O Rio de Janeiro ainda pulsa com a vitória épica de José Aldo no UFC 301, mas a euforia pode ser temperada por uma dura realidade: a idade. Aos 37 anos, prestes a completar 38 em setembro, o ‘Rei do Rio’ enfrenta um obstáculo estatístico monumental em sua busca pelo cinturão do peso galo (até 61,2kg.).
A performance dominante sobre Jonathan Martinez serviu como um manifesto de suas ambições. O ex-campeão não apenas descartou a aposentadoria, como também traçou uma meta ousada: conquistar o título dos pesos galos (até 61,2kg.) do UFC, atualmente sob o domínio de Sean O’Malley.
“Estou muito feliz. Estava confiante, bem treinado. Jamais imaginava voltar aqui, diante desse público maravilhoso e na cidade que amo. Agora o próximo passo é sentar com o Dana (White) e ver qual o próximo passo que tenho que dar. Eu falei que não seria minha última luta, quero chegar mais longe ainda. Quero ganhar outras lutas e quem sabe ser campeão”, declarou o lutador em entrevista ainda no octógono, ovacionado pelo público.
Nenhum lutador na história do UFC foi campeão ou defendeu um título nas categorias leves para baixo com mais de 35 anos. A trajetória mais distante foi a de Alexander Volkanovski, que aos 34 anos e 282 dias, manteve o cinturão dos penas no UFC 290. O australiano, no entanto, sucumbiu à idade em sua primeira defesa de cinturão com mais de 35 anos, perdendo o título para Ilia Topuria no UFC 298.
Na categoria dos galos, onde o ‘Campeão do Povo’ compete agora, a situação é ainda mais desfavorável. Aljamain Sterling, o campeão mais velho da história, defendeu o cinturão contra Henry Cejudo no UFC 288 aos 33 anos e 279 dias. Mas em sua defesa seguinte, sofreu a derrota para Sean O’Malley no UFC 292 e mudou de categoria.