Salt Lake City, palco de uma batalha no octógono e na altitude. O campeão dos meio-pesados (até 93kg.), Alex Poatan, está de volta à Utah, nos Estados Unidos, para defender seu cinturão no UFC 307 do próximo sábado (5). A cidade, conhecida por seus elevados níveis de altitude, já foi palco da vitória do brasileiro em sua estreia na categoria. No entanto, a raridade do ar continua sendo um dos maiores desafios para os atletas que disputam eventos na região.
A preparação para a luta em um ambiente com menor pressão atmosférica e ar mais seco foi intensa. Apesar de ter iniciado a aclimatação três semanas antes da disputa, Poatan revelou que a respiração ainda é afetada pela altitude.
“Está muito bom. Chegamos três semanas antes da luta, da outra vez chegamos apenas duas semanas antes. Desta vez, está sendo melhor. É muito alto, até minha garganta, agora com esse ar seco, deu uma leve diferença. Atrapalhou um pouquinho para respirar”, revelou o brasileiro em entrevista ao ‘The Schmo’.
A experiência adquirida no UFC 291, quando superou Jan Błachowicz em luta intensa, pode ser um diferencial para Alex. No entanto, a altitude continua sendo um fator imprevisível, podendo impactar o ritmo e a estratégia dos lutadores, o que exige um esforço físico maior dos atletas.
A menor quantidade de oxigênio disponível na altitude força o corpo a trabalhar mais para oxigenar os tecidos. Isso resulta em um aumento da frequência cardíaca e respiratória, além de maior fadiga muscular. Para os lutadores, essa situação pode comprometer a performance, especialmente em momentos de explosão e troca de golpes.
De acordo com especialistas, a altitude pode causar diversos sintomas, como dores de cabeça, náuseas, tonturas e dificuldade de concentração. Além disso, a menor quantidade de oxigênio pode levar à formação de edemas pulmonares e cerebrais em casos mais graves.
A altitude afeta principalmente esportes que exigem grande esforço aeróbico, como o MMA. A menor quantidade de oxigênio disponível dificulta a produção de energia e pode levar à fadiga muscular precoce. Em lutas pelo título, que podem durar até 25 minutos, a situação se intensifica.
Lutadores mais pesados, como Alex Poatan e Khalil Rountree, são ainda mais afetados do que Raquel Pennington e Julianna Peña, outras protagonistas da noite e que lutam pelo cinturão na noite, pois precisam de mais oxigênio para alimentar seus músculos.
A equipe de Poatan ajustou a preparação física e técnica para minimizar os efeitos da altitude. A aclimatação antecipada e um treinamento específico visam garantir que o campeão chegue à luta em suas melhores condições.
No UFC desde 2021, Alex Poatan soma um retrospecto de 11 resultados positivos e dois negativos. Ele é apontado como um dos lutadores mais populares da atualidade, como sendo o segundo no ranking peso-por-peso da organização, atrás apenas de Islam Makhachev.