Do pacato litoral paulista, mais precisamente da cidade de Peruíbe, surgiu uma estrela que iluminou os tatames do mundo. A história de Beatriz Souza é um verdadeiro conto de fadas do esporte nacional. Nascida em Peruíbe, pequena cidade litorânea de São Paulo, a judoca brasileira conquistou o mundo ao subir no lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Em Paris, Bia Souza escreveu seu nome na história do esporte brasileiro. Com técnica apurada e a força de vontade que só o brasileiro pode ser capaz de reverter em alegria, a judoca superou todas as adversárias e conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil na competição.
A vitória foi dedicada à avó, que a inspirou durante toda a vida e faleceu há dois meses.
“É inexplicável. É uma das melhores coisas do mundo. Eu consegui. Deu certo, mãe. Eu consegui. Eu consegui. Foi pela avó. É para a avó, mãe. Eu amo vocês mais do que tudo. Eu amo vocês”, disse a judoca em primeiro contato com a família exibido pela TV Globo.
A história de Beatriz é um verdadeiro exemplo de superação e determinação. Inspirada pelo pai, Poseidonio José de Souza Neto, um ex-atleta de judô, a menina começou a treinar a arte marcial, revelando um talento natural para a luta. Aos 15 anos, trocou a tranquilidade da cidade litorânea pela agitação de São Paulo, em busca de aprimorar suas técnicas e competir em alto nível.
A primeira vez que pisou em um tatame, Beatriz sentiu uma conexão instantânea com o esporte. A adrenalina da luta, a força dos oponentes e a sensação de vitória a conquistaram de imediato. A partir dali seu objetivo era claro: alcançar o topo do pódio olímpico.
A rotina era desafiadora: treinos exaustivos, longas jornadas de transporte e a necessidade de conciliar estudos com a vida de atleta. Mas a jovem judoca encarou cada obstáculo como um degrau a ser superado, transformando as dificuldades em combustível para o sucesso.
A oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 poderia ter sido um marco em sua carreira. Apesar de não ter conseguido a classificação, a experiência serviu como um aprendizado valioso. A frustração daquela época a impulsionou a treinar ainda mais duro, com o foco nos próximos desafios.
“Falei pra mim mesma que eu não ia sentir aquilo que eu senti de novo, de não ir para uma Olimpíada. Foi uma chave muito importante para mim que eu virei. Desde o momento em que a chave virou, as coisas só foram sendo encaminhadas”, destacou Bia.
A final contra a israelense Raz Hershko, número um do mundo, foi uma luta que deixou o coração na boca dos brasileiros. Bia, com sua característica cautela, iniciou o combate estudando a adversária.
A israelense, por sua vez, buscava impor seu ritmo e pressionar a brasileira. A luta foi equilibrada, com ambas as atletas buscando a oportunidade perfeita para atacar.
Em momento de desatenção da adversária, Beatriz Souza executou um perfeito o-soto-guruma que projetou a israelense ao chão para conquistar um waza-ari.
A brasileira controlou o combate, defendendo as investidas da adversária e garantindo a vitória. A conquista da medalha de ouro foi celebrada com emoção por toda a equipe brasileira, que viu em Beatriz a realização de um sonho.