Inativo no MMA há quase três anos, Francis Ngannou superou a dor de perder seu filho há sete meses e conquistou o título dos pesos pesados da PFL (até 120,2 kg) ao nocautear Renan Problema no primeiro round. Além da devastação emocional da tragédia, o ‘Predador’ entrou para luta tendo que lidar também com uma limitação física.
Ainda que a vitória tenha acontecido por nocaute no primeiro round, Eric Nicksick, treinador de Ngannou, contou, em entrevista ao ‘MMA Junkie’, que o treinamento para a luta foi prejudicado por uma lesão nas costelas. Essa condição fez o lutador considerar a possibilidade de desistir da luta.
“Foi uma situação difícil, a ponto de precisarmos refletir: ele rompeu o joelho e, ainda assim, não desistiu da luta contra Ciryl Gane, mas quase desistiu desta. Os cenários eram diferentes, mas também era um tipo diferente de dor para ele. E, obviamente, tínhamos um plano de jogo muito focado em grappling”, disse Nicksick.
Embora a vitória tenha vindo através da estratégia de usar a luta agarrada, o treinador contou que houve uma preocupação especial caso Ngannou tivesse que lutar por baixo em algum momento contra ‘Problema’.
“Ele estava preocupado com a possibilidade de cair de costas e ter dificuldade para se mover e fazer grappling com a costela lesionada. Mas, depois de passar pelos médicos, que o liberaram após uma ressonância magnética e outros exames, ele percebeu: ‘Vou ficar bem. Eu consigo superar isso'”, revelou Eric.
Não foi a primeira vez que o peso-pesado se viu obrigado a lutar após sofrer uma lesão. Vinte e cinco dias antes de sua luta contra Ciryl Gane no UFC 270, em janeiro de 2022, Ngannou sofreu rupturas em três ligamentos do joelho direito. Na ocasião, ele venceu a luta por decisão dos juízes e defendeu o cinturão do UFC.