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Liderado por Fitch, Quarry e Le, grupo confirma processo contra o UFC por monopólio

Fitch, Quarry e Le são os líderes de ação contra o UFC. Foto: Produção MMA Press (Divulgação/UFC)

Fitch, Quarry e Le são os líderes de ação contra o UFC. Foto: Produção MMA Press (Divulgação/UFC)

O grupo que move um processo de grandes proporções contra o UFC divulgou mais detalhes da ação nesta terça-feira (16), em conferência telefônica com participação de membros da imprensa.

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A ação, que acusa o Ultimate de práticas monopolistas nos últimos anos, é liderada por três lutadores: Cung Le, o único ainda com vínculos com o UFC, Jon Fitch, atual lutador do WSOF, e Nate Quarry, ex-lutador e participante da primeira temporada do The Ultimate Fighter. Além disso, o ex-campeão dos meio-médios Carlos Newton também prestou apoio ao movimento.

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O grupo alega que o UFC gradativamente vem tornando o cenário internacional do MMA em um verdadeiro monopólio. “O processo alega que as atitudes do UFC, em especialmente nos últimos anos, fizeram com que eles se tornassem a única opção para lutadores que querem levar uma vida viável na profissão”, diz o manifesto. “O UFC impede que os lutadores trabalhem com outros promotores de MMA, façam ações promocionais próprias e assinem com outros patrocinadores – são atitudes monopolistas que suprimem os ganhos dos lutadores.”

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Assim, o objetivo da ação é “corrigir o que está errado, mudar o status quo e introduzir uma competição saudável ao meio”.

Um dos exemplos citados pelos membros do processo envolve o ex-campeão do PRIDE Fedor Emelianenko. Quando o russo se recusou a assinar com o UFC, a organização norte-americana teria exigido que a marca de roupas TapOut retirasse uma oferta de patrocínio milionária a Emelianenko – caso contrário, a empresa perderia o acesso aos eventos do UFC.

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Também é mencionado o fato de o UFC adquirir e encerrar as atividades de potenciais organizações concorrentes, como o que aconteceu com WEC, WFA e Strikeforce. “Hoje em dia, a única opção para os lutadores de elite de MMA é o UFC. O motivo disso é que o UFC sistematicamente fechou todos os seus competidores”, diz.

O baixo pagamento dado aos atletas também motivou a ação. “Todos os lutadores do UFC recebem uma mera fração daquilo que aconteceria em um mercado competitivo. Em vez de haver pagamentos comparáveis ao que se vê no boxe – um esporte que tem muitos paralelos com MMA –, os lutadores recebem menos do que deveriam, apesar da natureza punitiva de sua profissão”, explicou Benjamin Brown, um dos advogados da acusação.

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Nate Quarry afirmou que, apesar de somente alguns lutadores estarem participando do processo, vários outros atletas que preferiram anonimato expressaram apoio. O caso, oficialmente chamado de Cung Le et al. versus Zuffa e UFC, foi aberto às 12h45 desta terça-feira, em San Jose, no estado norte-americano da Califórnia.

O processo conta com o apoio de quatro grandes empresas de advocacia especializadas neste tipo de assunto: Joseph Saveri Law Firm, Cohen Milstein & Toll PLLC, Berger & Montague e Warner Angle Hallam Jackson & Formanek PLC. Para se ter uma ideia da grandeza dos escritórios, a primeira ganhou um processo milionário semelhante em abril deste ano contra Google, Apple, Adobe e Intel; já a segunda derrotou, em maio de 2013, a empresa de produtos químicos Dow Chemical em ação cujos valores superam US$ 1 bilhão.

A acusação evitou mencionar valores exigidos – apenas citou que deverá se tratar de algo “substancial”, o que será calculado por economistas. No entanto, Robert Maysey, consultor da acusação e especialista em leis do esporte, afirmou que casos dessa magnitude levam de três a cinco anos para serem solucionados.

UFC responde a polêmica de maneira sucinta

Em nota oficial divulgada à imprensa momentos após a divulgação do processo, o UFC se pronunciou de maneira breve sobre o assunto. Em curto texto publicado em seu site, a organização evitou detalhar quais atitudes tomará, mas garantiu que fará de tudo para se defender das acusações.

“O UFC está ciente da ação movida hoje, mas ainda não recebeu e nem mesmo teve a oportunidade de revisar o documento. O UFC irá vigorosamente se defender, assim como defenderá as práticas de negócios utilizadas”, diz a nota.

Lutadores que estarão em ação neste sábado (20), no UFC em Barueri (SP):

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Publicado por
Bruno Ferreira
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