ESPECIAL: Como Anderson Silva, outros esportistas também voltaram ao palco de suas tragédias

Ronaldo, Serena e Massa já visitaram de novo o palco onde passaram seus piores momentos. Foto: Produção SUPER LUTAS (Reprodução)

Ronaldo, Serena e Massa já visitaram de novo o palco onde passaram seus piores momentos. Foto: Produção SUPER LUTAS (Reprodução)

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Neste sábado (31), Anderson Silva volta ao octógono um ano e um mês depois da grave fratura sofrida na perna esquerda. Além do ex-campeão dos médios, uma grande coincidência também marca o duelo contra Nick Diaz: o combate acontece no mesmo lugar em que o Spider sofreu sua grave lesão. Tal situação, a volta ao palco de suas grandes tragédias, não é novidade no esporte.

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Com atletas das mais variadas modalidades esportivas, o SUPER LUTAS relembra outros grandes nomes que também viveram dramas durante e retornaram ao mesmo lugar para atuar tempos depois, quando já estavam recuperados. Em nossa lista estão os pilotos Felipe Massa e Robert Kubica, a tenista Serena Williams e os jogadores de futebol Ronaldo e Eduardo da Silva.

Robert Kubica: do drama à vitória em um ano

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No dia 10 de junho de 2007, durante o GP do Canadá de Fórmula 1, o piloto Robert Kubica sofreu um dos acidentes mais assustadores dos últimos anos. O polonês, enquanto tentava ultrapassar Jarno Trulli pela 14ª posição na prova, acabou sendo jogado para fora da pista, indo em direção a um muro próximo. Para piorar sua situação, Kubica pegou um pequeno desnível antes do impacto, o que fez com que seu carro decolasse e atingisse em cheio o concreto.

A batida assustou. O BMW-Sauber de Kubica se despedaçou imediatamente, cruzando a pista até o outro lado de cabeça para baixo. O impacto foi tão forte que os pés do piloto, protegidos pelo habitáculo, acabaram exposto. Apesar do susto, Kubica sofreu apenas uma pequena lesão no tornozelo, algo que saiu barato, tendo em vista o acidente, e ficou fora de uma corrida para se recuperar.

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Kubica no lugar mais alto do pódio apenas um ano depois do trágico acidente. Foto: Reprodução

Um ano depois, o piloto retornou ao circuito de Montreal pela primeira vez após o susto, e aparentava tranquilidade: “O Canadá é uma das minhas pistas favoritas. Apesar de eu ter tido um grande acidente, estou feliz em estar aqui”, disse, na época.

Na corrida, Kubica mostrou que os problemas de fato haviam ficado no passado. Com um carro competitivo, ele conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1, o que também marcou o primeiro triunfo de sua equipe. Aquela acabou sendo sua única vez no topo do pódio, já que, poucos anos depois, Kubica voltou a se acidentar, desta vez em uma competição de rali, e nunca mais teve condições físicas de guiar um carro de Fórmula 1 novamente.

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Felipe Massa: o fatídico episódio da mola solta

Mola (no detalhe) se desprendeu do carro de Barrichello e acertou capacete de Massa. Foto: Reprodução

O caso de Kubica não é o único da Fórmula 1 em nossa lista. O outro exemplo envolve um piloto brasileiro, Felipe Massa, sofreu um acidente inusitado, porém não menos perigoso, no circuito de Hungaroring, na Hungria. Durante o treino classificatório para a edição de 2009 da prova, Massa, então piloto da Ferrari, foi atingido na cabeça por uma mola que havia caído do carro de Rubens Barrichello.

Com afundamento no lado esquerdo da cabeça, Massa chegou a ficar em coma e passou por cirurgias, mas poucas semanas depois recebeu alta. Em 2010, voltou a guiar um Fórmula 1 novamente, e no segundo semestre retornou à Hungria para competir novamente no circuito que presenciou seu grave acidente.

Massa sempre minimizou as consequências da batida em sua carreira. “Eu não lembro do acidente, já que desmaiei. Então, não há grandes preocupações”, disse. “É um lugar especial para mim e, apesar das dificuldades que tive por aqui, é um local que eu gosto.” Assim, o foco estava em outro problema vivido pelo brasileiro: na corrida anterior, uma semana antes, na Alemanha, o piloto foi obrigado a ceder a primeira posição ao seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, o que gerou grande polêmica.

Ronaldo Fenômeno: a “maldição” do Estádio Olímpico


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Se há um campo no planeta no qual Ronaldo Fenômeno não tem boas lembranças, ele é o Estádio Olímpico de Roma. Foi no palco das Olimpíadas de 1960 e da final da Copa do Mundo de 1990 que o ex-craque da seleção brasileira viveu alguns dos piores momentos de sua carreira.

No dia 12 de abril de 2000, no primeiro jogo final da Copa da Itália diante da Lazio, no Olímpico de Roma, Ronaldo voltava aos gramados pela Inter de Milão, depois de passar 144 dias se recuperando de uma cirurgia no joelho direito. Apenas seis minutos após entrar em campo, de substituir o romeno Adrian Mutu aos 13 minutos da segunda etapa, o brasileiro sofreu uma nova contusão no mesmo joelho ao tentar um drible e ficou afastado por mais um ano. A imagem de Ronaldo caindo ao chão em meio à pedalada, o desespero do Fenômeno diante da nova lesão e sua saída de campo na maca foi uma das cenas mais repetidas do esporte na época.

Acontece que o calvário de Ronaldo no local da lesão não havia chegado ao fim. No dia 5 de maio de 2002, o atacante passou por novos problemas em seu retorno ao Estádio Olímpico. Era a última rodada do Campeonato Italiano e a Inter de Milão só precisava de uma vitória, novamente, diante da Lazio para se sagrar campeã nacional. Porém, o time comandado pelo argentino Héctor Cúper acabou derrotado por 4×2 e viu o título escapar. Uma das cenas mais marcantes da partida, e de todo o campeonato, envolveu justamente Ronaldo. Ao ser substituído por Kallon no segundo tempo da partida, quando a Inter já perdia o jogo, o brasileiro desabou em lágrimas no banco de reservas.

Ronaldo só quebraria a “Maldição do Olímpico”, como ficou conhecida, em dezembro de 2004, quando já atuava pelo Real Madrid, no período dos “Galáticos”. No dia 8 de dezembro, o Fenômeno voltou ao Olímpico de Roma com a equipe madrilenha para enfrentar a Roma em jogo válido pela UEFA Champions League e abriu a goleada de 3×0 dos espanhóis.

Após o triunfo, Ronaldo comentou seu histórico com o estádio. “Foi muito emocionante para mim jogar neste estádio. Era muito importante fazer uma boa partida e marcar o gol, porque tinha apenas más lembranças do Olímpico”, disse o atacante na época.

Eduardo da Silva: dois anos até voltar ao palco da fratura

Entrada do zagueiro do Birmingham quase encerrou a carreira do brasileiro naturalizado croata. Foto: Reprodução

Em fevereiro de 2008, o brasileiro naturalizado croata Eduardo da Silva sofreu uma das mais graves lesões registradas nos últimos anos nos principais campeonatos do planeta. Durante uma partida entre sua equipe, o Arsenal da Inglaterra, e o Birmingham no estádio St. Andrews Stadium, após receber uma entrada do zagueiro Martin Taylor classificada como “criminosa” pelo técnico Arsene Wenger, Eduardo sofreu uma fratura exposta que chocou o mundo do futebol.

Na época, chegou-se a especular que a carreira de Eduardo pudesse ter chegado ao fim. Porém, ele conseguiu se recuperar após um ano fora dos gramados. Mais um ano após seu retorno ao futebol e o jogador finalmente voltou ao palco de sua gravíssima fratura.

Ao contrário dos demais atletas, todavia, Eduardo da Silva teve um retorno bem mais discreto ao lugar onde viveu um drama anos antes. Em março de 2010, na 32ª rodada da temporada 2009/2010 Campeonato Inglês, o Arsenal visitou o Birmingham City no Estádio St. Andrews com Eduardo entre os relacionados. O brasileiro naturalizado croata, porém, começou entre os reservas e não entrou na partida, assistindo do banco o empate entre 1×1 entre as duas equipes.

Serena Williams: contusão, depressão, superação e título

Serena Williams chora ao conquistar o Australian Open de 2007. Foto: Divulgação

Nossa última atleta, única representante do time feminino, não chegou a passar por uma lesão impactante visualmente, mas, sem dúvidas, viveu neste período o pior momento de sua carreira. Já com uma carreira de sucesso desde muito jovem, a tenista Serena Williams chegou ao Australian Open de 2006 como a atual campeã e acabou derrotada logo na terceira rodada. Após sair do primeiro Grand Slam do ano, Serena contou que estava com um problema no joelho. Posteriormente, em sua biografia, a norte-americano revelou que na verdade sofria uma grave crise de depressão.

Convivendo com problemas físicos e psicológicos ao longo de todo o ano de 2006, Serena chegou a permanecer meses sem disputar um torneio sequer e despencou das primeiras posições do ranking da WTA para fora do Top 100. Para o Australian Open do ano seguinte, Williams seguia sob forte desconfiança e entrou no Grand Slam no modesto 81º lugar.

A despeito das dúvidas e fantasmas do ano anterior, a norte-americano superou suas adversárias uma a uma e bateu a russa Maria Sharapova, então número um do mundo, na final para se tornar a primeira tenista que não era cabeça de chave na história a conquistar o Australian Open.

Publicado por
Lucas Carrano
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