Ketlen Vieira tem como desafio a norte-americana Kayla Harrison neste sábado (5), na segunda luta do card principal do UFC 307. O combate é carregado de expectativas. A vencedora do confronto provavelmente garante o posto de desafiante número um da categoria dos galos femininos (até 61,2 kg.), que será disputado por Juliana Peña e Raquel Pennington na penúltima peleja da noite.
Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, a atleta contou detalhes sobre seus treinos durante o camp, além de falar sobre a estratégia para o combate.
Apesar de toda a expectativa por parte da mídia e dos fãs na norte-americana, bicampeã olímpica no judô, a brasileira, que também é faixa-preta na modalidade, garantiu estar confiante para o combate devido à preparação, que contou com a presença de um dos principais nomes do país na arte marcial.
“Tenho um conhecimento muito grande do judô. Posso não ter alcançado o nível olímpico dela, mas tenho certeza que sei o suficiente para me defender. Também tive a ajuda da Rafaela (Silva), o nosso grande nome de judô. Ela trouxe dois sparrings que estavam com ela em Paris. Então tive um camp muito completo”, afirmou a lutadora, que também disse ter contado com o apoio de José Aldo, seu companheiro de treinos na Nova União.
O local do evento também configura um dos aspectos mais importantes envolvendo o UFC 307. Realizado em Salt Lake City, Utah (EUA), os lutadores terão de enfrentar a altitude da cidade, que fica 1.300 metros acima do nível do mar. Com relação a isso, Ketlen afirmou estar pronta para a situação, destacando a importância do trabalho de Dedé Pederneiras, treinador principal da equipe.
“Cheguei aqui no domingo pelo fato de ser mulher e ter que lidar com questões como retenção de líquidos e menstruação. Sobre a altitude, o Dedé faz todo o estudo. Ele calcula quanto de altitude pode alterar na performance e isso influencia o tipo de treino que a gente tem que fazer. Tudo muito calculado e a gente fez um bom trabalho”, disse.
Embora reconheça o as qualidades da adversária, ela rebateu as declarações de Harrison, afirmando ser superior a rival e acreditando que o corte de peso pode prejudicar a norte-americana.
“Me sinto muito preparada em todas as áreas. Hoje posso jogar com qualquer um. Já a minha adversária não é da mesma forma. Ela é totalmente dependente da luta de chão. Ela pensa que é melhor que eu em tudo, então acho que a gente pensa igual, porque também acho que sou melhor que ela em tudo”, declarou.
A segunda colocada no ranking da categoria também relembrou os tempos em que desejava enfrentar Amanda Nunes pelo título. Apesar da aposentadoria da compatriota, o objetivo de vestir o cinturão permanece intacto.
“Tenho todo o respeito do mundo pela Amanda. Acho ela uma grande atleta e se duvidar, a maior de todos os tempos até agora. Se você quer ser o melhor, tem que lutar com os melhores. Esse era o meu desejo, porque eu tinha e tenho o sonho de ser campeã do UFC. Deus me colocou a um passo do cinturão mais uma vez, eu acredito que esse momento eu me sinto muito preparada em todas as áreas. No sábado vai ser um grande show, porque o que ela quer eu quero em dobro. Eu estou há anos querendo o que ela quer”, concluiu a lutadora.