Mesmo com um retrospecto de 1-3 em suas últimas quatro lutas, Paulo Borrachinha só precisa de uma vitória diante de Sean Strickland no UFC 302 para poder disputar novamente o cinturão dos médios (até 83,9kg). Mas afinal, o que faz o brasileiro ter tanta moral com a organização mesmo com uma sequência ruim de resultados e diversas reclamações públicas, inclusive sobre o seu contrato? O SUPER LUTAS tenta desvendar esse ‘mistério’ no texto a seguir.
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Contratado pelo Ultimate em 2017, Borrachinha emendou cinco vitórias consecutivas, quatro delas por nocaute para chegar à disputa do cinturão dos médios contra o então campeão Israel Adesanya. Após o nocaute sofrido para o nigeriano, em setembro de 2020, a passagem do lutador brasileiro pela organização tomou um rumo diferente do que o público conhecia até então.
De cinco lutas em três anos, Borrachinha se tornou um lutador pouco ativo e, desde então, passou a atuar praticamente uma vez por temporada nos últimos quatro anos. As sequências de cinco vitórias seguidas, se tornaram três derrotas e apenas um triunfo, sobre um já combalido Luke Rockhold, em agosto de 2022. Além disso, Paulo também passou a fazer reclamações públicas sobre a organização e a USADA (Agência de Antidoping dos Estados Unidos).
Não foram poucas as críticas do ex-desafiante sobre as visitas da USADA durante a madrugada/começo da manhã em sua residência, muitas vezes até mesmo em semana de luta, onde o atleta fica naturalmente mais debilitado e precisando de descanso devido ao processo de corte de peso. Borrachinha chegou a comemorar publicamente quando o UFC anunciou que mudaria a agência antidoping parceira da organização.
As reclamações sobre salário
Após a luta com Adesanya, Borrachinha entrou em outra guerra: agora, fora do octógono. O lutador brasileiro passou a reclamar publicamente do salário recebido do UFC, que, segundo ele, seguia o mesmo desde a sua estreia na organização em 2017. O ex-desafiante passou a exigir um aumento salarial e disse que não atuaria mais pela empresa até que a valorização acontecesse.
Em meio as polêmicas e reclamações, Borrachinha ainda subiu ao octógono outras duas vezes, contra Marvin Vettori e Luke Rockhold, conquistando uma derrota e uma vitória, respectivamente. Após vencer o ex-campeão, Paulo e sua equipe anunciaram a renovação de contrato com o Ultimate por um salário que giraria à época em torno de US$ 1 milhão (cerca de R$5 milhões), valores nunca confirmados pela companhia.
Mas afinal, mesmo sendo um atleta que bate de frente com a organização, que reclama publicamente até mesmo do chefe Dana White…o que faz Borrachinha ter tanta moral com a companhia?
A luta começa fora do octógono
Em tempos escassos de atletas midiáticos, Paulo Borrachinha consegue pensar ‘fora da caixa’ e chamar a atenção para as suas lutas antes mesmo delas sequer serem confirmadas. O ex-desafiante sempre está envolvido em alguma rivalidade nas redes sociais: nomes como Khamzat Chimaev, Rober Whittaker, Israel Adesanya e até mesmo o compatriota Alex Poatan já foi ‘mordido’ pela isca virtual do lutador mineiro.
A organização gosta de atletas que atraiam atenção para suas lutas, que ajudem a vender ingressos e pacotes pay-per-views. Para o bem ou para o mal, o fã de MMA curte sintonizar nas lutas de Paulo Borrachinha. Seja para vê-lo vencer ou perder. Como diz aquele velho ditado: ‘As lutas são vendidas antes de começarem’ e desse jogo, poucos entendem como o antigo desafiante ao cinturão.
O dilema de Borrachinha no momento é: tudo tem limite, e uma hora as vitórias precisam voltar a acompanhá-lo. O fã de MMA se surpreendeu com o anúncio oficial da luta com Sean Strickland. Como que um atleta que tem 1-3 em suas últimas quatro lutas e não vence desde agosto de 2022 consegue enfrentar o ex-campeão dos médios recém-destronado em um duelo que vale nova disputa de título?
Independente da resposta, Paulo precisa vencer Sean Strickland no UFC 302 que acontece neste sábado (01). Uma derrota para o ex-campeão pode sepultar as chances de uma conquista de cinturão no médio prazo e tirá-lo de forma definitiva do posto de ‘queridinho’ da organização.
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