Trauma, extremismo e declarações chocantes: as polêmicas que cercaram Strickland e Borrachinha antes do UFC 302

Dois dos lutadores mais polêmicos da organização, Borrachinha e Strickland se enfrentam na luta co-principal do UFC deste sábado (1º)

Paulo Borrachinha é um dos principais nomes do UFC 302. Foto: Reprodução/Twitter/@UFC

Paulo Borrachinha é um dos principais nomes do UFC 302. Foto: Reprodução/Twitter/@UFC

Sean Strickland e Paulo Borrachinha, dois dos lutadores mais controversos do UFC, se enfrentam no octógono no próximo sábado (1º), durante o UFC 302. Ex-campeão peso médio (até 83,9kg.) da organização, o norte-americano é conhecido por sua infância marcada por abusos e violência doméstica, além de suas declarações polêmicas sobre homofobia e racismo. Já o brasileiro, por sua vez, acumula incidentes dentro e fora do octógono, incluindo uma recente briga em público e constantes rixas contratuais.

Protagonistas de suas histórias, os dois lutadores ficam frente a frente na segunda luta mais importante do evento, que será realizado em Newark, nos Estados Unidos. O vencedor, inclusive, vive a expectativa de ser o próximo desafiante ao cinturão de Dricus du Plessis.

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Paulo Borrachinha é destaque brasileiro. Foto: Reprodução/Twitter/UFCBrasil
Sean Strickland x Israel Adesanya UFC 293

O SUPER LUTAS, pensando nisso, reuniu as principais polêmicas que cercam as carreiras de Strickland e Borrachinha, que os fazem dividir opiniões entre os amantes das artes marciais mistas. Entre acertos e discordâncias, eles são dois dos principais nomes da empresa de Dana White na atualidade.

Strickland: abusos, ideologia neonazista e acusações de homofobia e racismo

Strickland, ex-campeão do UFC, é um lutador que não foge das polêmicas. Sua infância, marcada por abusos e violência doméstica, moldou um homem que, hoje, não mede palavras para expressar suas opiniões.

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Em relatos chocantes, o norte-americano já falou sobre as noites em que dormia no chão do quarto de sua mãe para protegê-la do pai abusivo, e sobre um episódio em que quebrou uma guitarra na cabeça do pai para salvar a mãe de ser estrangulada.

“Eu estava provavelmente na terceira ou quarta série, costumava dormir sempre no quarto da minha mãe porque achava que meu pai ia matar minha mãe. Então eu dormia na porta, dormia embaixo da cama. Eu dormia na porta porque achava que meu pai ia matar minha mãe”, disse Strickland no podcast ‘This Past Weekend’.

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Durante a declaração, Strickland relembrou episódio em que precisou dormir no chão para evitar piores acontecimentos com sua responsável.

“Um dia, foi tão f***, eles entraram em uma briga ruim, foi como terceira, quarta série, meu pai ficou tipo ‘vai se f***, ele não dormirá aqui esta noite, expulse-o’. Então rastejo debaixo da cama e durmo embaixo da cama. Eu fico deitado embaixo da cama enquanto eles estão brigando, porque eu acho que meu pai ia matar minha mãe”, revelou o atleta.

Ideologia nazista

A trajetória difícil levou Strickland a abraçar ideologias extremistas durante a juventude, influenciado pelo avô neonazista. O lutador admite que, por muito tempo, carregou consigo ódio e preconceito, desenhando suásticas e nutrindo pensamentos violentos.

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“Uma infância dura. Todos tiveram uma infância complicada. Conheci pessoas na minha vida que fizeram minha infância parecer com a Disneylândia. Para mim, eu era simplesmente nervoso. Era tão furioso que tinha esses estranhos pensamentos neonazistas. A fase da supremacia branca. Eu tinha tanto ódio, muita influência na minha vida e me sentia bem por odiar algo. Eu andava pela rua com uma faca ou pedra, esperando que pudesse matar alguém”, contou, em entrevista ao ‘MMA Fighting’.

Embora tenha renunciado as ideias do passado, as declarações do ex-campeão continuam causando controvérsia, como quando afirmou que seu sonho era matar um adversário no octógono.

“Se você gosta de machucar as pessoas, está no esporte certo. Eu adoraria matar alguém no ringue. Nada além disso. Ficaria muito feliz. (…) Eu teria que me desculpar com os policiais depois. Ser um psicopata é divertido”, afirmou Strickland, ainda no octógono, após o UFC Las Vegas 33, quando desbancou Uriah Hall.

Acusações de homofobia e racismo

Além disso, Sean não se esquiva de comentários ofensivos. Em 2021, disse que se sentiria fracassado se tivesse um filho gay, e em várias ocasiões fez declarações apontadas como racistas e homofóbicas. Mesmo quando tenta se retratar, suas tentativas soam inadequadas e muitas vezes aumentam a polêmica.

“Aqui está o negócio. Não vou ser ofensivo ao dizer isso. WNBA e NBA. Quem assiste o que? Quem faz mais dinheiro? Pode haver o MMA feminino. Eu não gosto de assistir. Eu não acho que a maioria das pessoas goste de assistir. Se separassem o MMA feminino do masculino, ninguém assistiria a essa m***. As coisas são o que são. Não sei mais o que dizer”, disparou Strickland.

Em dezembro de 2021, após uma temporada vitoriosa, Sean novamente causou. Em fala homofóbica, o atleta sugeriu que teria falhado como pai, caso tivesse um filho gay.

“Se eu tivesse um filho gay, pensaria que falhei como homem em criar tal fraqueza. Se eu tivesse como filha uma prostituta, pensaria que ela só queria ser como o pai. Gays são ótimos. Eu os apoio em suas escolhas. Liberdade. Gays fazem isso. A maioria dos gays que eu conheço está sempre feliz. Todos eles ficam amigos o dia todo e fazem sexo. Nós, homens heterossexuais, estamos f***, pois temos que fazer um trabalho sério para transar. Não é justo”, encerrou.

Paulo Borrachinha: USADA, briga em público, Adesanya e contrato milionário

Paulo Borrachinha, por sua vez, não fica atrás quando o assunto é controvérsia. O brasileiro tem um histórico de confrontos que vão além do octógono.

Em um episódio notório, o brasileiro protagonizou um bate-boca acalorado com membros da USADA (antiga agência de antidoping do UFC), acusando-os de perturbarem seu corte de peso com um exame antidoping realizado às seis da manhã.

“Que se fod* o chefe da USADA, que mandaram sua equipe às 6 da manhã, durante meu sono, para tirarem meu sangue. Eu estava cortando o peso, muito desidratado e eles queriam tirar meu sangue. Que se fod**. Eu nunca fui flagrado em um exame da USADA. Não preciso disso”, escreveu Paulo.

Faixa na cara de Adesanya

A chance de Paulo Borrachinha pelo título mundial do UFC também não ficou isenta de controvérsia. Após meses de provocações, o brasileiro sacou uma faixa-branca e jogou em Israel Adesanya durante a encarada, ironizando o nível de jiu-jitsu do então campeão, já que Borrachinha é faixa-preta.

Adesanya revidou, atirando o objeto de volta ao mineiro. Sob os olhares do presidente Dana White, os lutadores trocaram insultos e quase chegaram às vias de fato. No entanto, na luta, Paulo foi nocauteado no segundo round, e Adesanya provocou novamente, realizando uma ‘sarrada’ nas costas do brasileiro caído no momento da interrupção.

Brasileiro mais bem pago do UFC?

A polêmica contratual envolvendo Borrachinha também foi marcante. Após longas negociações, o brasileiro finalmente assinou um novo contrato com o UFC, tornando-se, segundo sua noiva e empresária Tamara Alves, o atleta brasileiro mais bem pago da organização.

Em entrevista à ‘Ag Fight’, Tamara e Paulo revelaram que ele passou a receber mais de US$1 milhão por luta. Borrachinha chegou a lutar com Robert Whittaker após o novo acordo, mas foi derrotado por pontos.

Briga com fã de MMA

Borrachinha também se envolveu em uma briga na plateia do UFC 294, em Abu Dhabi, onde trocou socos com um espectador. O incidente, gravado por fãs, mostrou o lutador sendo contido pela segurança, mas não antes de devolver o ataque com agressividade.

Nas redes sociais, ele tratou o episódio com ironia, pedindo vídeos para avaliar sua ‘performance’ na briga.

Borrachinha x Strickland no UFC 302

Próximo de retornar ao octógono para duelo crucial, Borrachinha busca retomar o caminho das vitórias e se recolocar como um dos principais candidatos ao título dos médios. O brasileiro, que perdeu para Robert Whittaker em sua última apresentação, soma 14 resultados positivos e três negativos.

Já Strickland, por sua vez, tenta se recuperar após perder o cinturão para Dricus du Plessis no UFC 297, em abril deste ano. O norte-americano perdeu o trono dos médios por decisão dividida, mas ostenta um retrospecto de 28 triunfos e seis reveses.

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