo todo de fato não é tão rápido assim.

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Em entrevista ao site norte-americano “Yahoo Sports”, Eichner detalhou o procedimento adotado pelo laboratório, que segue todas as normas da WADA, a Agência Mundial Antidoping. Segundo ele, as amostras coletadas são divididas em duas, a amostra A e a amostra B. A análise somente é feita na primeira, em um processo descrito por Eichner como “escaneamento vasto e extensivo”. Caso algo de suspeito seja encontrado, inicia-se então um procedimento ainda mais detalhado.

“Se nós virmos algo que possa parecer remotamente com uma substância proibida, nós então pegamos o restante da amostra A e fazemos um processo de confirmação. Aí nós procuramos especificamente por aquele composto daquela droga ou metabólito. Obviamente nós gostaríamos de ter os resultados o mais rapidamente possível, mas é importante lembrar que este tipo de trabalho feito por laboratórios credenciados pela WADA é diferente do que é normalmente feito. Nós não estamos comparando as mesmas coisas. É só você olhar o que acontece nas Olimpíadas: as pessoas perdem as suas medalhas, elas não são impedidas de competir. Às vezes esse tipo de coisa demora mais tempo, então só resta tomar alguma medida depois do fato”, detalhou.

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Além disso, Eichner contou que não seria possível “acelerar” o processo levando em conta a magnitude do combate, já que o laboratório não sabe quem é o atleta em questão que está sendo testado. “Nós somos independentes e não temos conhecimento de quem está sendo testado. Nós recebemos uma amostra, que pode ser urina ou sangue, ou os dois, e ela chega por correio. Nós a cadastramos no sistema e o analista trabalha em cima da amostra. É importante lembrar que o analista só vê um número e não faz ideia se isso corresponde a um atleta ou um evento específico”, disse.

Alegando ser inocente, Anderson já pediu para que seja feito o exame de contraprova, o que acontecerá com a amostra B. O ex-campeão pediu para que o exame fosse feito em outro laboratório que não o SMRTL, o que não foi atendido, já que isso descumpriria o regulamento da WADA. O resultado da contraprova ainda não tem data estimada para ser divulgado. Além disso, o caso do brasileiro será julgado pela Comissão Atlética de Nevada em audiência a ser realizada no dia 17 de fevereiro. Nesta reunião, caso seja confirmado o doping, serão discutidas eventuais punições que o brasileiro pode sofrer.

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