Anderson Silva retornou ao MMA com vitória na madrugada deste domingo (1º), na luta principal do UFC 183, realizado em Las Vegas, nos Estados Unidos. O brasileiro, que não lutava há mais de um ano devido à fratura que sofreu na perna em 2013, superou Nick Diaz na decisão dos juízes e conquistou sua primeira vitória no octógono desde outubro de 2012.
O combate, porém, acabou não empolgando o público presente no ginásio MGM Grand Garden Arena. Com muito estudo e provocações por parte do norte-americano, Anderson não apresentou a mesma contundência dos velhos tempos, ao passo que Diaz também pouco atacava. As ações permaneceram na trocação em todo o momento – Diaz tentou levar ao chão somente uma vez, sem sucesso – e o brasileiro, sem problemas para chutar com a perna esquerda que lesionou, fez a diferença com mais ataques, que chegaram a abrir um grande ferimento em Diaz.
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Após cinco rounds de luta morna, o que incluiu vaias do público em certos momentos, Anderson foi nomeado vencedor por decisão unânime dos juízes (50 a 45, 50 a 45 e 49 a 46). Logo depois do anúncio de sua vitória, o brasileiro desabou no octógono, chorando copiosamente.
“Obrigado, Deus. Obrigado por me dar mais uma chance de estar aqui. Agradeço a minha família, meus filhos e meus amigos verdadeiros. Eu faço isso há muito tempo e é a primeira vez que pego um lutador que é tão forte mentalmente”, disse o brasileiro, após a luta.
Já Diaz afirmou não ter concordado com a decisão dos juízes. “Eu senti que eu ganhei todos os rounds. Adoro Anderson, ele e um cara legal, mas eu não acho que os juízes gostaram de minha postura”, disse.
O combate começou de uma maneira surpreendente para quem assistia. Diaz, que respeitou Anderson durante todas as entrevistas pré-luta, deixou a cordialidade do lado de fora do octógono e iniciou fazendo diversas provocações. Em determinados momentos, o norte-americano chegou a virar de costas para o brasileiro e deitar em pleno octógono.
Apesar das provocações, a luta teve pouca efetividade no primeiro round. Diaz acertou bons socos em Anderson, que respondeu sobretudo ao fim dos cinco minutos iniciais. Após soar o gongo, “Spider” tentou cumprimentar Diaz, que virou de costas e ignorou o brasileiro.
O segundo round começou com a torcida brasileira presente em Las Vegas xingando o lutador norte-americano. Diaz acertava chutes baixos e o brasileiro respondia com a perna esquerda. O norte-americano tentou quedar, mas Anderson defendeu.
Com pouco mais de três minutos de ação, o combate deu uma leve esquentada. Anderson deu um bom chute na costela, com Diaz acertando socos em resposta. O ex-campeão pegou o norte-americano no clinche, aceitando os golpes que Diaz aplicava como retruque. Ao fim do round, Diaz avançou para cima de “Spider”, sendo contido pelo árbitro.
No terceiro período, Anderson começou a incomodar o norte-americano com chutes laterais no joelho. Diaz, passivo, não tomava iniciativas a não ser provocar. Anderson chega a tentar golpes plásticos, como joelhada voadora e chute rodado, mas tudo passa no vazio.
O quarto round começou com Diaz dominando o centro do octógono, deixando Anderson o rodeando. O norte-americano acertou bons chutes baixos, enquanto que “Spider” respondia com os chutes laterais no joelho. Anderson tentou repetir o chute que nocauteou Vitor Belfort, em 2011, mas passou no vazio. Nos instantes finais, as primeiras vaias começaram a aparecer no MGM Grand Garden Arena.
Antes dos cinco minutos finais, o córner de Anderson pede ao atleta para lutar sério. Anderson tenta tomar iniciativa, mas não acerta sequências longas. Diaz responde com chutes baixos, enquanto que Anderson contra-ataca com socos. O norte-americano se incomoda com um corte no olho esquerdo, e o combate termina sem grande efetividade.
CARD PRINCIPAL
Anderson Silva derrotou Nick Diaz por decisão unânime dos juízes;
Tyron Woodley derrotou Kelvin Gastelum por decisão dividida dos juízes;
Al Iaquinta derrotou Joe Lauzon por nocaute técnico no R2;
Thales Leites derrotou Tim Boetsch por finalização no R2;
Thiago Pitbull derrotou Jordan Mein por nocaute técnico no R2;
CARD PRELIMINAR
Miesha Tate derrotou Sara McMann por decisão majoritária dos juízes;
Derek Brunson derrotou Ed Herman por nocaute técnico no R1;
John Lineker derrotou Ian McCall por decisão unânime dos juízes;
Rafael Sapo derrotou Tom Watson por decisão unânime dos juízes;
Diego Brandão x Jimy Hettes – Luta cancelada;
Ildemar Marajó derrotou Rick Monstro por decisão dividida dos juízes;
Thiago Marreta derrotou Andy Enz por nocaute técnico no R1;