Um dos campeões mais notórios da história dos pesos pesados (até 120,2 kg.) do UFC, o brasileiro Fabrício Werdum fez uma declaração alarmante na última sexta-feira (11). Em comunicado feito como parte do processo antitruste, ‘Vai Cavalo’ assumiu ter sofrido diversas lesões neurológicas em seus anos como atleta na organização. Entre elas, um cisto na área central do cérebro, impossível de ser operado.
Além disso, o lutador também disse perceber diversos sintomas em seu comportamento que indicam a existência de Encefalopatia Traumática Crônica, conhecida popularmente como Demência Pugilística.
“Enquanto lutava pelo UFC, sofri muitas concussões. Temo que durante minha carreira tenha sofrido lesão cerebral traumática (TCE) e esteja percebendo sintomas comuns com TCE e CTE, incluindo irritabilidade, raiva, ansiedade, insônia e perda de memória. Tenho muitas lesões e cicatrizes no cérebro e um cisto localizado centralmente no cérebro, tornando a cirurgia até agora impossível. Monitoro esse cisto com exames semestrais para determinar se ele está crescendo. Até o momento, nenhum tratamento para CTE foi encontrado”, diz o testemunho.
Aos 47 anos, Fabrício Werdum possui um cartel de 24 vitórias, 10 derrotas, um empate e uma luta sem resultado. No UFC, o gaúcho conquistou o título mundial dos pesos pesados (até 120,2 kg.) em 2015, ao vencer Cain Velasquez. Ele também foi nocauteado em três ocasiões no maior evento de MMA do mundo. Sua última apresentação foi no Gamebred BareKnuckle MMA em setembro de 2023, contra Junior Cigano.
Ex-campeão peso médio do Pride FC (até 93 kg.) Wanderlei Silva também prestou um depoimento semelhante no mesmo processo.
“Enquanto lutava pelo UFC, sofri muitas lesões, inclusive concussões. Temo que durante minha carreira tenha sofrido lesão cerebral traumática (TCE) e esteja percebendo sintomas comuns com TCE e CTE, incluindo depressão, alterações de humor e irritabilidade. Até o momento, nenhum tratamento para CTE foi encontrado. Sofro de apneia do sono e tenho dificuldade para dormir e respirar”, afirmou o ‘Cachorro Louco’.
O processo no qual o depoimento foi inserido é movido por diversos ex-atletas que lutaram na organização, como Cung Le e Kajan Johnson. Em março deste ano, o UFC havia acertado um acordo milionário com os lutadores, mas em julho a justiça norte-americana reabriu o caso.